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quinta-feira, 26 de maio de 2022

Estudantes e mestres cigan@s denunciam desigualdades da educação formal no Brasil

Série produzida pelo jornalista, pesquisador e cigano circense, Roy Rógeres aborda a relação entre as comunidades ciganas e a educação formal 

O pesquisador e jornalista, Roy Rogeres, iniciou no mês maio a publicação de uma série com enorme relevância para os povos ciganos abordando a questão da inclusão educacional e a importância desta luta para a justiça social destas comunidades. Vencedor do terceiro edital de jornalismo e educação (Jeduca/Itaú social), o material vem sendo publicado no Portal “Educação e Justiça”.

Com o título “Estudantes ciganos/as denunciam desigualdades da educação formal no Brasil”, a primeira reportagem foi publicada em 13 de maio, tratando questões como anegação do direito de matrícula nas escolas, ausência nos livros didáticos e nos planos pedagógicos escolares, invisibilidade, desconhecimento, situações de preconceito, discriminação, exclusão e evasão são questões proeminentes que perseguem estudantes ciganos/as nas estradas da escolarização”.

A segunda reportagem foi publicada no dia 24 de maio, com gostinho especial, marcando o dia nacional dos povos ciganos, que se comemora nesta data, com o título “Estudantes Ciganos/as superam desigualdades educacionais e se tornam mestres/as e doutores/as”. A Este texto aprofunda o tema educacional, mostrando bons exemplos de pessoas ciganas que conseguiram superar as barreiras da exclusão e do racismo e estão no processo de integração universitária e do universo da pesquisa acadêmica.

Os textos trazem os relatos e relfexões de Roy, ele mesmo um estudante cigano, que superou barreiras e dificuldades, principalmente na infância e adolescência, quando levava a vida itinerante no trabalho circense desenvolvida por sua família, os “Fernandes”. Nas palavras do pesquisador-jornalista-cigano, “as desigualdades educacionais entre grupos étnicos minoritários que formam as Comunidades Tradicionais do Brasil é notadamente um dos problemas sociais que lhes empurram para as margens da sociedade.

De acordo com o autor, a reportagem-denúncia busca problematizar “a negação do direito ao acesso à educação que nós ciganos enfrentamos cotidianamente no Brasil”.  Para isso, partiu “em busca de outras vidas ciganas, jovens, adultos, crianças, com o intuito de narrar itinerários diversos da vida escolar, projetando luz para o direito básico de estudar que continuam a nos negar!”

 

Neste contexto, estudantes ciganos, jovens e adultos, denunciam nesta reportagem uma série de desigualdades educacionais – desvantagens na educação formal – a exemplo da ausência nos livros didáticos e nos planos pedagógicos escolares; o bullying, que gera situações vexatórias de preconceitos, discriminação, exclusão, e desrespeito, além do vasto desconhecimento generalizado, o que resulta em problemas como a invisibilização, a incompreensão das tradições e culturas, o que gera a evasão e o abando escolar, e aumenta, por conseguinte, o analfabetismo e as desigualdades educacionais do Brasil.

 

As denúncias a que Roy se refere estão muito bem retratadas nos relatos de várias pessoas ciganas, como o depoimento de sua irmã, a artista circense, Irisma Fernades, que relata dificuldades para completar os estudos e a sua experiência com a escolaridade. Também fazem parte do time de estudantes ciganos entrevistados os três filhos de Irisma, Igor Mateus Fernandes, Jeniffer Fernandes e Ysmynny Fernandes. Todos são artistas circenses, que relatam os problemas encontrados no ensino formal.

 

Marcilânia Alcântara, de Souza (PB), superou as barreiras, formando-se em pedagogia e hoje é professora do ensino fundamental


Também fizeram parte do time de estudantes que contribuíram com seus relatos, memórias e relações com a educação formal, Sarrara Keylane Fernandes, Marcilânia Alcântara e Daiane da Rocha Biam. Todas elas conseguiram concluir ou estão cursando o ensino superior, mas ainda assim não escaparam do racismo e do preconceito enfrentado ao longo da trajetória escolar.

 

Já no segundo texto, cinco pesquisadores/as ciganos/as são acionados por Roy para realizar suas avaliações e depoimentos sobre o processo e o percurso acadêmicos. Entre eles estão: Jucelho Dantas, Cláudia Nunes, Sara Macêdo e Aluízio de Azevedo (este último Assessor para Ciência e Comunicação da Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso).

 

A reportagem-denúncia produzida por Roy ainda traz análises de pesquisadores do campo da educação, como Lenilda Perpétuo, Edilma Monteiro, Edluza Oliveira e Natally Menini. E mais: está recheada de informações, análises, reflexões que mostram como as desigualdades sociais, o histórico de perseguição, exclusão e racismo por parte do estado brasileiro e da população majoritária, como fatores fundamentais para a exclusão educacional dos povos ciganos.

 

Para ler a primeira reportagem completa, acessa o seguinte link: https://www.educacaoejustica.com/post/estudantes-ciganos-as-denunciam-desigualdades-da-educa%C3%A7%C3%A3o-formal-no-brasil

 

A segunda reportagem completa pode ser lida neste link: https://www.educacaoejustica.com/post/estudantes-ciganos-as-superam-desigualdades-educacionais-e-se-tornam-mestres-as-e-doutores-as

 

Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

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