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sábado, 24 de setembro de 2022

Tereza Albues: Mestra da Cultura Mato-Grossense

Filme-ensaio Albuesas será lançado na próxima terça (27.09) no teatro do Sesc Arsenal e aborda diferentes aspectos da vida e obra de Tereza Albues

“Minha mãe me pariu de pé, tanta pressa tinha eu de vir ao mundo”. A frase, da genial romancista Tereza Albues, é um dos primeiros impactos que temos ao assistir “Albuesas”, curta-metragem de Glória Albues, que terá estreia na próxima terça-feira (27.09), no teatro do Sesc Arsenal. Quando conheci Glória em 2007 – amiga querida e parceira de primeira hora, dada nossas afinidades, inclusive a ascendência cigana –, sua “mais que irmã, amiga de nascença”, a escritora e poeta, Tereza Albues, lamentavelmente, já não estava mais entre nós.

Com a mesma pressa com que veio ao mundo, também já o deixou (2005), no auge de sua produção literária e reconhecimentos, vítima de um câncer. Embora nunca tenha encontrado Tereza pessoalmente, posso dizer que a conheço bem pelas memórias e narrativas de Glória, que sempre escutei com o maior carinho e admiração. Agora tive a oportunidade de conhecê-la um pouco mais, pela maneira sensível, delicada e poética em “Albuesas”, que mostra a ligação entre as duas irmãs e, ao mesmo tempo, nos desperta uma imensa curiosidade para conhecer mais a autora e suas obras.

A literatura de Tereza Albues é mato-grossense, brasileira e universal, com obras que estão ambientadas em diferentes cenários e países. Entre elas, “A Dança do Jaguar”, também lançada em versão impressa na próxima terça, cuja história se passa toda ambientada em São Francisco, onde a autora viveu, ou “O Berro do Cordeiro em Nova York”, obra que conecta dois mundos, sua terra natal, o pantanal mato-grossense, onde foi “parida de pé”, à moderna Nova York, onde viveu 25 anos e consolidou a carreira internacional, sendo homenageada como patrona das Letras Brasileiras pela Brazilian Endowment for the Arts.

Apesar de todo esse talento, Tereza ainda é pouco conhecida do público em geral, inclusive dentro de seu próprio Estado. Assim, com o filme, Glória honra a memória da irmã e mantém vivo seu legado, imortalizando-a nas telas. Mas atenção, Albuesas não é uma cinebiografia”, como a própria Glória faz questão de ressaltar.

Glória Albues honra a memória da irmã, Tereza Albues, levando ao público a face íntima e pessoal da brilhante escritora

Trata-se de um filme arte, um ensaio leve e fresco, que vai desvendando uma Tereza humana, vivaz e misteriosa. Em 20 minutos, o filme-ensaio adentra não apenas o universo literário, trazendo várias reflexões inéditas de Tereza Albues, como também enfoca seu universo existencial, especialmente, por suas ligações íntimas e afetivas que fazia questão de manter com a sua terra natal.

“São duas realidades distintas, Mato Grosso e a cosmopolita Nova York, que se confrontam e convivem simultaneamente, quase que numa dimensão paralela, num discurso inacabado, misterioso e evocativo como a própria existência e que permite revelar momentos de incisiva reflexão em meio ao preconceito e as humilhações que pontuaram a vida da protagonista”, destaca Glória.


Veja acima o teaser de Albuesas

“As histórias podem não ter sentido, mas qual é o sentido do mundo?”

As histórias contadas por Tereza em seus livros, algumas delas tão belamente trazidas por Glória em Albuesas, podem até não ter sentido, como a própria autora descreve. Entretanto, o mundo, como ela mesma diz, também não faz sentido e esse é o mistério da vida e da arte. “Tem muita tristeza, mas ao mesmo tempo é assim um hino de amor, um hino de luta, porque eu sou uma mulher guerreira, inclusive esse filme, esse filme não, ah tomara que dê filme, né?”

Como previu Tereza sua vida e obra, deu filme e dos bons! Aliás, se levarmos em conta toda a sua produção literária, que ainda guarda ineditamente sete obras completas, seus escritos dão muitos filmes. Em Albuesas, Glória constrói uma linguagem imagética muito próxima do surrealismo. 

Em conjunto com o olhar aguçado da direção de fotografia de Luzo Reis e do cineasta Murat Eyuboglu, com o apoio da câmera de Felipe Albues, que aos nove anos já revelava seu talento captando imagens da tia, como se pode ver no próprio filme, Glória elabora um roteiro que prima pela construção de uma rede de afetos que circundam a personagem (irmã, sobrinho, marido, cunhado e amigos), excluindo entrevistas, textos laudatórios de personalidades, tão presentes em filmes dessa natureza. A montagem aprimora esse contexto trazendo ao filme uma intimidade enternecedora.

"Eu me sinto liquefeita, escorro por todos os cantos de mim, sem pudor, desaguando de sal, as lágrimas...” Tereza Albues (à direita de azul), Robert Eisenstat, Alfredo Martins e Glória Albues, no casamento de Tereza, em São Francisco (1980).

Entre imagens de acervo pessoal e cenas capturadas no Pantanal e em Nova York, a narrativa hibridiza a força da menina preta mato-grossense à brilhante escritora cidadã do mundo e os seus locais de pertencimento, que oram saltam aos olhos por meio de um caminhar furtivo e frio nas ruas congelantes de Nova York e noutra navega nas gigantes asas da “Cabeça Seca”, garça que sobrevoa as águas da Bahia de Chacororé, em pleno pantanal de Barão de Melgaço.

A inspirada trilha sonora original congrega e une algumas realidades e sentimentos, que por vezes, parecem inconciliáveis, como o fogo no pantanal, que remete ao preconceito intrafamiliar sofrido pela autora por ser negra; ou a neve em Nova York, que nos traz a superação da vida acima dos tempos fechados e tempestades.

Mesclando influências do jazz, blues e ritmos latino-americanos aos sons dos bichos do pantanal, especialmente, aves e a onça pintada, o trabalho é fruto de uma parceria entre os músicos sul mato-grossenses Lenilde Ramos (comadre de Tereza) e Anderson Rocha. A força literária dos escritos de Tereza, encontram ecos na comovente narração da atriz Fernanda Marimmon. E a sensível consultoria do cineasta Joel Pizzini acompanha a roteirista e diretora na intencionalidade de realizar um filme que ao fugir do didatismo, transgride a realidade dita objetiva e cria uma linguagem audiovisual intensamente poética , com evidente sucesso.

Tal como Tereza, que viaja “em direção ao infinito e pelo caminho vai recolhendo pedaços de sonhos, em forma de contos e romances”; em Albuesas vamos navegando na fluidez das águas pantaneiras ao encontro das águas do Hudson, ouvindo a sua voz: “Eu me sinto liquefeita, escorro por todos os cantos de mim, sem pudor, desaguando de sal, as lágrimas...”

Capa do livro A Dança do Jaguar

Literatura  - O livro e o filme integram o projeto “Conexão Tereza Albues”, proposto pela editora da Entrelinhas, Maria Teresa Carrión Carracedo, em que ao lado de outras 70 personalidades, Teresa foi reconhecida como Mestra da Cultura Mato-grossense, por meio do edital Conexão Mestres da Cultura, da Lei Aldir Blanc da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT).

Natural de Várzea Grande (MT), foi em Nova York, que Tereza escreveu toda sua obra, que será reeditada pela editora Entrelinhas, inclusive vários livros ainda inéditos. A Dança do Jaguar, por exemplo, foi lançado somente em formato digital, no Salão do Livro de Paris, em 2002 e agora será publicado em formato impresso.

Em 2020, a Editora Entrelinhas já havia lançado quatro de suas obras, Pedra Canga, Chapada da Palma Roxa, “Travessia dos Sempre Vivos” e O Berro do Cordeiro em Nova York, em edição no formato box, cada um dos livros com a capa assinada por um artista plástico de MT, como era o desejo da autora.

Graduada em Direito, Letras e Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a escritora tem reconhecimentos importantes, como do editor Ênio Silveira, que publicou seus primeiros livros: "- Tereza tanto pode ser vista como escritora quanto uma força da natureza, por sua prosa de ficção ser tão rica e surpreendente”. Já para o diretor de teatro e ópera Gerald Thomas, “Tereza é uma escritora fenomenal”, “é um terremoto literário”.

Em A Dança do Jaguar, o leitor acompanha uma trama de mistério, suspense e sensualidade ambientada em São Francisco, na Califórnia. A jovem pintora Nayla Malloney aluga um espaço no Solar Maltesa, casa vitoriana de três andares, que aos poucos tem sua história sombria e sinistra revelada. Dividindo o lugar com o excêntrico e recluso botânico Tristan O’Hara, Nayla embarca em uma jornada repleta de aparições, sonhos e pressentimentos.

