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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Sescs SP e São Caetano celebram Dia Nacional dos Ciganos

Atividades culturais e formativas são gratuitas e participantes de cursoos receberão declarações de participação. Marcelo Cigano (foto) integra a programação cultural

O Centro de Pesquisa e Formação do SESC São Paulo, em parceria com a diretoria de arte do SESC São Caetano, preparou uma serie de atividades culturais e formativas marcando o dia Nacional dos Povos Ciganos, que no Brasil é comemorado a todo dia 24 de maio desde o ano de 2006. Gratuitas, as atividades ocorrerão entre os dias 08 e 13 de maio e as retiradas de senha ocorrem 30 min antes do início da atividade, na bilheteria do Sesc.

A primeira delas será a vivência “Aula de Dança: Introdução à Saia Cigana”, com Sara Macêdo Kali, Assessora jurídica popular, mestra em Direito pela UFG, bailarina profissional, percussionista, escritora e membra do Coletivo Ciganagens, ativista cigana no Brasil. A vivência ocorrerá no dia 08 de maio, entre 18h30 e 19h15, na Sala de Ginástica II do Sesc São Caetano. As participantes deverão levar uma saia longa rodada.

“Não existe uma dança cigana genérica, são várias danças numa mesma etnia. Como forma de introduzir um elemento e adereço tradicional para pessoas não-ciganas, a saia será o nosso ponto de partida pois carrega energia, tradição, capacidade de organizar as mãos e muito pé no chão. Como forma de adentrar esse mundo, a professora de etnia cigana Calon ensinará os primeiros passos com ela”, destaca a ementa da vivência com Sara.

No mesmo dia 08 de maio, às 19h30, a programação no Sesc São Caetano conta com a projeção do filme Caminhos Ciganos (2023, 24’), seguida de bate bato com o diretor e roteirista da obra, o Calon, Aluízio de Azevedo.

A Sinopse do filme, enfatiza que “Os caminhos que levam ao universo romani em três países, Brasil, Portugal e França, são apresentados numa narrativa poética e intimista, inspirada na estética do premiado cineasta cigano Tony Gatlif, diretor de “Lacho Drom” (1992) e “Gadjo Dilo” (1997). Em destaque as culturas ciganas vistas de dentro, valorizando imaginários próprios”.

Cena do filme Caminhos Ciganos. Foto: Karen Ferreira.

Encerrando a sequência de programações culturais no Sesc São Caetano, Marcelo Cigano Quinteto realiza show gratuito, na área de convivência do órgão. A banda é composta por Marcelo Cigano (Acordeon e Produção), André Chui (Baixo), Ernani Texeira (Violino), Winicius Luiz (Violão e acordeon) e Yan Cambiucci (Violão).

Nesta exibição, “ao som de um acordeon vibrante e um violão pulsante, a jornada dos ciganos é contada como um épico melódico. A cada acorde, um suspiro do vento que atravessa desertos e montanhas, levando consigo os ecos de uma língua que ninguém mais entende. O acordeon traduz a saudade de uma pátria perdida, enquanto o violão reflete a dança, a fuga e a eterna busca por um lugar onde a alma possa repousar”.

Programação SESC SP

A programação em comemoração ao Dia Nacional dos Povos Ciganos prossegue no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP com o curso “Marcy e as castanholas mágicas”, que ocorrerá no dia 10 de maio (sábado), entre 11h e 13h.

A atividade aborda o livro "Marcy e as castanholas mágicas", que conta a história da menina Marcy, uma cigana que vivia em um pequeno acampamento e conhecida pela sua paixão pela dança.vE de sua avó Quitéria, que possuía um par de castanholas antigas, passadas de geração em geração. A capa e as ilustrações são de Iasmim Sousa Ferreira. O curso conta com a presença da escritora Calin, Marcilânia Gomes Alcântara Figueiredo e a participação do professor universitário Calon, Jucelho Dantas da Cruz.

Também no dia 10 de maio, o Sesc SP oferece o curso “Os direitos dos povos ciganos”, que ocorrerá entre 15h e 17h. A atividade propõe debater a atuação do Estado em face aos ciganos, as políticas públicas, os principais avanços acerca da legislação, a mobilização de grupos ciganos e o desafio da invisibilidade. Palestrantes de etnia Calon: Jucelho Dantas da Cruz, Aluízio de Azevedo, Marcilânia Gomes Alcântara Figueiredo e Sara Macêdo Kali.

