Formação é voltada para jovens ciganos ou pertencentes a povos e comunidades tradicionais
A Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT) lança, nesta terça-feira (30.05), o “Guia Prático para replicação para Povos Ciganos e Povos Tradicionais” do Curso de extensão “Juventude Cigana: da Invisibilidade à Comunicação Popular em Saúde”. A ação encerra as atividades do curso, que foi ofertado em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e teve como objetivo o combate às fake news e desinformação no campo da saúde pública.
O documento está disponível para baixar no seguinte link.
O curso ocorreu via Departamento de História da UFMT, por meio de Chamada Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília e Organização Pan-Americana de Saúde, com financiamento do governo do Canadá. O projeto contou ainda com as parceiras dos coletivos Orgulho Romani e Ciganagens e do projeto Mapas da Vida, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR).
O Guia de Replicação apresenta o passo-a-passo para que associações, coletivos e movimentos sociais de povos ciganos e/ou povos tradicionais possam reproduzi-lo em condições semelhantes aos que foram executados no curso de extensão. A formação ocorreu de forma online e beneficiou 21 jovens ciganos brasileiros, oriundos de 10 unidades federativas brasileiras: DF, GO, ES, MT, PA, PB, PE, PR, RJ e RN.
Além do conteúdo das oficinas, o guia conta com objetivos, metodologia, avaliação e programa, além de dicas para antes de começar o projeto e conselhos práticos referentes também a cada uma das oito sessões sugeridas, a exemplo de dinâmicas e exercícios. No caso do Juventude Cigana, as sessões ocorreram entre 28/02/2023 e 23/03/2023, com uma hora e meia de duração, às terças e quintas-feiras, entre 19h e 20h30 (horário de MT).
Sugere-se que os participantes recebam uma bolsa como ajuda de custo e que ao final sejam formados para a produção de conteúdos digitais nas áreas de saúde, considerando o combate à fake news e levando em conta modelos de comunicação e saúde que se preocupem com as realidades dos povos tradicionais.
O conteúdo apresentado foi construído pelos/as oficineiros/as: Aluízio Azevedo (AEEC-MT e Orgulho Romani), Aline Miklos (ativista Rom), Danillo Kalón (Ciganagens), Elisama Ximenes (Jornalista), Gabriela Marques (Orgulho Romani) e Roy Rogeres (Ciganagens). Já a diagramação é do artista visual Danillo Kalón, que também produziu a logomarca do projeto. A identidade visual e o social media do curso ficou a cargo de Rodrigo Zaiden, Diretor de Arte e Cultura da AEEC-MT.
Colonizar um povo é como
adestrar um boi. Ambas ações consistem na remoção da identidade, mudança de
território e condenação do modo de vida alheio. Essa é a associação que Antônio
Bispo dos Santos, também conhecido como Nêgo Bispo, faz em "A Terra Dá, a
Terra Quer".
Lançado nesta segunda (29), o
livro desmancha conceitos como ecologia, desenvolvimento e decolonialidade —a contraposição ao
pensamento de perspectiva colonialista e eurocêntrica.
O autor propõe o que chama de
contracolonialismo, que seria a recusa de um povo à colonização, o que, segundo
ele, é praticado há séculos por africanos, indígenas e quilombolas.
Nascido na comunidade Saco do Curtume, no
Piauí, Bispo ganhou notoriedade em movimentos sociais, na década de 1990,
quando chegou a se filiar a partidos políticos, que abandonou anos depois.
Desde então, se voltou para a defesa dos povos quilombolas.
Novo livro de Antonio Bispo dos Santos já está disponível
Em
"A Terra Dá, a Terra Quer", o sr. critica o colonialismo e se opõe à
chamada decolonialidade, termo cada vez mais usado em contraposição ao
pensamento colonial. Em vez disso, fala em contracolonialismo. Por quê? Só
pode ser decolonizado quem foi colonizado. Qualquer pessoa que se sinta
colonizada pode lutar para ser um decolonial.
Mas decolonialidade é uma teoria,
não trajetória. Nunca existiu um movimento decolonial que tenha atuado de forma
resolutiva em prol de um povo. O contracolonialismo é diferente. Os quilombos
não foram colonizados.
O povo da academia que se diz progressista e só lê autores europeus, sim,
precisa se decolonizar.
O
sr. também diz preferir usar ‘colonialismo’ a ‘racismo’. É bom discutir racismo, mas ele é apenas um dos elementos
colonialistas. Quando se fala em racismo, habitualmente as pessoas pensam na
sociedade eurocristã. O colonialismo vai além disso. É para todas as vidas
existentes.
Como
combater o colonialismo? Não
queremos matar os colonialistas. Por isso, falo ‘contracolonialismo’. É uma
fronteira que estamos estabelecendo entre nós e a sociedade eurocristã
monoteísta.
[O extinto
quilombo dos] Palmares poderia
ter destruído o Recife, mas não devemos destruir nada. Nossa proposta é dizer:
'Vivam do jeito de vocês e viveremos do nosso, mas, se porventura, perceberem
que o nosso é bom, nos deixem ensinar'.
Além do
contracolonialismo, o sr. destrincha o conceito de cosmofobia, que seria uma
desconexão entre a humanidade e a natureza. Se opondo a essa lógica, diz,
então, que não é humano, mas sim, quilombola. Em termos práticos, o que quer
dizer? O povo eurocristão
monoteísta tem medo do próprio Deus, da natureza, do cosmo. É tanto medo que
tem dificuldade de se relacionar com rios, terra, vento —daí a palavra
‘cosmofobia’.
Em Gênesis, quando Adão e Eva
estavam no caminho do Éden, interagiam com tudo, não precisavam trabalhar, se
submeter a uma ordem externa. Mas Deus humaniza eles, cria o terror e diz que a
terra será maldita porque comeram o fruto proibido. É a Bíblia que cria os
seres humanos —e quem está fora dela é selvagem.
Nós, quilombolas, convivemos em
harmonia com as demais vidas. Os quilombos são lugares de relacionamentos. As
cidades, de civilizações. Precisamos animalizar a humanidade e desumanizar a
animalidade.
Como
assim? Só os humanos usam a
linguagem escrita. Nós, outros seres, nos comunicamos de outras formas,
inclusive sonora. Passamos a vida ouvindo esse povo das escrituras dizer que
não sabemos ler. Ora, os humanos não sabem falar.
Ainda
nessa linha de escrita versus oralidade, o sr. diz que em comunidades
quilombolas as histórias são passadas de boca em boca, sem nenhuma monetização.
Por que decidiu se tornar escritor? Não
sou escritor. Sou uma pessoa que escreve para estabelecer uma fronteira entre
os saberes. Sou um lavrador que também lavra palavras.
Quando a escola escrita chegou à
nossa comunidade, no fim dos anos 1960, nosso povo se recusou a participar, mas
ao ver que perderia tudo se continuasse assim, colocou as crianças para estudar
a linguagem das escrituras. Entrei na escola para isso.
Me tornei um tradutor da
comunidade. Não vou negar que sei falar e escrever muito bem. Mas decidi
escrever somente três livros [dois foram lançados] porque sou mesmo da
oralidade.
Ao
traçar uma relação entre favelas e quilombos, o sr. critica programas como o
Minha Casa, Minha Vida e o antigo Fome Zero, os classificando como
colonialistas. Não há nada neles para elogiar? Nada é apenas bom ou apenas ruim. O problema desses
programas é que tiram das pessoas o direito de arquitetar, compor e plantar o
que querem. Claro, melhor ter Fome Zero do que deixar morrer de fome. É melhor
ter o Minha Casa, Minha Vida do que ficar na rua. Mas não são coisas para
festejar. São para escapar.
O Minha Casa, Minha Vida tirou a
laje das favelas. As casas são pequenas, não têm quintal. As pessoas ficaram
confinadas, sem festa.
No Piauí, o Fome Zero foi
lançado em Guaribas [município que, na época, era considerado um dos mais
pobres do país]. Nunca houve debate com as pessoas de lá. Falavam que ali era
pobre porque não tinha nem restaurante nem hotel, mas gente rica não precisa
disso.
O
sr. também critica alguns discursos ambientalistas. O que o levou a isso? Tem muito ambientalista que vive nas cidades mas quer
consertar a floresta. É engraçado. As cidades estão alagadas, cheias de lixo,
mas querem mexer onde não sabem viver.
O
livro traz a ideia de que, na prática, não há diferença entre gestão de
esquerda e de direita. Nos últimos anos, o Brasil entrou numa crescente
polarização política. Como analisa isso? A direita e a esquerda são maquinistas que dirigem o
mesmo trem colonialista. Escolher o vagão permite decidir os passageiros com
quem você vai viajar. Mas a viagem é a mesma, vai para o mesmo caminho.
É preciso uma mudança estrutural.
Cabe a nós, quilombolas e indígenas, extrair tudo o que pudermos deste Estado
para criar nossas próprias estruturas.
Lula não fez reforma agrária
favorável aos agricultores familiares porque não teve coragem. Fez reforma
agrária para o agronegócio. Ele diz que acabou com a fome do povo e fará isso
de novo. Ora, o que acabou, acabou. Se voltou é porque não acabou.
E quanto à gestão
Bolsonaro? Não tive a oportunidade de
extrair tanto dele, mas pude conhecer melhor o Estado e certas pessoas. Foi um
governo sem máscaras, literalmente —nem contra Covid nem política.
Também serviu para quebrar
alguns intermediários. Tinham setores da esquerda que nunca protagonizavam a
própria vida mas queriam mexer na nossa.
Para nós, quilombolas, foi o
momento de preparar nossas defesas e refletir. Agora, ninguém trata Lula igual
das outras vezes.
Há semelhanças entre Lula e
Bolsonaro? Qual a diferença entre Bolsonaro
e um governo que autoriza a mineração em território quilombola sem cumprir os
protocolos da Convenção 169? Do ponto de vista da mineração, não há diferença.
Quem manda são as mineradoras.
O que quero dizer é que, sim,
Bolsonaro e Lula são diferentes, mas essas diferenças não são tão favoráveis.
O que Lula fez para o povo
quilombola? Criou o quê? Qual é o nosso espaço de poder dentro deste governo?
Pergunto porque é dos amigos que a gente deve cobrar o melhor acolhimento.
Apesar de hoje dizer que direita
e esquerda caminham juntas para o mesmo destino, o sr. já foi filiado ao PSB e
ao PT, considerados de esquerda. O que fez se desvincular desse meio? Atuei em movimento sindical, partido e
movimentos sociais por um bom tempo. Ao contrário da minha criação, me deparei
com um conhecimento todo escriturado. Tentaram me convencer de que a sociedade
era composta por duas classes, a trabalhadora e a patronal. Eu nasci e me criei
na roça, numa comunidade quilombola. Como lavrador, nunca fui ou tive patrão.
Também diziam que os quilombos
são formados por povos que fugiram da escravidão. Isso é muito pouco. [Na época
da escravidão] Você podia fugir e aceitar trabalhar na condição dos colonos,
mas não foi o que aconteceu com os quilombolas. Os quilombos continuam
resistindo ao sistema como um todo.
Desde então, qual sua relação
com a política? A última vez que votei foi em
1996, e em 1998, me desvinculei do movimento sindical. Hoje participo de uma
mobilização para estruturamos a nossa comunidade. Essa é a nossa grande luta de
defes
RAIO-X | ANTÔNIO BISPO DOS
SANTOS, 63
É membro da comunidade Saco do Curtume, no Piauí, onde atua em defesa dos povos
quilombolas. Seus livros lançados são "Colonização, Quilombos, Modos e
Significações" e "A Terra Dá, a Terra Quer".
Tia Nerana Rodrigues sempre trabalhou como agricultora e é reconhecida pela amorisidade
Cada semana de maio estamos lançando um dos cinco episódios da minissérie no canal do YouTube da AEEC-MT, em comemoração ao Dia Nacional dos Ciganos
O quinto
episódio desta temporada da série Diva e as Calins de MT, com a agricultora
Nerana Rodrigues (Tangará da Serra) vai ao ar às 14h da próxima quarta-feira (31
de maio). O mês de maio foi escolhido para a divulgação da série por ser quando
comemoramos o dia Nacional dos Ciganos (24 de maio), desde 2006.
Tia Nerana, como é mais conhecida, nasceu em Minas Gerais e passou boa parte da vida vivendo nas barracas e
viajando nos lombos dos cavalos, pelos sertões goianos e mato-grossenses, até
fixar residência, no município de Tangará da Serra.
Uma das mais respeitadas
matriarcas calin em MT, tia Nerana é casada com Eurípedes Alves Pereira e reconhecida pela amorosidade, pela generosidade e as
mãos boas para as plantas, fala sobre como era a vida das mulheres ciganas no
passado e como atualmente, conseguem estudar e se empregam no mercado de
trabalho formal.
Temporada 1
- A série começou
a ser exibida em 04 de maio (quinta-feira), com o episódio 1, que conta a
história de vida da raizeira e benzedeira de etnia Calon, Maria Divina Cabral,
a Diva, reconhecida como Mestra da Cultura Mato-grossense.
O episódio
(2) Água trouxe as narrativas da assistente social, Terezinha Alves, que atualmente
é diretora de Habitação e Assistência Social da AEEC-MT, é conselheira nacional
de Igualdade Racial (CNPIR-Ministério da Igualdade Racial) e integra o Comitê
Estadual dos Povos e Comunidades Tradicionais de MT (CEPCT-MT).
O episódio
(3) ar aborda as memórias da comerciante e viúva, Nilva Rodrigues Cunha, do
município de Rondonópolis. Ela é uma exímia contadora de causos e faz questão
de manter os trajes tradicionais e a língua cigana.
O episódio
(4) Fogo retrata a professora Irandi Rodrigues Silva estrela o episódio e conta
como aprendeu a ler escrevendo o nome no chão e depois passou 25 anos
alfabetizando numa escola estadual.
A série integra o projeto “Diva
e as calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, aprovado no Edital Conexão
Mestres da Cultura, da lei Aldir Blanc, da Secel-MT.
Pelo ineditismo no reconhecimento e na conservação
do patrimônio imaterial brasileiro e da diversidade cultural nacional, a
iniciativa e seus produtos transmídias, incluindo a série, foi uma das cinco
vencedoras do prêmio Rodrigo Mello Franco / 2033, concedido pelo IPHAN.
Lu Ynaiah, cigana de etnia Rom Kalderash, comenta sobre o dia nacional dos ciganos
O dia 24 de Maio foi instituído como Dia
Nacional do Cigano em 25 de Maio de 2006 pelo então Presidente Luiz Inácio Lula
Da Silva. Em 2013, ocorreu o Brasil Cigano quando se discutiu Políticas de
atendimento à População Cigana, mas quais foram as mudanças concretas desde
então?
No Brasil afora, nos
deparamos com situações discriminatórias dirigidas aos ciganos. Vários
municípios da União têm a política de que os ciganos são bem-vindos, desde que,
não seja em suas cidades; são considerados "gatunos", enganadores,
etc.
É cantado em verso e
prosa o quão bela é a cultura cigana. Obviamente, desde que atendam aos
estereótipos e a imagem social que lhes foi atribuída: povo pacífico, com suas
roupas coloridas, com seus violinos, ao redor da fogueira com suas belas
mulheres a executar passos de dança.
Há que se saber que
muitos ciganos se dedicam as artes da música e da dança como sobrevivência,
assim como ao circo e outras modalidades artísticas. Mas nem todos os ciganos
são profissionais da arte.
Muitos dedicam-se ao
comércio, a fabricação de utensílios, muitos hoje estão "bem
adaptados" a sociedade e passam desapercebido aos olhos dos não-ciganos.
Porém, muitos existem, persistem, resistem e continuam a divulgar a cultura.
Também temos ciganos que
sobrevivem em acampamentos e, neste caso, são os mais vulneráveis a
discriminação, descaso, falta de políticas sociais; que vivem nas barracas
muitas vezes sem saber se terão alguma comida no prato no dia seguinte.
Há que se valorizar todos
esses que divulgam a Cultura; mas não podemos esquecer de forma alguma do
segmento mais sofrido e temos o dever de seguir adiante buscando a garantia dos
direitos básicos enquanto cidadãos brasileiros.
Infelizmente, além de
todas essas dificuldades temos que lidar com a distorção e apropriação cultural.
Neste Dia Nacional do Cigano deixarei meu abraço aos irmãos que: existem, insistem,
persistem e resistem!
A reportagem foi ao ar nesta terça-feira (24 de maio)
Confira a entrevista
exclusiva que o Assessor para Ciência e Comunicação da AEEC-MT, Aluízio de
Azevedo, concedeu para a repórter Ana Paula Ziglio, do programa Rádio News,
apresentado pelo jornalista Bruno Giannini, na Rádio Estrela FM (94,5 FM).
O programa, que teve como foco a presença dos povos ciganos no Brasil, pode ser
conferido na íntegra no site da emissora, no link: www.estrelafm.net
Na entrevista, o cigano e
pesquisador de etnia Calon, fala sobre vários assuntos relativos ao universo Romani.
Entre eles, as pautas e
demandas dos povos Ciganos no século XXI e ressalta as diferenças étnicas entre
os três principais grupos, os Calon, os Rom e os Sinti.
Na pauta, Aluízio, que
também é jornalista, alerta para importância da visibilidade e da autorrepresentação
para a quebra de preconceitos, estereótipos, discriminações; bem como o combate
ao racismo estrutural que atinge essas populações.
Irandi Rodrigues Silva conta como era a vida cigana na sua infância
O dia nacional
dos ciganos está chegando, é na próxima quarta-feira, 24 de maio.
Para
comemorar a data, a AEEC-MT lança o quarto episódio da série Diva e as Calins
de MT.
A professora
aposentada Irandi Rodrigues Silva estrela o episódio e conta como aprendeu a
ler escrevendo o nome no chão e depois passou 25 anos alfabetizando numa escola
estadual, no município de Tangará da Serra (MT).
Cada semana de maio estamos
lançando um dos cinco episódios da minissérie no canal do YouTube da AEEC-MT,
em comemoração ao Dia Nacional dos Ciganos.
A minissérie integra o projeto “Diva
e as calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, aprovado no Edital Conexão
Mestres da Cultura, da lei Aldir Blanc, da Secel-MT.
O projeto na íntegra, que inclui a Exposição Multimídia CALIN, pode ser acessada na plataforma: www.galeriacalin.com.
O projeto Diva e as Calins também contou com a Exposição Multimídia Calin, que trouxe 35 mulheres ciganas de Tangará, Cuiabá e Rondonópolis, entre elas, a Servidora Pública, Erlaine Rodrigues
Ineditismo e reconhecimento nacional pelo IPHAN
Pelo ineditismo no reconhecimento e na conservação do patrimônio imaterial brasileiro e da diversidade cultural nacional, a iniciativa e seus produtos transmídias, incluindo a série, foi uma das cinco vencedoras do prêmio Rodrigo Mello Franco / 2033, concedido pelo IPHAN.
O quarto episódio enfoca nas
memórias da professora aposentada, Irandi Rodrigues Silva (Cuiabá-Tangará da
Serra), exemplo de superação de todas as barreiras da exclusão e dos
estereótipos acerca das mulheres ciganas.
Prima-irmã de Diva, Irandi aprendeu a
ler e a escrever o nome aos 8 anos, com um graveto no chão, após uma moça não
cigana casar-se com o seu tio acompanhar o grupo e ensiná-la.
O primeiro
contato com lápis e caderno foi aos 13 anos, quando o pai contratou essa tia
para ensiná-la e os seis irmãos o básico da escrita em casa.
Após casar-se
estudou, graduou-se e trabalhou 25 anos alfabetizando numa escola
estadual.
Ficha Técnica
Realização: Lei Aldir Blanc,
SECEL-MT
Apresentação: Associação Estadual
das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)
Direção Geral: Aluízio de Azevedo
Codireção: Rodrigo Zaiden e Karen
Ferreira
Roteiro e Pesquisa: Aluízio de
Azevedo
Produção Executiva: Fernanda
Alves Caiado e Lucélia Márcia Pereira de Lima
Assistente de Produção Executiva:
Jéssika Lorraine
Produção: Kaiardon Produções
Produções locais: Nilva
Rodrigues, Suiany Pereira, Rosana Cristina Alves de Matos, Audelena Dias Cabral
Direção de Fotografia: Karen
Ferreira
Direção de Arte: Rodrigo Zaiden
Direção de Programação: Terezinha
Alves
Edição: Juliana Corso
Montagem: Aluízio de Azevedo e
Juliana Corso
Trilha Sonora Original: Aline
Miklos e Arian Houschmand
Finalização e Colorização: Isabela
Padilha
Assessoria de Comunicação:
Aluízio de Azevedo
Lay out e Identidade Visual:
Vicente Albuquerque de Maranhão
Assistente de arte e
caracterização: Alisson Rangel
Som Direto e Desenho de som:
Manoel Neto
Parceria musical: projeto
Kalo Chiriklo / Banda Pájaro Negro: Ramajana, Canto Del Gitano, Clavo Santo,
Fantasía e Vanushka
Contabilidade: Adriana Rodrigues
Angola
Texto: Assessoria para Ciência e Comunicação da
AEEC-MT
Durante cada semana de maio
lançaremos um dos cinco episódios da minissérie no canal do YouTube da AEEC-MT.
Os outros dois episódios, com a
Mestra Diva e Terzinha Alves podem ser acessados no Canal do YouTube da @aeecmt
no link: https://www.youtube.com/@aeecmt7993
A série integra o projeto “Diva
e as calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, aprovado no Edital Conexão
Mestres da Cultura, da lei Aldir Blanc, da Secel-MT
O terceiro episódio aborda a
história da ativista e negociante, Nilva Rodrigues Cunha, que reside em
Rondonópolis. Prima-irmã de Diva; ela é diretora de mulheres da AEEC-MT, é
ativista política há mais de 30 anos e uma das principais mantenedoras da tradição
cigana no aspecto dos trajes tradicionais femininos. Nilva domina a língua
cigana e é uma contadora de histórias natas, transformando-se numa referência
de luta e articulação política dentro e fora da comunidade cigana
mato-grossense.
Durante cada semana de maio
lançaremos um dos cinco episódios da minissérie no canal do YouTube da AEEC-MT.
O primeiro episódio que traz
vida da Mestra da Cultura Mato-grossense, a raizeira e benzedeira de etnia
Calon, Maria Divina Cabral, a Diva, no link: : https://www.youtube.com/@aeecmt7993.
A série, que integra o projeto
“Diva e as calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, aprovado no Edital
Conexão Mestres da Cultura, da lei Aldir Blanc, da Secel-MT.
O segundo episódio traz as narrativas da assistente social Terezinha Alves (Cuiabá). Prima de Diva, também nascida em uma barraca, ela foi a primeira calin em MT a cursar o ensino superior, graduando-se em serviço social na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Uma das fundadoras e diretora de mobilização da AEEC-MT, Terezinha atualmente representa os povos ciganos como conselheira do Conselho Nacional de Igualdade Racial (CNPIR), bem como no Comitê Estadual dos Povos e Comunidades Tradicionais de Mato Grosso (CEPCT-MT).
Reconhecimento nacional pelo IPHAN
Pelo ineditismo no reconhecimento e na conservação
do patrimônio imaterial brasileiro e da diversidade cultural nacional, a
iniciativa e seus produtos transmídias, incluindo a série, foi uma das cinco
vencedoras do prêmio Rodrigo Mello Franco / 2033, concedido pelo IPHAN.
Ficha Técnica
Realização: Lei Aldir Blanc,
SECEL-MT
Apresentação: Associação Estadual
das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)
Direção Geral: Aluízio de Azevedo
Codireção: Rodrigo Zaiden e Karen
Ferreira
Roteiro e Pesquisa: Aluízio de
Azevedo
Produção Executiva: Fernanda
Alves Caiado e Lucélia Márcia Pereira de Lima
Assistente de Produção Executiva:
Jéssika Lorraine
Produção: Kaiardon Produções
Produções locais: Nilva
Rodrigues, Suiany Pereira, Rosana Cristina Alves de Matos, Audelena Dias Cabral
Direção de Fotografia: Karen
Ferreira
Direção de Arte: Rodrigo Zaiden
Direção de Programação: Terezinha
Alves
Edição: Juliana Corso
Montagem: Aluízio de Azevedo e
Juliana Corso
Trilha Sonora Original: Aline
Miklos e Arian Houschmand
Finalização e Colorização:
Isabela Padilha
Assessoria de Comunicação:
Aluízio de Azevedo
Lay out e Identidade Visual:
Vicente Albuquerque de Maranhão
Assistente de arte e
caracterização: Alisson Rangel
Som Direto e Desenho de som:
Manoel Neto
Parceria musical: projeto
Kalo Chiriklo / Banda Pájaro Negro: Ramajana, Canto Del Gitano, Clavo Santo,
Fantasía e Vanushka
Contabilidade: Adriana Rodrigues
Angola
Texto: Assessoria para Ciência e Comunicação da
AEEC-MT