Serviço

O que: lançamento do filme Albuesas e do livro A Dança do Jaguar

Quando: terça-feira (27 de outubro de 2022)

Onde: Teatro do Sesc Arsenal, em Cuiabá

Horário: 19h

Por Aluízio de Azevedo

Livros de Tereza publicados pela Editora Entrelinhas em 2020


sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Atriz global Carol Macedo divulga Exposição Multimídia Calin

A divulgação pode ser conferida na página do insta de Carol: https://www.instagram.com/carolinemacedo/

A Atriz global, Caroline Macedo, publicou nesta quinta-feira (23.09), em seu canal no Instagram, cinco fotos e um texto divulgando a Exposição Multimídia Calin, que homenageia a mestra da cultura mato-grossense, Maria Divina Cabral, a Diva e mulheres do tronco étnico Calon que vivem em Mato Grosso.

Carol Macedo ficou conhecida nacionalmente com papéis de destaque como Kelly Miranda, da novela Passione (2010) e a funkeira Solange, de Fina Estampa (2011), ou Katiane, da 22 temporada de  Malhação em 2017, ou Inês de Éramos Seis (2019).

Uma admiradora dos povos ciganos, Carol postou cinco fotos da Exposição e lembrou os preconceitos e discriminações que ainda pairam sobre os povos ciganos e destacou a importância de trabalhos que abordem essas comunidades sem estereótipos.

Diz ela no texto: “hoje trago um pouquinho de algo de muita importância para mim, que é bastante ausente das mídias e redes sociais e que muita gente tem curiosidade, mas também preconceitos e discriminação: o universo cigano”.

Segundo a atriz, a Exposição é “um trabalho sensacional, totalmente fora do estereótipo que as pessoas imaginam, porque foi produzido, dirigido e auto representado pela própria comunidade, com profissionais como Fernanda Caiado que preside a Associação cigana de Mato Grosso, a fotógrafa Karen Ferreira e o diretor e cineasta, Aluízio de Azevedo, com direção de arte e coprodução de Rodrigo Zaiden”.

Ao final, Carol Macedo divulga o link da exposição, que pode ser acessado no link: www.galeriacalin.com . Acesse e confira, a dica de Carol é imperdível.

A Exposição Multimídia Calin integra o projeto "Diva e as Calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã", aprovado no edital Conexão Mestres da Cultura, da Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (SECEL-MT).

Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT



quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Ciganos pedem apoio à presidente da comissão de Cultura da Câmara para aprovação de Estatuto

Deputada Federal Rosa Neide garante realização de audiência pública na Comissão de Cultura da Câmara para debater o projeto em tramitação na Casa de Leis

Da Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

Integrantes da Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT) participaram nesta quarta-feira (14.09) de reunião com a deputada federal professora Rosa Neide (PT), presidente da Comissão de Cultura da Casa, para discutir a tramitação do projeto de Lei 1.387/2022, que cria o Estatuto dos Povos Ciganos. A reunião ocorreu no escritório da parlamentar em Cuiabá.

Na ocasião, o Secretário da AEEC-MT, professor Aluízio de Azevedo Silva, em conjunto com a diretora de mobilização e a conselheira da instituição, respectivamente, Terezinha Alves e Irandi Rodrigues Silva, protocolaram ofício à deputada solicitando um olhar especial na defesa e aprovação do projeto na Comissão de Cultura e na Casa de Leis. Também protocolizaram ofício endereçado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), ampliando a solicitação de celeridade em todas as comissões, por onde deve passar para análise dos parlamentares.

Assista abaixo ao vídeo com o número de dança apresentado pelos bailarinos Jaqueline Roque e Marcos Gattas durante a reunião: 



Rosa Neide e sua equipe acompanharam uma apresentação de dança com os bailarinos ciganos, Marcos Gattas e Jaqueline Roque, que também participaram da reunião. Duas lideranças nacionais integrantes da Roda Cigana – Rede Humanitária acompanharam a reunião, de forma online. Marcos Pantaleão, da zona da mata mineira (MG) e Francisco Lacerda de Figueira, da cidade de Sousa, na Paraíba, onde situa-se a maior comunidade cigana da América Latina, com mais de cinco mil pessoas.

