História e cultura dos
ciganos luso-brasileiros
O ciclo propõe apresentar
aspectos culturais, históricos e artísticos dos ciganos de origem ibérica,
chamados calon, que perfazem atualmente a maior parte dos ciganos brasileiros.
A presença dos ciganos em
Portugal remonta ao século XVI, quando entraram pela fronteira da Estremadura
espanhola, sendo inicialmente mal-recebidos devido à estereótipos negativos que
circulavam sobre eles. Ao longo dos séculos, enfrentaram perseguições,
interdições e massacres, o que incentivou seu nomadismo, embora atualmente o
sedentarismo predomine. Os ciganos portugueses começaram a chegar ao Brasil no
século 16, em fluxo intermitente, que se acentuou a partir dos anos 70 do
século 20.
Os ciganos calon, a
partir de sua vinda da Europa para o Brasil em meados do século XVI,
instituíram uma nova etapa na constante diáspora ao redor do globo. A
itinerância forçada pelo país trouxe consigo poucas opções de formação
profissional e ascensão social.
Para espantar a tristeza,
a música advinda das Trovas do Jaimpem, do dedilhar de um violão (pouco comum),
ou das cantigas entoadas pelos pais para embalar o sono das crianças, faziam
dos dias tristes mais alegres, e ajudavam a suportar a melancolia de suas
lembranças. Essa “escola musical” calon, embora de caráter milenar, nunca foi
instrumentalizada por meio de uma teoria musical sólida, sendo sua repercussão
dada por meio de improvisos e adaptações de ritmos locais.
A falta de oportunidades
não permitia a revelação dos talentos calon na música dita tradicional,
entretanto, atualmente estão conseguindo algum destaque no meio artístico
através de nomes populares de ascendência regionalizada, com alguns expoentes
conhecidos nacionalmente. Seus estilos são atualizados pelas novas tendências
da indústria musical e pela demanda por um ritmo e composição de letra que
privilegie o cotidiano boêmio.
Atividade em rede com
o Sesc São Caetano.
Com Jucelho
Dantas da Cruz, cigano calon, doutor em Ciências Biológicas pela UNESP e
professor titular da UEFS. Suplente na representação dos povos ciganos no
Conselho Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais
(Cespct), junto a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia
(Cespct/Sepromi-BA).
Com Igor Shimura,
professor, defensor de direitos humanos e presidente do Instituto PluriBrasil.
Conselheiro titular no Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes
e Apátridas (CERMA/PR). Doutor em Antropologia, filiado à Associação Brasileira
de Antropologia (ABA) e à Gypsy Lore Society (GLS).
Com Jeancarlo
Fonseca, representante étnico da comunidade imigrante cigana Calon
Portuguesa no sul do Brasil. Comerciante, ativista pelos direitos humanos,
membro do Instituto PluriBrasil.
Com Luiz Zanata
da Silva Dantas (Breno Cigano), cigano da etnia calon, compositor e
intérprete.
Com Zanata
Ribeiro Dantas, cigano da etnia calon, foi suplente da representação dos
Povos Ciganos na Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e
Comunidades Tradicionais (CESPCT), ligado à SEPROMI no Estado da Bahia.
Comerciante, cantor e compositor.
Com Givanildo
Custodio, tecladista e cantor. Acompanha músicos ciganos do Nordeste.
Com Zico,
sanfoneiro cigano calon autodidata, morador do Estado de São Paulo.
Com Lourdes
Corrêa (Lú Ynaiah), psicóloga, ativista de direitos humanos com
ênfase nos direitos dos povos ciganos. Membro Titular Representante dos Povos
Ciganos no Comite Gestor do Plano de Ação para Políticas Públicas biênio
2025-2027.
Disponível em: https://www.sescsp.org.br/programacao/entre-fados-e-trovas-a-cultura-cigana-calon-e-as-conexoes-transatlanticas/

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