Calon Lacho, que na língua Romanó-Caló quer dizer “Cigano Bom”, ou “Bom Cigano”, é um
programa que tem como objetivo registrar (vídeos, áudio, fotos, documentos
escritos), valorizar, conservar e divulgar as narrativas, saberes, práticas e
memória oral de comunidades ciganas contadas por elas mesmas.
O Programa tem um site próprio que pode ser acessado no seguinte link: https://calonlachon.com.br/
A ideia é
realizar registros fílmicos e a divulgação a partir de dentro, com olhares
próprios e junto COM as pessoas ciganas e não SOBRE elas. Um dos diferenciais da metodologia é o retorno aos
participantes, que auxiliam a si mesmos, com a possibilidade de autoanálise e de autocrítica, podendo complementar, detalhar ou refutar suas próprias
considerações.
Propomos
uma escuta aprofundada, que proporcione o diálogo sensível entre pessoas
ciganas de diferentes famílias e grupos. Trata-se de um olhar dialógico,
que valoriza os conhecimentos e saberes, costumes e tradições Romani,
registrando suas vozes e olhares, potencializando lutas e demandas
políticas e culturais.
Buscamos busca estabelecer pontes entre pessoas romani, registrando e
divulgando suas ricas tradições e culturas, conhecimentos e saberes. Uma
experiência cinematográfica que promove diálogos interculturais e
interpolíticos entre diferentes grupos ciganos no Brasil em Portugal, para o
fortalecimento de suas causas e lutas.
Calon Lachon é uma
produção coletiva e sem fins lucrativos, coordenada pelos
cineastas Aluízio de Azevedo e Rodrigo Zaiden que contribuíram para o início dos
trabalhos em 2017, durante seis meses no Brasil e durante seis meses em
Portugal.
O
registro etnográfico é feito com a participação ativa das pessoas
ciganas, que ajuda a definir desde o fechamento do roteiro e das temáticas
abordadas, até as formas de linguagens, imagéticas e locais de participação.
Neste
sentido, o trabalho conta principalmente com a direção e criação de pessoas
ciganas, como os irmãos Stoesse e Araxides, em Tangará da Serra (MT), ou os
irmãos Wanderley e Jefferson, no acampamento Nova Canaã, Sobradinho I
(Brasília, DF).
Objetivo geral
Construção
de um acervo fílmico e fotográfico dos povos ciganos brasileiros e portugueses,
silenciados e invisibilizados na história oficial, ainda que contribuíram
imensamente para a economia, a cultura, a identidade e a sociedade brasileiras.
Objetivos Específicos
Desconstruir
estigmas, estereótipos, racismos e preconceitos historicamente arraigados sobre
as culturas e etnias Romani, seja nas mídias, na literatura, na ciência ou até
mesmo nos dicionários,
Construir
coletivamente com as próprias pessoas ciganas um novo e melhorado imaginário,
tornando visíveis suas histórias de vida, tradições, modos de organização
sociocultural, de ver, viver, sentir e estar
Histórico e Conceito
O
programa nasceu em 2017, ano sabático em que o cineasta Cigano, Aluízio de
Azevedo, realizou sua pesquisa de campo do doutorado.
Na ocasião, pesquisou
a comunicação e saúde, mediações e interculturalidades e produção social de
sentidos identitários e emancipatórios, anticoloniais, por meio da metodologia
fílmica e a construção de uma matriz própria, inspirada no método compartilhado
de Jean Rouch e no cinema intertextual de Judith e David Mac Dougall.
O
audiovisual foi um instrumento de diálogo, primeiro entre grupos ciganos de
comunidades ciganas em diferentes unidades federativas brasileiras, Mato Grosso
e Distrito Federal e depois entre ciganos portugueses e brasileiros, permitindo
um reencontro e uma tradução intercultural e interpolítica.
Pessoas
separadas por um oceano, de repente, puderam ver, conhecer e trocar mensagens e
intercâmbios, utilizando o audiovisual. O conceito passa por produzir
materiais que combatem estereótipos, preconceitos, construindo novos e melhores
imaginários sobre os povos ciganos, que historicamente foram invisibilizados.
Percorremos
quatro comunidades ciganas brasileiras: Nova Canaã (DF), Tangará da Serra,
Cuiabá e Rondonópolis, em MT. Em Portugal: Águeda, Lisboa, Figueira da
Foz, Ericeira, Moura, Beja, Porto, Elvas, Espinho, Algarve.
O
princípio da confiança, do respeito e da ética, do improviso e da
autorrepresentação foram alinhados ao tempo todo com a quebra de estereótipos e
preconceitos. Neste sentido, a ideia de caminhos, de conexão, de confiança
e de reencontro permeiam todo o projeto Calon Lachon e o filme Caminhos
Ciganos. Claro que agora estamos produzindo arte pura e não mais arte no
diálogo com a ciência.
Além do
curta-metragem Caminhos Ciganos, o programa Calon Lachon se divide em outros
projetos como a série Diva e as Calins de Mato Grosso, a Exposição Multimídia
CALIN, o programa de entrevistas para web, Odova Romani e o longa-metragem
Calon Lachon. O programa inclui também uma série com ciganos do Brasil,
Portugal, Espanha e França.
Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=Af3ANELEPT8&t=16s
Rosto: https://www.facebook.com/CalonLachon
Catarse: https://www.catarse.me/calonlachon