Já em 13 de maio, entre 15h30 e 17h30, acontece o evento debate “Piazzolla: do tango ao jazz”, que aborda a vida e a história musical de Astor Piazzolla, aprofundando nos ritmos argentinos e sua relação com o jazz e o tango. Pipi Piazzolla apresenta, em diálogo com Marcelo Cigano, o desafio de elevar um ritmo clássico aos caminhos do jazz, criando pontes entre melodias e instrumentos, resultando em um estilo único, que se pode chamar de música cidadã argentina: um tango não clássico, mas sim um jazz com identidade própria da Argentina.

Encerrando o ciclo, no dia 19 de maio, acontece o curso online “Mapa da Memória Romani nas Américas”, com Aline Miklos, Claude Cahn e Rodrigo Teixeira.

Outras informações no portal do Sesc SP.



 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Caminhos Ciganos será exibido no Sesc São Caetano em 08 de Maio

 
Exibição do curta ocorre às 19h30 do dia 08 de maio (quinta) e contará na sequência com debate com o diretor e roteirista Aluízio de Azevedo. Foto: Karen Ferreira - Divulgação do Filme

Alô amantes da sétima arte e das culturas ciganas de São Paulo (SP), o Filme curta-metragem Caminhos Ciganos (24’, 2023) voltará a ser exibido na cidade no próximo dia 08 de maio (quinta-feira).

Desta vez, a exibição ocorrerá às 19h30 no Sesc São Caetano e será seguida de debate com o público presente e o roteirista e diretor do filme, Aluízio de Azevedo.

Gratuita, a atividade tem previsão de duração de 75 minutos e os ingressos podem ser retirados no local meia hora antes de começar (19h).

A exibição do filme ocorre marcando o dia Nacional dos Povos Ciganos, que acontece a 24 de maio no Brasil desde 2006.

Confira aqui o teaser do filme.

Com financiamento do governo do Estado, por meio do Edital Cine Motion – Audiovisual 2021 da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT), a produção tem como codiretores Rodrigo Zaiden, que assina produção e direção de arte; e Karen Ferreira, que dirigiu a fotografia e realizou a montagem. 

Além das comunidades ciganas brasileiras e portuguesas, o curta traz a peregrinação de Santa Sara Kali, que ocorre todo ano em 24 de maio na cidade de Saintes-Maries-De-La-Mer, em França, reunindo pessoas ciganas e não ciganas do mundo todo.

Outras informações: https://www.sescsp.org.br/programacao/curta-metragem-caminhos-ciganos-bate-papo/

Sinopse

Foto: Divulgação do Filme - Karen Ferreira

Os caminhos que levam ao universo romani em três países, Brasil, Portugal e França, são apresentados numa narrativa poética e intimista, inspirada na estética do premiado cineasta cigano Tony Gatlif, diretor de “Lacho Drom” (1992) e “Gadjo Dilo” (1997). Em destaque as culturas ciganas vistas de dentro, valorizando imaginários próprios.

Minibio do Diretor Aluízio de Azevedo


Cigano da etnia Calon. Multiartista, pesquisador, ativista e produtor cultural independente (direção e roteiro de cinema, artes plásticas, poesia, fotografia e artes visuais). Formação em Comunicação Social – Jornalismo e Ciências Sociais (UFMT). Especialização em Cinema (Universidade de Cuiabá), Mestre em Educação Ambiental e Mitologias Ciganas (UFMT) e doutor em Informação, Comunicação e Saúde pela Fiocruz-RJ.

Jornalista concursado do Ministério da Saúde desde 2012. Estágio pós-doutoral no Laboratório de Comunicação e Saúde (LACES) da Fiocruz-RJ. Conselheiro Estadual de Igualdade Racial de MT representando os povos ciganos, quadriênio 2024/2028. Assessor para Ciência e Comunicação e Gestor de Projetos da Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso. Integrante do Coletivo Ciganagens e do Coletivo Ciganos, Juntos Somos Mais Fortes.


