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segunda-feira, 15 de julho de 2024

10 filmes para conhecer os povos ciganos

 

Produções apresentam tradições e combatem estereótipos vinculados a essa população tradicional

By Leonardo Valle, 15 de Julho, 2024 

Filmes podem ser uma forma de combater o racismo contra o povo cigano e os inúmeros estereótipos vinculados a ele. Entre os principais, está o erro de achar que povo tradicional é uma religião, é místico ou que está vinculado a atos ilícitos.

“Um desafio é nossa representação de forma verdadeira, já que a grande mídia, por exemplo, geralmente traz notícias de ciganos quando há crimes e brigas em família”, lembra o jornalista, cineasta calón de tradição circense, Roy Rogeres Fernandes Filho.

O Brasil possui três etnias ciganas: Calon (desde 1574), Rom e Sinti (chegadas no século XIX). “O audiovisual produzido por ciganos, por exemplo, mostra que somos povos múltiplos e distintos entre si em relação a costumes, línguas e fenótipos. Em comum, porém, está nosso pleito políticas públicas básicas voltados ao nosso povo”, destaca Filho, que é membro do coletivo Ciganagens.

“Os filmes são uma ferramenta importante para a conscientização, especialmente documentário, que é um gênero utilizado por nós para apresentar conhecimento e informações das nossas culturas e tradições; para preservar memórias; contar nossas histórias, e contribuir para que outras gerações acessem esses conhecimentos”, lista Filho.

A seguir, conheça 10 filmes, documentários, séries e curtas-metragens que ajudam a conhecer melhor o povo cigano.

Latcho Drom (1993)

Traduzido como “estrada segura”, o premiado documentário francês acompanha músicos e dançarinos ciganos itinerantes enquanto viajam. Eles saem da Índia e passam pelo Egito, Turquia, Romênia, Hungria, República Tcheca, Alemanha e França, até chegarem à Espanha. É dirigido pelo diretor franco-argelino, Tony Gatlif, de etnia cigana. Classificação indicativa: Livre. 


Pavee Lackeen: A Cigana (2005)

 

O documentário acompanha Winnie, uma garota Pavee (nome atribuído aos ciganos na Irlanda) de dez anos que vive com a sua mãe e irmãos em um trailer no distrito industrial de Dublin. Sua mãe, Rose, luta para encontrar uma melhor habitação para a sua família. Classificação indicativa: 14 anos. 

 

Apenas o vento (2012)

Baseado em fatos reais, retrata uma onda de assassinatos em agrupamentos ciganos no interior da Hungria, onde os responsáveis pelos crimes ficaram impunes. Enquanto isso, a comunidade cigana local tenta levar uma vida normal. Classificação indicativa: 16 anos.  

 

Transylvania (2006)

Outro filme do cineasta de ascendência cigana Tony Gatlif,  narra a história de Zingarina, uma mulher grávida que viaja com sua amiga Marie à Transilvânia, na Romênia. Ela está à procura do homem que ama, Milan que conheceu na França, mas que partiu sem explicação. Ao reencontrá-lo, Milan a rejeita. Sua vida começa a melhorar quando ela conhece Tchangalo, um homem solitário que, assim como ela, é livre. Classificação indicativa: 16 anos. 

 

O estrangeiro louco (1997)

Dirigido por Tony Gatlif, acompanha o músico francês Stéphane, que anda pela Roménia em busca de uma cantora cigana que apenas conhece pela voz, graças a fitas cassetes que seu pai ouvia antes de morrer.  Ele chega a uma aldeia cigana, que o hospeda. Classificação indicativa: 12 anos.

 

Swing (2002)

Max, de 10 anos, torna-se fã de jazz cigano quando ouve o virtuoso guitarrista Miraldo. Essa paixão o leva à parte cigana da cidade, onde começa a ter aulas de guitarra com seu ídolo e faz amizade com Swing, uma menina da sua idade. Também dirigido pelo cineasta cigano cigana Tony Gatlif. Classificação indicativa: sem informação.

 

“Gipsy side” (2006)

Documentário  de Gát Balázs sobre rap cigano. Mario, Luiggi, Mr. Joker e outros membros do grupo Rap-Port explicam por que o rap negro compartilha origens comuns com a música roma. Os adolescentes oferecem uma aula introdutória sobre a cultura hip-hop em Budapeste. 

 

DEBAIXO DAS LONAS tudo é mais bonito! (2022)

Dirigido por Roy Rogeres Filho, o documentário aborda história da irmã do diretor, Irismá Fernandes, conhecida como “Tati, a Cigana”. Pertencente a etnia Calón, é uma artista da terceira geração de famílias ciganas e de tradição circenses do Brasil. Viveu itinerante em mais de vinte circos até fixar acampamento na comunidade Umburaninha, na Bahia. Filha primogênita, assumiu a responsabilidade de manter e repassar as tradições ciganas e circenses após seu pai ser assassinado durante um espetáculo. Foto: Bárbara Jardim/Divulgação. Pode ser assistido no YouTube.

 

É Kalon: Olhares Ciganos (2011)

Dirigido pelo cineasta cigano Aluízio Azevedo, esse documentário apresenta o cotidiano de um grupo Kalon, formado por cerca de 200 pessoas, que vivem e percorrem o Estado de Mato Grosso há mais de 80 anos. Fé, valores, conhecimentos e maneira de viver são os fios condutores da produção. Disponível no YouTube.

 

Série Diva e as Calins de MT (2021)

Série de cinco curtas-metragens dirigidos por Aluízio Azevedo sobre cinco ciganas da etnia calón moradoras do Mato Grosso. O primeiro enfoca a história de Mestre Diva, que nasceu a 25 de setembro de 1954, em uma barraca, num acampamento na cidade de Mineiros (GO). Ela viveu boa parte de sua vida trafegando pelos Estados da região Centro-oeste, até fixar residência em Rondonópolis. Os outros episódios apresentam a história de Terezinha AlvesNilva RodriguesIrandi Rodrigues e Nerana Rodrigues Pereira.

 Disponível em: https://igualize.com/10-filmes-para-conhecer-o-povo-cigano/ 

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