O ofício é assinado em conjunto com a Associação Nacional das Etnias Ciganas (DF), demandante do projeto junto ao seu autor, o senador Paulo Paim (PT). Com o número PLS 248/2015, o projeto já foi aprovado no Senado Federal e está tramitando na Câmara dos Deputados desde o final de maio, quando o presidente Arthur Lira (PP), o despachou para ser analisado em várias comissões, incluindo a comissão de cultura.

Os presentes solicitaram à deputada a realização de audiência pública convidando lideranças ciganas de todas as unidades da federação, para debater a matéria, conforme estabelece a OIT 169, no caso dos povos tradicionais. Rosa Neide garantiu que será uma defensora do projeto na Câmara e ressaltou a importância do Estatuto para quebrar estereótipos históricos e ampliar a visibilidade dos povos ciganos, especialmente na educação, onde não são referidos nos livros didáticos e nem constam nos currículos.

“Os povos ciganos brasileiros podem contar com a nosso apoio ao projeto, principalmente nas áreas de educação e cultura. A matéria já chegou na comissão de Cultura e faremos o debate necessário, convocando uma audiência pública para quando voltar o recesso e convidando a todas as ciganas e ciganos brasileiros a participarem para discutir em conjunto”, garantiu Rosaneide, ao lembrar a importância da Lei Paulo Gustavo, que está sendo debatida na comissão, para o acesso à cultura de populações específicas.

“Estamos debatendo a criação da Lei Paulo Gustavo, que terá enfoque no audiovisual e as comunidades ciganas poderão participar, prevendo filmes para divulgação da sua rica cultura, até porque não temos nenhum material educacional e as comunidades ainda são invisíveis perante ao Estado e sofrem preconceitos”, declarou a parlamentar, informando que a secretária da comissão de cultura estava acompanhando a reunião e já está tomando todas as providências necessárias.

De acordo com o secretário da AEEC-MT, Aluízio de Azevedo, o projeto do Estatuto é estratégico para os povos ciganos. “O Estatuto é de suma para todos os três troncos étnicos ciganos brasileiros, os Calon, os Rom e os Sinti e seus inúmeros subgrupos, que atualmente, somam entre 500 mil a um milhão de pessoas, vivendo em todos os Estados Brasileiros. Estamos muito satisfeitos com o resultado da reunião”, destaca.



Estatuto dos Povos Ciganos

A propositura estabelece diretrizes para a garantia de direitos básicos para os povos ciganos em todos as áreas, como saúde, educação, habitação, esporte e lazer, cultura, trabalho, entre outros. De acordo com consulta realizada no último dia 11 de julho no Portal da Câmara, a proposição está sujeita à apreciação do plenário, com regime de tramitação definido como prioridade pelo Art. 151, II, RICD.

Consta também despacho da mesa diretora de 02 de junho, encaminhando às Comissões de Cultura; Educação; Seguridade Social e Família; Direitos Humanos e Minorias; Finanças e Tributação (Art. 54 RICD) e Constituição e Justiça e de Cidadania (Mérito e Art. 54, RICD). Em razão da distribuição a mais de três Comissões de mérito, a mesa diretora determinou a criação de Comissão Especial para analisar a matéria, conforme o inciso II do art. 34 do RICD.

A mesa também solicitou apensar-se a este a(o)PL-2703/2020, de autoria do deputado Filipe Barros (PSL), que também tem como objetivo a criação de um Estatuto Nacional dos Povos Ciganos.

Histórico

O projeto de Lei 248/2015, que cria o Estatuto dos Povos Ciganos, nasceu da vontade popular do movimento social cigano, uma iniciativa provinda do diálogo entre esta Associação Nacional das Etnias Ciganas (ANEC-DF) junto ao senador Paulo Paim.

Para debater a propositura durante sua tramitação no Senado Federal, com o apoio daquela Casa de Leis e do Ministério Público Federal, foi criado um grupo de trabalho no Whats App com a participação de lideranças ciganas brasileiras de várias etnias e diversos Estados, que puderam ler artigo por artigo do documento e contribuir com a análise dos digníssimos senadores.

Por causa da pandemia da Covid-19, o diálogo só ocorreu de forma online, não havendo possibilidade de debate e reflexão e contribuições presenciais. Diante deste cenário, a necessidade uma audiência pública desta Câmara dos Deputados de forma presencial, com transmissão online em tempo real e a participação do maior número de lideranças ciganas brasileiras, para debater o tema.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Exposição Fotográfica: estudantes ciganos de Goiás são destaque em evento da UFSCAR

 Minissérie Diva e as Calins de MT: exibida na abertura do evento, às 14h30 (Brasília) na Biblioteca

Produtos Culturais abordam a etnia Calon dos Estados de Goiás e Mato Grosso. Interessados podem conferir a exposição no período entre 08h e 21h.

A comunidade acadêmica da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), terá a oportunidade de conferir a partir desta segunda-feira (12.09), no piso 2 da Biblioteca Central, a exposição fotográfica “Quebrando o Estereótipo Cigano: enxergando através dos olhos das crianças Calon em Trindade, Goiás”.

Contando com fotos de autoria de estudantes ciganos da etnia Calon, do município de Trindade Goiás (GO), a exposição tem curadoria e organização de Mariana Sabino Salazar, do departamento de Espanhol e Português, da Universidade do Texas em Austin, Estados Unidos. Mariana está cumprindo uma extensa agenda de trabalho no Brasil e aproveitou para pesquisar a temática que aborda no trabalho de doutorado na instituição.

A sua pesquisa sobre estereótipos e autorrepresentação também será discutida no curso Tópicos de Cinema na América Latina, quando o Prof. Arthur Autran e Mariana abordarão amplamente o estereótipo do negro e a cigana nos cinemas mexicano e brasileiro.

A abertura do evento ocorrerá na terça-feira (13/09) e contará com a exibição de três curtas-metragens abordando mulheres ciganas de Mato Grosso. Os curtas são episódios da série Diva e as Calins de Mato Grosso, que integra o projeto “Diva e as Calins de MT: Ontem, Hoje e Amanhã”. Aprovado no Edital Conexão Mestres da Cultura, da Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de MT (SECEL-MT), o projeto premiou, por seus relevantes serviços prestados, como mestra da cultura mato-grossense, a raizeira e benzedeira cigana, Maria Divina Cabral, a Mestra Diva.

A Exposição segue até o dia 14/10 e é aberta também ao público em geral. De acordo com Mariana, será uma oportunidade muito rico levar para a academia trabalhos imagéticos que foram construídos por uma equipe cigana, como no caso do projeto Diva e as Calins, que foi executado pela Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso, com produção da Kaiardon Produções.

As fotografias expostas foram tiradas por alunos do 3º e 4º ano matriculados na Escola Municipal Juvenil de Freitas em Trindade durante a oficina “estereótipo e autorrepresentação” organizada por Maria Lucia Rodrigues a Mariana durante maio de 2022. “O nosso propósito é questionar a imagem do cigano na cultura popular brasileira. Uma imagem criada e promovida por pessoas pouco informadas que não pertencem a este grupo. Para desmontar o estereotipo do cigano, acredita-se na autorrepresentação como um potente antídoto. Nessa exposição, um grupo de crianças calon se mostram com seus próprios sonhos e dúvidas, assistindo a escola, fazendo parte da vida comunitária, divertindo-se com outras crianças”, explica a pesquisadora.

As crianças calon participaram de uma aula de fotografia e usaram câmeras descartáveis para obterem as imagens dessa exposição. Fotografaram em dois lugares e momentos específicos: Em um dia de atividades escolares e durante a celebração de Santa Sara Kali (dia do Povo Cigano no Brasil), celebrado a 24 de maio. Os seus nomes são: Renan Gabriel Suarez, Leandro Filho, Marcos Vinicius, Vitória Zamoro, Bruna Soares, Vitor Zamoro, Fernando Ferreira e Kave Soares.

Sinopse Diva e as Calins de Mato Grosso

Dirigido pelo cigano cineasta, Aluízio de Azevedo e com cinco episódios (8’ a 9’), a série homenageia, além de Diva, cinco mulheres ciganas raizeira e benzedeira, que reside no município de Rondonópolis (MT), também consideradas como mestras ciganas, cada uma delas foi homenageada com um episódio: sua tia Nerana Rodrigues (Tangará da Serra) e três primas, Irandi Rodrigues Silva (Cuiabá-Tangará da Serra), Nilva Rodrigues Cunha (Rondonópolis) e Terezinha Alves (Cuiabá).

Serviço

O que: Abertura da Exposição “Quebrando o Estereótipo Cigano: enxergando através dos olhos das crianças Calon em Trindade, Goiás”.

Quando: 13/09 Abertura e entre 12/09 e 14/10 aberta à visitação

Onde: Piso 2 da BCO

Horário da Abertura: 14h30 (horário de Brasília)