Ficha Técnica:

Este filme é dedicado ao tio Eurípedes Alves Pereira (in memorian)

Ficha Técnica

Realização: Edital Cine Motion – SECEL-MT

Pesquisa, Roteiro e Direção Geral: Aluízio de Azevedo

Codireção: Rodrigo Zaiden e Karen Ferreira

Produção Executiva e Consultoria de Roteiro: Irandi Rodrigues Silva

Coordenador de Produção: Rodrigo Zaiden

Direção de Produção: Kaiardon Produções

Produção Local Portugal: Pimênio Ferreira

Produção Local Brasil: Fernanda Alves Caiado

Direção de Fotografia: Karen Ferreira

Fotografia complementar: Rodrigo Zaiden e Aluízio de Azevedo

Montagem: Karen Ferreira, Aluízio de Azevedo e Juliana Corsino

Assistente de Montagem: Rodrigo Zaiden

Edição: Juliana Corsino

Finalização/Colorização: Isabela Padilha

Montagem de som e trilha original: Caju

Designer Gráfico e Webdesigner: André Victor

Assessoria de Comunicação e Imprensa: Aluízio de Azevedo

Produtora do Circuito de Lançamento: Francieska Dinarte

Secretária: Irandi Rodrigues Silva

Administrativo: Afra Catarse

Apoio:

Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)

Imune

Prefeitura Municipal de Tangará da Serra

Vereador de Tangará da Serra Professor Sebastian

Vereador de Rondonópolis Dico

Agradecimentos:

Associação Nacional das Etnias Ciganas (ANEC-DF)

Associação Letras Nómadas (Portugal)

Prefeitura Municipal de Tangará da Serra

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quarta-feira, 16 de abril de 2025

ENAP oferta Curso Direitos e Políticas Públicas para Ciganos

 
Escola Nacional de Administração Pública disponibiliza 35 vagas para servidores públicos de todas as esferas

A ENAP está com inscrições abertas, no período entre 14 de abril e 31 de maio, para o curso “Direitos e Políticas Públicas para Ciganos”, com 20h, ofertado no moto remoto.

O curso trabalhará tópicos como: origem, cultura, particularidades e desafios do povo cigano; direitos e políticas públicas para a população cigana no Brasil; abordagem sistematizada das disparidades culturais; e equidade racial cigana.

No slogan do site da ENAP, a chamada para o curso reforça: “Você conhece o povo cigano do Brasil? Desmistifique seus conhecimentos acerca de quem são os ciganos, quais suas necessidades e como políticas públicas podem ajudar o desenvolvimento social desse povo tradicional e ancestral”.

Quem pode se inscrever?

Servidores públicos de todas as esferas, especialmente aqueles que já participaram do curso remoto "Aplicação de Políticas Públicas para Quilombolas, Ciganos, Povos de Terreiro e Comunidades de Matriz Africana".

Objetivos

1. Reconhecer os fundamentos básicos da história e cultura do povo cigano no Brasil e no mundo;
2. Relacionar identidades e disparidades culturais entre ciganos e não ciganos;
3. Analisar as fragilidades sociais na construção do preconceito e do Anticiganismo/Romafobia;
4. Explorar a legislação vigente a fim de promover a elaboração de novas políticas públicas destinadas aos povos ciganos.

Metodologia

Os cursos remotos da Enap são dinâmicos, realizados com aulas transmitidas ao vivo por meio da plataforma Zoom, em dias e horários marcados.

A Escola utiliza metodologias ativas, a exemplo de exercícios em grupo, estudos de caso, problematizações, debates, simulações e atividades práticas.

Os cursos remotos podem incluir atividades individuais, a serem realizadas em horários diferentes das transmissões.

Informações Disponíveis em: https://suap.enap.gov.br/vitrine/curso/2846/?area=25

Prorrogadas inscrições para Prêmio Nacional de Literatura Infantojuvenil para Quilombolas e Ciganos

 

Iniciativa valoriza a tradição oral, a memória e a produção literária de autores quilombolas e ciganos; São R$585 mil distribuídos em prêmios

Publicado em 15/04/2025 16h30

O I Prêmio Nacional de Literatura Infantojuvenil para Quilombolas e Ciganos teve suas inscrições prorrogadas. É possível se inscrever na iniciativa até o dia 31 de maio. Promovida pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), ela busca fomentar e reconhecer a produção literária voltada ao público infantojuvenil realizada por pessoas quilombolas e ciganas de todo o território brasileiro. 

>>Clique para se inscrever

Com investimento total de R$585 mil, o edital irá premiar 36 autores e autoras em três categorias distintas: incentivo à publicação de obras inéditas já finalizadas; incentivo à escrita de textos inéditos ainda em fase de finalização; e incentivo à republicação de obras já publicadas. “Queremos fortalecer o protagonismo dessas comunidades na literatura brasileira, além de valorizar a diversidade cultural e ampliar o acesso de crianças e jovens a narrativas que expressem diferentes vivências e identidades”, explica a coordenadora-geral de Políticas para Povos Ciganos, Edilma Nascimento. 

>>Clique para acessar a página do edital

A categoria voltada à Literatura Infantojuvenil Quilombola contará com 20 prêmios, totalizando R$325 mil. Já a categoria dedicada à Literatura Infantojuvenil Cigana premiará 16 autores, com valor total de R$260 mil.  

Mais do que uma premiação em dinheiro, o prêmio representa um incentivo à continuidade de práticas ancestrais de oralidade e memória, e à criação de registros que assegurem a preservação das culturas quilombola e cigana para as futuras gerações.  

As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de maio, por meio de formulário. Podem participar pessoas quilombolas e ciganas que tenham obras inéditas ou já publicadas dentro do universo infantojuvenil.  

Disponível em: https://www.gov.br/igualdaderacial/pt-br/assuntos/copy2_of_noticias/prorrogadas-as-inscricoes-para-o-premio-nacional-de-literatura-infantojuvenil-para-quilombolas-e-ciganos

quarta-feira, 9 de abril de 2025

MIR lança Campanha História e Cultura dos Povos Ciganos no Brasil

Lançamento faz parte das metas do Plano Nacional de Políticas para Povos Ciganos e da celebração do Dia Internacional do Povo Cigano/Romani

Publicado em 08/04/2025 13h52

Ministério da Igualdade Racial lança, nessa terça-feira (8), a Campanha Nacional de Promoção dos Direitos, Informação e Valorização das Histórias e das Culturas dos Povos Ciganos no Brasil. Parceria com o Projeto Encruza, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), a ação compartilha com a sociedade brasileira a história e cultura dos Povos Ciganos.

Um dos objetivos da campanha é promover o acesso a direitos para Povos Ciganos, por meio de políticas públicas que assegurem o reconhecimento de seus modos de vida, saberes, cultura e territórios; o enfrentamento à discriminação étnica e racial; o acesso a moradia, recursos hídricos, energéticos, alimentares, infraestrutura e saneamento.

De acordo com a diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos da Secretaria de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos, Paula Balduino, o Brasil é o segundo país no mundo a ter uma política pública integrada para Povos Ciganos. A diretora destacou ainda o caráter transversal do Plano Nacional de Políticas para Povos Ciganos construído com a participação de 10 ministérios e estruturado nos eixos Direitos Sociais e Cidadania, e Inclusão Produtiva, Econômica e Cultural.

O lançamento faz parte de uma das metas do PNPC criado pelo Decreto nº 12.128, de 2 de agosto de 2024, e regulado pela Portaria 226, em dezembro do mesmo ano. “Esses normativos materializam o Governo Federal cumprindo seu papel no Dia Internacional do Povo Cigano/Romani”, ressalta a diretora.

A Campanha prevê, ainda, o monitoramento de práticas racistas e violências correlatas sofridas por essa população. O objetivo é divulgar para informações para sensibilizar a sociedade.

Segundo a coordenadora-geral de Políticas para Povos Ciganos, Edilma Nascimento, a Campanha promove conhecimento e conscientização sobre a participação e importância dos ciganos para sociedade, por meio da divulgação de dados os seus modos de vida dos ciganos brasileiros. “O objetivo é demonstrar que o Brasil também é cigano”, coloca.

Dia Internacional do Povo Cigano/Romani – Institucionalizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), durante o I Congresso Mundial Romani, em 8 de abril de 1971, a data celebra o primeiro encontro internacional de ciganos, realizado na Inglaterra. Centenas de pessoas romani de diversas partes do mundo se reuniram, na ocasião, para debater estratégias de enfrentamento ao anticiganismo e a melhoria das condições de vida da população. 

Durante o congresso foram adotados dois importantes símbolos da identidade romani: a bandeira e o hino Gelem, Gelem. Desde então, o dia passou a ser celebrado como um marco de luta contra as injustiças históricas e atuais sofridas por este povo.

O dia divulga a cultura e história das comunidades ciganas, além de promover a sua inclusão social, por meio da mobilização da sociedade civil e do Estado, que é fundamental na elaboração e execução de políticas públicas que atendam às demandas dos povos ciganos e reduzam suas vulnerabilidades.

No Brasil, a presença cigana é registrada desde 1574, com a chegada das primeiras famílias. Hoje, essa população, no país, é constituída por três diferentes etnias (Calon, Sinti e Rom), sendo estimada em aproximadamente 1 milhão de pessoas.

Disponível em: https://www.gov.br/igualdaderacial/pt-br/assuntos/copy2_of_noticias/mir-lanca-campanha-historia-e-cultura-dos-povos-ciganos-no-brasil 

terça-feira, 8 de abril de 2025

AEEC comemora dia Internacional dos povos ciganos lançando programa Gambira

 


Neste dia 08 de Abril (terça-feira), a Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT) comemora de uma maneira diferente o dia Internacional dos Povos Ciganos. Entre 19h30 e 21h30 ocorre o lançamento do Programa de formações “Gambira”, principal ação do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da organização para os anos de 2025/2026. “Gambira” é o modo como os ciganos de etnia Calon de algumas regiões brasileiras denominam o ato de negociar mercadorias ou fazer trocas entre objetos (escambo).

O Programa Gambira prevê uma série de formações para 25 pessoas ciganas ao longo dos próximos dois anos. A aula inaugural contará com as presenças da presidente da AEEC-MT, Rosana Cristina Alves de Matos Cruz, da representante da Fundação André Lúcia Maggi, Josandra Rocha, a representante da Ponte a Ponte, e os coordenadores gerais do Programa, Aluízio de Azevedo, Rodrigo Zaiden e Gabriela Marques.

Construído ao longo do ano de 2024 de forma coletiva a partir de uma pesquisa junto aos associados, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) tem como objetivo principal a promoção e a melhoria dos processos internos e externos da organização. A ação conta com o patrocínio da Fundação André Lúcia Maggi, por meio do Edital de Fortalecimento Institucional e com o apoio e Consultoria da empresa especializada no desenvolvimento organizacional, Ponte a Ponte (SP).

Além disso, conta com a parceria do LabNós, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que certificará a ação como curso de extensão. O programa será a realização de workshops e cursos no campo da gestão e planejamento de instituições culturais e sociais, bem como no campo da produção audiovisual e comunicacional.

O principal objetivo é fortalecer a formação do quadro de associadas/os da instituição e do movimento social cigano brasileiro, de maneira a garantir a continuidade de ações em prol dos povos ciganos, a defesa de direitos humanos e a inclusão social das pessoas pertencente as etnias Calon, Rom e Sinti.

Também visa a formação de profissionais de origem cigana para atuar nas ações, programas e projetos da AEEC-MT, gerando renda nas comunidades ciganas de MT.

“Entendemos as demandas individuais e necessidades de jovens e adultos ciganos e ciganas terem novas formações e outras perspectivas de profissionalização. Ao mesmo tempo, a Associação, muitas vezes não tem recursos financeiros suficientes para potencializar ainda mais nossas ações. Assim, o PDI cumpre essa função de alinhar a formação de nosso público e fazer a AEEC-MT caminhar, tornar-se autônoma e ter sustentabilidade para sua continuidade”, explica a presidente da AEEC-MT, Rosana Cristina Alves de Matos Cruz, que também secretaria o curso.

- A metodologia do curso prevê uma prática, através dos encontros “A Hora do Drabe” os participantes dos cursos possam realizar produções com temáticas de interesse da organização e do movimento cigano, especialmente para divulgação nas mídias sociais, redes e parceiros. “Drabe” é o modo como as mulheres ciganas chamam o ato de ir trabalhar com vendas no geral, atendimentos espirituais com garrafadas (raizeiras) e benzeção e/ou leitura de mãos.

Estão previstos Encontros presenciais durante eventos já planejados pela AEEC-MT para 2025, como a Assembleia Geral, o V Encontro de Cultura Cigana e III Encontro de Mulheres Ciganas. Para as pessoas que residem em outros Estados e pertencem a outras associações as atividades presenciais serão desenvolvidas em suas próprias comunidades.

As formações são exclusivas para pessoas ciganas e ocorrerão em sua maioria em encontros online (plataforma zoom), durante dois dias por mês. Cada encontro terá entre 1h30 e 2h cada.

Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

sábado, 5 de abril de 2025

08 de Abril Dia Internacional dos Povos Ciganos

Foto: Acervo AEEC-MT. Etnia Calon. Minas Gerais (MG). 

Em 8 de abril, o mundo celebra (ou ao menos deveria celebrar!) os ritmos ancestrais e o sangue que pulsam em nossas veias: celebramos o Dia Internacional dos Povos Ciganos. 

A data foi criada no Primeiro Congresso Mundial Romani, em Londres, ocorrido no ano de 1971, ocasião em que se reuniram representantes ciganas e ciganos de vários países europeus e definiram também a bandeira e o hino Romani.

A data ganhou projeção no Brasil nos últimos 10 anos, após uma organização maior do próprio movimento social brasileiro, que em 2006 alcançou a criação de um Dia Nacional dos Povos Ciganos, celebrado em 24 de maio. 

Sabemos que as datas comemorativas por si só não resolvem os problemas e as exclusões. Contudo, são momentos importantes, que marcam não apenas o reconhecimento às contribuições das culturas e povos ciganos ao mundo e ao Brasil, no caso do Dia Nacional; como também são uma oportunidade para reforçar as lutas!

O Dia Internacional dos Povos Ciganos pode se tornar uma celebração da resiliência e re-existência dos nossos antigos e antigas, que esculpiram nossas histórias e culturas vibrantes, colorindo as jornadas diaspóricas e nos impulsionando a desbravar horizontes, sempre caminhando e seguindo em frente, mesmo diante das maiores adversidades e opressões, sem deixar nos perder enquanto povos.

Saudamos as Calin e os Calon, com as músicas ao estilo moda de viola e flamenca, que brotam da alma, e contorna as danças desafiando as leis da gravidade. Aclamamos nossas mulheres e homens, jovens e crianças, velhos e velhas. Em cada giro, uma memória e em cada acorde um valor ancestral, que modelam nossas vidas base das lutas que travamos em prol dos nossos direitos e cidadania.

Reverenciamos os Rom, com a força silenciosa que molda o metal em poesia, transformando a matéria bruta em obras que transcendem o tempo. Suas mãos, ferramenta de criação, constroem um legado de beleza e utilidade, mas também de alegria e sensibilidade, nos circos e espetáculos teatrais e no ativismo nacional e internacional.

Honramos os Sinti, que guardam ensinamentos e sabedorias milenares, ecoando através dos séculos e sussurradas ao vento em histórias que encantam e ensinam. Seus costumes florescem como uma mandala viva de cores e formas, revelando a estética cigana que reside em cada detalhe da vida.

Arte de Aluízio de Azevedo. Título: Bandeira Cigana Revisitada.

Neste dia, celebramos a diversidade que nos enriquece e nos une, lembrando a importância em reconhecer, respeitar e valorizar as culturas ciganas em sua totalidade.

Que os espíritos itinerantes dos nossos ancestrais continuem a nos inspirar e impulsionar, como um chamado para a luta e o orgulho em sermos ciganas e ciganos, conservando nossas tradições, costumes e manifestações culturais próprias.

Que neste 08 dia Abril possamos gritar contra os estereótipos e desfiramos um golpe certeiro contra o preconceito e o racismo. 

Que este dia seja um convite para construir um mundo novo de paz e em que a liberdade não seja um privilégio, mas um direito inalienável de todos os seres vivos.

Parabéns a todas as ciganas e ciganos do Brasil e do mundo! 

Opré Chavalé!

Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Curitiba ganha museu virtual que resgata a memória dos povos ciganos

Acervo Museu: 

Redação Bem Paraná com assessoria 01/04/2025 às 09:51

Curitiba ganha um novo museu no dia 8 de abril, o Dia Internacional dos Povos Ciganos. Nesta data será inaugurado o primeiro Museu Virtual de Memórias da Imigração Cigana na capital, o Museu Romanô Curitiba. O projeto, pioneiro no Brasil quando o assunto é registro dessa cultura, foi idealizado pela cigana Hayanne Iovanovitchi, neta de Cláudio Iovanovitchi, que faleceu na última semana, no dia 28 de março. Cláudio era um grande nome na luta pela preservação dos povos ciganos, representante da Associação de Preservação da Cultura Cigana (APRECI) e o Museu era um grande sonho. 

“Esse museu foi construído pelas mãos do meu avô, em cada detalhe, cada história e cada lembrança. Dois dias antes de ele falecer inesperadamente, ele fez a aprovação final do projeto, e ele estava animado com o lançamento. Agora, estamos lutando para que ainda mais a cultura cigana e, sobretudo a trajetória dele, seja valorizada”, lamenta a neta e executora do Museu, Hayanne.

O projeto, que vinha sendo pensado há mais de um ano, foi viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e tem curadoria de Neiva Camargo Iovanovitchi e conta com o patrocínio da PESA-Cat – Paraná Equipamentos S.A.

O Museu Virtual de Memórias da Imigração Cigana em Curitiba, que teve um investimento de cerca de R$ 80 mil, surge como uma iniciativa inovadora para registrar e preservar a história da comunidade cigana no estado, que tradicionalmente se baseia na oralidade e que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil chega a quase 1 milhão de pessoas.

“A nossa história, quando registrada, foi muitas vezes contada por não ciganos, carregada de estereótipos e fantasias. Com o Museu, finalmente temos a chance de narrar nossa trajetória com nossa própria voz, sem distorções. Era esse o desejo do meu avô, trazer protagonismo para os povos ciganos e, sobretudo, entender que o povo de Curitiba também é formado por essas culturas”, afirma Hayanne.

O acervo, disponibilizado de forma 100% online, é estimado em cerca de 180 peças e reúne documentos históricos, fotografias, vídeos e relatos exclusivos, incluindo materiais inéditos sobre a chegada dos ciganos da etnia Rom ao Paraná. A curadoria foi conduzida com base na pesquisa de Cláudio, neto de Duchan Iovanovitch – cigano que chegou da Iugoslávia em terras paranaenses em 1926.

Por muitos anos, Cláudio conservou e resgatou a história da família a partir de documentos herdados de seus avós. “A vida do meu avô foi dedicada em valorizar o nosso povo, e apesar da tristeza, temos certeza que será um momento inclusive, de celebrar a sua vida”, diz Hayanne. O Museu Virtual contará com recursos de acessibilidade e registros audiovisuais para proporcionar uma experiência inclusiva e interativa.

A inauguração oficial acontecerá no dia 08 de abril no Museu Paranaense, a partir das 19h, em um evento aberto ao público e que contará com uma roda de conversa sobre o processo de criação do museu e exposição de algumas peças físicas do acervo. A cerimônia, que seria conduzida por Cláudio, terá a participação da antropóloga do Museu Paranaense Josi Spenassatto, da proponente do projeto Hay Iovanovitchi, além de autoridades convidadas do governo estadual e federal. “Para nós, povos ciganos, vai ser um momento de homenagear meu avô e o legado que ele deixou. Ainda, vai ser um momento de fortalecer ainda mais a necessidade de valorizar a cultura cigana”, celebra Hayanne. 

O projeto busca ampliar o conhecimento sobre a cultura cigana e combater preconceitos por meio da preservação da memória e do acesso à informação verídica. Além do público em geral, o museu pretende engajar pesquisadores, estudantes, professores e agentes públicos que trabalham com os direitos dos povos ciganos. “Nossa ideia é mostrar ao público uma nova perspectiva dos povos ciganos e das nossas histórias. Tenho certeza que o Museu Romanô trará uma contribuição significativa para a cultura do estado”, finaliza a idealizadora do projeto.

Sobre Hayanne Iovanovitchi
Cigana de etnia Rom, Hayanne Iovanovitchi é trineta de Duchan Iovanovitch e pertence à quinta geração da Família Iovanovitchi em Curitiba. Bacharel em Direito, atriz e produtora cultural, é idealizadora do Coletivo de Mulheres Ciganas do Brasil e membro do Coletivo Ciganagens.

Sobre Cláudio Iovanovitchi (in memoriam)

Cláudio Iovanovitchi era importante liderança cigana Rom, fundador da Associação de Preservação da Cultura Cigana no Paraná (APRECI/PR) e defensor incansável da valorização das tradições ciganas. Cláudio também integrava o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) e atuava como vice-presidente do Sindicato dos Produtores Culturais do Estado do Paraná. Natural de Ponta Grossa e residente em Curitiba desde a década de 1970, Cláudio desenvolveu uma forte relação com o teatro e a pesquisa histórica. Deixa um legado importante para a preservação e difusão da cultura cigana no Brasil.

Serviço:
Evento de lançamento do Museu Romanô de Curitiba
Data: 08/04/2025
Horário: 19h
Local: Museu Paranaense – R. Kellers, 289 – São Francisco, Curitiba – PR

https://www.museuromanocuritiba.com/

Disponível em: https://www.bemparana.com.br/noticias/parana/curitiba-ganha-museu-virtual-que-resgata-a-memoria-do-povo-cigano/