Acaba de ser publicado (29 de outubro de 2020) um capítulo
de autoria do assessor para ciência e comunicação da AEEC-MT, Aluízio de
Azevedo, no livro “Comunicación
Y Salud em América Latina: Contribuiciones al Campo” (Comunicação e Saúde na
América Latina: contribuições ao campo”).
Com o título “Epistemologias Ciganas, Interculturalidade e Produção Social dos Sentidos: uma articulação decolonial no campo da Comunicação e Saúde”; o texto é escrito em conjunto com a professora da Fiocruz, Inesita Soares de Araujo e aborda a construção epistemológica que Aluízio realizou no doutorado, incluindo, de forma inédita, os saberes produzidos pelas comunidades ciganas no diálogo acadêmico.
A comunidade cigana mato-grossense foi uma das principais participantes desse trabalho de doutorado e está contemplada no capítulo da publicação.
Editada pelo Institut de la Comunicació de la Universitat Autònoma de Barcelona (Incom-UAB), a obra foi organizada por Mónica Petracci e Janet García Gonzáles, em conjunto com a Equipe Coordenadora do Grupo de Trabalho (GT 5) de Comunicação e Saúde da Associação Latino Americana de Investigadores de Comunicação (ALAIC).
A obra é uma compilação de trabalhos que foram
apresentados no GT durante os contressos de Montevideo (2012), Lima (2014),
México (2016) e Costa Rica (2018) e segundo suas organizadoras, tem objetivos
acadêmicos e institucionais.
“Apuntan al fortalecimiento y visibilidad del campo
Comunicación y Salud, del Grupo de Trabajo (GT) en Comunicación y Salud de la
Asociación Latinoamericana de Investigadores en Comunicación (ALAIC) y de las
relaciones entre los y las investigadores de la región”, diz as autoras.
Para fazer download do E-book: https://ddd.uab.cat/record/233410
Resumo do capítulo “Epistemologias Ciganas, Interculturalidade e Produção Social dos Sentidos: uma articulação decolonial no campo da Comunicação e Saúde”
Evidenciamos
os arranjos teóricoepistemológicos que tomou por base uma multireferencialidade
de saberes que envolveu a articulação de quatro matrizes: os estudos culturais,
os estudos semiológicos, os estudos decoloniais e a filosofia (de vida) cigana,
que foi tomada como um quarto modo de produzir conhecimento, conceitual e
epistemologicamente tão válida quanto as correntes científicas.
Destacamos
os conceitos centrais de cada matriz e os modos que os articulamos para a
produção de um diálogo científico e inovador com as pessoas ciganas,
reconhecendo que têm saberes acumulados, portando, devem ser levadas em
consideração, especialmente no que diz respeito à análise e à reflexão sobre a
saúde cigana.
A
“Filosofia Cigana” se sustenta em narrativas que povoam as memórias e histórias
orais e se fazem presentes na estruturação de elementos culturais, simbólicos e
comunicacionais, de grupos ciganos brasileiros e portugueses da etnia Kalon,
que são postos em prática e ensinados de geração em geração.
Elementos que ancoram seus modos de ver e viver a vida, formas de organização social e de estar no mundo, que subvertem e/ou resistem aos modos capitalistas de vida e sua ênfase no consumo e no descarte do ser humano, assumindo valores de solidariedade e amizade. Assim, descartamos a visão estereotipada da historiografia moderna de que seriam vagabundos, trambiqueiros, ou criminosos perigosos (ladrões, sequestradores, trapaceiros etc.).
Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT