segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Entre fados e trovas: a cultura cigana calon e as conexões transatlânticas

 

História e cultura dos ciganos luso-brasileiros

O ciclo propõe apresentar aspectos culturais, históricos e artísticos dos ciganos de origem ibérica, chamados calon, que perfazem atualmente a maior parte dos ciganos brasileiros.

A presença dos ciganos em Portugal remonta ao século XVI, quando entraram pela fronteira da Estremadura espanhola, sendo inicialmente mal-recebidos devido à estereótipos negativos que circulavam sobre eles. Ao longo dos séculos, enfrentaram perseguições, interdições e massacres, o que incentivou seu nomadismo, embora atualmente o sedentarismo predomine. Os ciganos portugueses começaram a chegar ao Brasil no século 16, em fluxo intermitente, que se acentuou a partir dos anos 70 do século 20.

Os ciganos calon, a partir de sua vinda da Europa para o Brasil em meados do século XVI, instituíram uma nova etapa na constante diáspora ao redor do globo. A itinerância forçada pelo país trouxe consigo poucas opções de formação profissional e ascensão social.

Para espantar a tristeza, a música advinda das Trovas do Jaimpem, do dedilhar de um violão (pouco comum), ou das cantigas entoadas pelos pais para embalar o sono das crianças, faziam dos dias tristes mais alegres, e ajudavam a suportar a melancolia de suas lembranças. Essa “escola musical” calon, embora de caráter milenar, nunca foi instrumentalizada por meio de uma teoria musical sólida, sendo sua repercussão dada por meio de improvisos e adaptações de ritmos locais.

A falta de oportunidades não permitia a revelação dos talentos calon na música dita tradicional, entretanto, atualmente estão conseguindo algum destaque no meio artístico através de nomes populares de ascendência regionalizada, com alguns expoentes conhecidos nacionalmente. Seus estilos são atualizados pelas novas tendências da indústria musical e pela demanda por um ritmo e composição de letra que privilegie o cotidiano boêmio.

Atividade em rede com o Sesc São Caetano.


Com Jucelho Dantas da Cruz, cigano calon, doutor em Ciências Biológicas pela UNESP e professor titular da UEFS. Suplente na representação dos povos ciganos no Conselho Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (Cespct), junto a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia (Cespct/Sepromi-BA).

Com Igor Shimura, professor, defensor de direitos humanos e presidente do Instituto PluriBrasil. Conselheiro titular no Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas (CERMA/PR). Doutor em Antropologia, filiado à Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e à Gypsy Lore Society (GLS).

Com Jeancarlo Fonseca, representante étnico da comunidade imigrante cigana Calon Portuguesa no sul do Brasil. Comerciante, ativista pelos direitos humanos, membro do Instituto PluriBrasil.

Com Luiz Zanata da Silva Dantas (Breno Cigano), cigano da etnia calon, compositor e intérprete.

Com Zanata Ribeiro Dantas, cigano da etnia calon, foi suplente da representação dos Povos Ciganos na Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT), ligado à SEPROMI no Estado da Bahia. Comerciante, cantor e compositor.

Com Givanildo Custodio, tecladista e cantor. Acompanha músicos ciganos do Nordeste.

Com Zico, sanfoneiro cigano calon autodidata, morador do Estado de São Paulo.

Com Lourdes Corrêa  (Lú Ynaiah), psicóloga, ativista de direitos humanos com ênfase nos direitos dos povos ciganos. Membro Titular Representante dos Povos Ciganos no Comite Gestor do Plano de Ação para Políticas Públicas biênio 2025-2027.

Disponível em: https://www.sescsp.org.br/programacao/entre-fados-e-trovas-a-cultura-cigana-calon-e-as-conexoes-transatlanticas/  


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