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sábado, 6 de junho de 2020

Livro mostra os impactos do coronavírus nas populações em situação de desigualdade



Realizada por pesquisadores da UFMT, obra traz capítulo escrito pelo Assessor para Ciência e Comunicação da AEEC-MT que aborda povos ciganos

Com o objetivo de ofertar um breve panorama sobre 22 grupos sociais em situação de vulnerabilidade durante a pandemia, o Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) lançou nesta sexta-feira (05.06), data em que se comemora o dia internacional do meio-ambiente, o livro “Os condenados da pandemia”.

A obra visa debater a desigualdade social, que faz com que a COVID-19 afete mais gravemente cidadãos que habitam regiões socioeconômicas desfavorecidas. Além disso, apresenta a COVID-19 não como um fenômeno natural, mas como resultado de uma ação antropogênica, com destaque para os seres humanos destruindo o ambiente.

O primeiro capítulo traz um cenário abrangente da conexão entre a pandemia e a ecologia. E os que seguem estão divididos em seções de diversos grupos, com questões familiares, que abordam a violência doméstica contra mulheres, pedofilia e negligência com idosos, identidade, com destaque para grupos mais acometidos pela COVID-19. Entre eles ciganos, indígenas, negros e LGBT+, e os trabalhadores, apresentando a precarização do trabalho e da saúde de profissionais, como entregadores, garis e até os desempregados.

“Nosso objetivo foi tentar denunciar que o coronavírus não tem nada de democrático, ele pode contaminar universalmente, mas as mortes são, na maioria das vezes, de pessoas pobres. Queremos revelar que não bastam notícias ou informações, mas precisamos de um amplo programa educativo que consiga mostrar os perigos de uma pandemia e a razão de os moradores das periferias serem mais atingidos”, explica a coordenadora do GPEA, Michèle Sato.

De acordo com a docente, o dia internacional do meio ambiente foi escolhido para a publicação pelo fato das pessoas desconhecerem que a pandemia é originada pelas destruições ambientais.

“O GPEA tem estudos e pesquisas sobre o clima que comprovam a ação humana. Por isso, deixamos de dizer mudanças climáticas e passamos a usar o termo crise, colapso ou emergência climática para denunciar que existe interferência humana na própria crise civilizatória”, destaca.

Os envolvidos com a produção são pesquisadores do GPEA e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UFMT.

O livro pode ser baixado no seguinte link: https://editorasustentavel.com.br/os-condenados-da-pandemia/

Com informações da Ascom da UFMT



RESUMO

Buscamos oferecer um breve panorama de 22 grupos sociais em situação de vulnerabilidade, denunciando que há um falso discurso sobre a “democracia” do coronavírus, na afirmação de que é um vírus que atinge todos, sem distinção de classes. É um erro porque se o contágio for universal, as mortes são localizadas. Na cartografia das desigualdades, a Covid-19 mata principalmente os que habitam a geografia da fome.

Palavras-chave: Pandemia. Grupos expostos. Emergência climática. Educação ambiental.


Saiba Mais:

Entrevista com organizadora da obra, professora doutora Michèle Sato

1. Quais são os objetivos do livro e qual foi a motivação para sua produção?
Nosso objetivo foi tentar denunciar que o coronavírus NÃO tem nada de democrático, ele pode contaminar universalmente, mas as mortes são, na maioria das vezes, de pessoas pobres. O segundo objetivo foi elucidar que a covid-19 NÃO é um fenômeno natural, mas tem ação antropogênica, do ser humano destruindo o ambiente. Finalmente, queremos revelar que não bastam notícias ou informações, mas precisamos de um amplo programa educativo que consiga mostrar os perigos de uma pandemia e a razão dos moradores da periferia serem mais atingidos.

2. Qual foi o fio condutor dos artigos escolhidos para a publicação?
A emergência climática está invisibilizada nas noticias sobre a Covid-19, contudo, é exatamente a destruição das florestas, rios, ou poluição dos ares que forja que o humano se aproxime mais da natureza, invadindo territórios e caçando hospedeiros para comércio cruel. O inimigo maior não é a pandemia, mas o que ameaça a vida no planeta é a destruição ambiental.

3. A quem o livro pode interessar, sejam eles pesquisadores ou a comunidade em geral?
Público em geral, com linguagem mais acessível e muitas imagens atrativas para facilitar a leitura.

4. Por qual motivo a data do dia internacional do meio ambiente foi escolhida?
Porque as pessoas desconhecem, na maioria das vezes, que a pandemia é originada das destruições ambientais. O Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) tem estudos e pesquisas sobre o clima que comprovam a ação humana, por isso, deixamos de dizer “mudanças” climática e passamos a usar o termo “crise, colapso, ou emergência” climática, para denunciar que existe interferência humana na própria crise civilizatória.

5. Qual a importância de apresentar as situações de vulnerabilidade vivida por parte da população durante o atual contexto?
Não existe ética de responsabilidade moral ainda na sociedade global, há inúmeras desigualdades, injustiças e violações de direitos humanos. Os grupos não são invisíveis, eles fazem parte dos números do IBG. Contudo, eles são INVISIBILIZADOS pelo mercado. A vida não tem preço, e importa, qualquer que seja a cor. Seja um George Floyd que não consegue respirar, seja um menino Miguel que foi deixado para morrer do 9º. Andar de um apartamento no Recife.

6. A senhora pode destacar 2 ou 3 artigos presentes na obra?
O primeiro capítulo é mais longo porque conseguimos dar um cenário mais abrangente da conexão entre pandemia e ecologia. Daí o restante sãp seções de diversos grupos, agrupados em: A) FAMÍLIA: pessoas pertinho da gente, com violência doméstica contra as mulheres, pedofilia ou negligência com os idosos. B) IDENTIDADE: diversos grupos mais acometidos pela Convid-19, como ciganos, indígenas, negros, LGBT+ e demais grupos. E C) são os trabalhadores como entregadores, gari, supermercados e inclusive os “desempregados”, que mal possuem condições para comprar máscaras, ter acesso à água limpa, e muito menos “ficar em casa”.  Outras informações podem ser encontradas no blog go GPEA, UFMT: https://gpeaufmt.blogspot.com/

2 comentários:

  1. puxa alu, que bacana! ficou muito bonita a estética da page e divulgar nossos sonhos é sempre muito legal! vc é um parceiro muito querido e só engrandece o GPEA! Obrigada pela energia e boas brisas!

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    1. Que bom ter sempre o seu retorno que é científico, mas sem perder a ternura e o afeto. Estamos juntos no caminho e mostramos de que lado estamos =)

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