quarta-feira, 24 de maio de 2017

Ser Cigano


Gosto de ser cigano
Seguir no mundo a andar
Andar pelo barco do mundo
No barco do amor amar.

Ser cigano seguindo o tempo
E bem com o pé na estrada
Viajando eternamente,
Pela viagem do céu expoente

Seguindo na carruagem
Na vida que vai de repente
No repente da polca se faz
E refaz, nos moinhos de ventos

As estrelas, o sol e a lua
São seus guiadores eternos
Eternamente no tempo
Trazendo o tempo terreno

Na carroça da vida ele vai
Vai indo nos caminhos de paz
Levando os encantos divinos
Da lua madrinha quem traz

Poema: Aluízio de Azevedo

04/12/2006

terça-feira, 23 de maio de 2017

A Liberdade na Aprendizagem Ambiental Cigana dos Mitos e Ritos Kalon



Dissertação de mestrado: A Liberdade na Aprendizagem Ambiental Cigana dos Mitos e Ritos Kalon

A abordagem trata da mitologia cigana e a educação não formal de um grupo cigano Kalon no Mato Grosso.

Finalizei em maio de 2009 e trata sobre essas culturas tão misteriosas que se agrupam sobre o termo genérico de “povo cigano”.

Além de também revelar um pouco mais sobre minha constituição identitária, já que sou mestiço a cigano kalon e luto por essa causa justa de viver em Liberdade na Aprendizagem Ambiental Cigana. 

A orientação foi brilhante da doutora Michèle Sato.

Resumo:

O passeio pelo universo cigano se construiu a partir de um grupo Kalon específico e bem localizado espacialmente no Estado de Mato Grosso, que reúne uma população aproximada de 300 pessoas (96 famílias). O diálogo estabelecido, calcado na fenomenologia do imaginário, proporciona uma viagem pela liberdade da aprendizagem ambiental cigana, manifesta no culto à vida e na aceitação absurda do destino humano, que oscila ora ofertando temperos e sabores da comida farta nas festas de casamentos, nascimentos, aniversários e batizados, ora nos dissabores, problemáticas, sofrimentos, traumas e dores trazidos pelas doenças e mortes. 

Os mitos e ritos do grupo pesquisado trazem uma cosmologia onde o meio-ambiente ocupa um papel fundamental na construção de sua (s) identidade (s) cultural (is). Os quatro elementos (água, terra, fogo e ar) dão o tom nas narrativas, permeiam os imaginários e estruturam as vivências, acontecimentos e significados das tramas das várias existências ciganas, sejam eles caóticos ou harmoniosos. O conto de Lena e o drama da morte no fogo foram a porta de entrada da pesquisa, ancorada em Gaston Bachelard e sua “psicanálise do fogo”. 

A Educação Ambiental (EA) pós-crítica proposta por Sato, Passos e Tristão consolidou um diálogo fluídico e dialógico, além de oferecer os métodos qualitativos, inscritos numa etnografia de cunho participante, já que pertenço ao grupo pesquisado. Portanto, de cunho híbrido, a metodologia garantiu três dimensões fenomenológicas: (a) os espaços identitários subjetivos de cada sujeito (monoculturalismo – EU), (b) as lutas das tribos, guetos ou grupos (multiculturalismo – OUTRO), e (c) a capacidade inventiva de perceber o mundo para além de nossas próprias lutas, assumindo o tecido emaranhado do mosaico internacional (interculturalismo – MUNDO).

Ela está disponível e pode ser baixada no Domínio Público: 


e também no site do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da UFMT: