sábado, 30 de julho de 2022

Alesp adia para setembro debate projeto que cria Estatuto dos Povos Ciganos

Nova data será divulgada em breve

A Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) adiou para o mês de setembro reunião que ocorreria nesta terça-feira (02.08), às 19h, para debater projeto de lei do Senado (PLS) 248 de 2015, que cria o Estatuto Nacional dos Povos Ciganos. De autoria do senador Paulo Paim (PT), que já confirmou presença, o projeto foi aprovado em instância terminativa no Senado por Unanimidade no último dia 24 de maio – dia nacional dos Ciganos e agora tramita na Câmara Federal, com o número 1.387/22.

O debate foi cancelado pois ocorreria de forma híbrida, sendo presencial no auditório Teotônio Vilela e online, entretanto houve problemas para realizar a parte online.

O encontro é uma iniciativa do deputado Paulo Fiorilio, com o apoio da ANEC-DF e da Roda Cigana – Rede Humanitária, que é coordenada pela ativista e produtora cultural, Lu Ynaiah e congrega mais de 60 Organizações Não-governamentais (ONGs) e coletivos de vários segmentos, mas principalmente, dos povos ciganos.

Lideranças Ciganas de todo país participarão do evento. Entre elas, o Assessor para Ciência e Comunicação da Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), Aluízio de Azevedo, também integrante da Roda Cigana e Conselheiro Nacional de Promoção de Igualdade Racial (CNPPIR).

Também já confirmaram presença no evento, o presidente da ANEC-DF, Wanderley da Rocha, o ativista e integrante da Roda Cigana - Rede Humanitária, Marcos Pantaleão (MG), as lideranças da comunidade cigana de Souza (PB), Francisco Alfredo Maia, Cícero Romão Batista, Francisco Vidal Pereira e Francisco Lacerda de Figueiredo e Cícero Romão; o músico e presidente da União Cigana do Brasil (UCB), Marcelo Vacite (RJ), Saulo Yanowich, da Federação Romani (RJ) e o professor doutor, Jucelho Dantas (BA).

Além das lideranças ciganas, ainda participarão no debate, o deputado Lindolfo Pires (PB) e os procuradores da república Luciano Mariz Maia (Distrito Federal), José Godoy (Souza – PB) e Walter Rothemburg (São Paulo - SP), contribuindo com o debate para a aprovação do Estatuto dos Povos Ciganos, que trará políticas afirmativas em todos os serviços cidadãos, como saúde, educação, cultura, esportes, trabalho, habitação, previdência social etc.

A tramitação do projeto 1387/22 pode ser acompanhada no site da Câmara dos Deputados aqui.

Texto: Assessoria de Comunicação AEEC-MT

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Comunidade Cigana de Rondonópolis apresenta demandas ao Secretário Municipal de Cultura

 

Secretário Municipal de Cultura de Rondonópolis Pedro Augusto e as calins, Érica Rodrigues Cunha (esquerda), Nilva Rodrigues Cunha e Débora Rodrigues.

A diretora de Mulheres da Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), Nilva Rodrigues Cunha, participou, na manhã desta quarta-feira (27.07), de reunião com o secretário municipal de Cultura de Rondonópolis, Pedro Augusto Carvalho.

Nilva e suas primas, as duas irmãs Débora Rodrigues e Érica Rodrigues Cunha, também integrantes da AEEC-MT, protocolaram junto à secretaria um ofício com as principais demandas da comunidade no município.

Entre as demandas, estavam: a concessão de um espaço para funcionamento da filial da AEEC-MT em Rondonópolis, a possibilidade de um convênio com a prefeitura municipal para funcionamento do local, bem como inclusão das famílias ciganas que residem no município, no programa de habitação e o apoio para a realização de projetos culturais desenvolvidos pela Associação.

Entre esses projetos, está a estruturação do Grupo de Danças Tradição Cigana, bem como a publicação de um livro sobre a trajetória e o trabalho da mestra da cultura mato-grossense e cigana, a raizeira e benzedeira, Maria Divina Cabral, que também é conhecida como Diva e mora há mais de 40 anos em Rondonópolis.

Na ocasião, o secretário Pedro deixou a Secretaria Municipal de Rondonópolis à disposição da comunidade cigana da cidade. Em suas palavras:

“A gente tem o maior prazer de receber a toda a comunidade cigana de Rondonópolis, em especial a AEEC, Asssociação das Etnias ciganas e vamos aproximar a nossa relação sim. O que a Secretaria puder ajudar, vai ajudar, porque nós temos interesse de manter essas culturas e a secretaria está à disposição dona Nilva, da Érica, da Débora, estive conversando com o Aluízio e a Fernanda, para todos vocês. A gente está se inteirando e tenho certeza que dessas conversas aqui vai sair bom fruto. E a secretaria está à disposição para receber vocês quando quiserem”.

Veja o vídeo da visita



Texto: Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

terça-feira, 19 de julho de 2022

Agência Câmara de Notícias: Proposta do Senado cria o Estatuto dos Povos Ciganos

Projeto torna obrigatória a coleta periódica de informações demográficas sobre essa população

Ciganos continuam excluídos, afirma senador que é autor da proposta de estatuto

Fonte: Agência Câmara de Notícias, 18/07/2022 - 15:08  

O Projeto de Lei 1387/22, já aprovado pelo Senado, cria o Estatuto dos Povos Ciganos.

A proposta agora em análise na Câmara dos Deputados contempla áreas como educação, saúde, esporte, cultura e lazer; prevê o acesso à terra, à moradia e ao trabalho; e determina ações afirmativas em favor dos povos ciganos. 

Conforme o texto, os povos ciganos, cuja presença no Brasil remonta a 1574, são “o conjunto de indivíduos de origem e ascendência cigana que se identificam e são identificados como pertencentes a grupo étnico cujas características culturais o distinguem como tal na sociedade”. 

Autor da proposta, o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que a iniciativa contou com participação da Associação Nacional das Etnias Ciganas (Anec). “Os ciganos continuam excluídos sob vários aspectos, sujeitos a preconceito, discriminação e incompreensão com relação à cultura e organização social”, afirmou Paim.

Discriminação

O estatuto prevê combate à discriminação e à intolerância e impõe ao Estado o dever de garantir igualdade de oportunidades e de defender a dignidade e os valores religiosos e culturais dos ciganos, por meio de políticas públicas de desenvolvimento econômico e social e também ações afirmativas.

O projeto de lei aprovado pelo Senado torna obrigatória a coleta periódica de informações demográficas sobre os povos ciganos, para que sirvam de subsídios na elaboração de políticas públicas. Caberá ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial a organização e a articulação de políticas e serviços federais.

Tramitação

O projeto será analisado por comissão especial a ser criada com esta finalidade. Depois seguirá para o Plenário. Em conjunto, tramitará o Projeto de Lei 2703/20, do deputado Filipe Barros (PL-PR), que propõe estatuto similar.

·        Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem – Ralph Machado

Edição – Roberto Seabra

Com informações da Agência Senado

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/890777-proposta-do-senado-cria-o-estatuto-dos-povos-ciganos/

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Racismo e xenofobia diminuem na França, mas preconceito contra ciganos segue alto, diz relatório

 

Famílias Ciganas vivem situação dramática em França. Foto: AFP

A Comissão Nacional Consultiva dos Direitos Humanos acredita que é necessário evoluir e continuar o trabalho de sensibilização contra os preconceitos nas escolas e universidades

Por RFI, Disponível em G1, 18 de julho de 2022

A tolerância diante das minorias evolui na França, aponta um relatório da Comissão Nacional Consultativa dos Direitos Humanos, divulgado nesta segunda-feira (18). No entanto, alguns grupos, como os ciganos, continuam sendo estigmatizados, afirma o documento que faz um apelo em prol da luta contra os preconceitos. 


"De 1990 a 2022, a aceitação das minorias progrediu globalmente na França", diz o relatório, que ressalta que desde 2015 o nível de aceitação das diferenças aumenta entre os franceses. Por outro lado, a Comissão Nacional Consultiva dos Direitos Humanos acredita que é necessário evoluir e continuar o trabalho de sensibilização contra os preconceitos nas escolas e universidades.


Desde 2008, o relatório é elaborado anualmente, junto com um "parâmetro de tolerância", calculado a partir de entrevistas com cidadãos. Em 2022, esse índice é de 68 de uma escala que vai no máximo até 100. São dois pontos a mais do que em 2019 e 14 em relação a 2013, o que mostra uma clara mudança de comportamento da população em relação às minorias, dizem os autores do documento. 


Por grupos, o índice é de 80 em relação aos negros, 79 aos judeus, 74 aos magrebinos (árabes do norte da África) e 62 aos muçulmanos. A minoria que os franceses mais tem dificuldades para aceitar são os "roms", ciganos do leste europeu, cuja escala de tolerância ficou em 52.


Racismo e xenofobia ainda são presentes


"Os discursos estigmatizantes com bases racistas e xenófobas não desapareceram do espaço público e midiático", ressalta Jean-Marie Burgubur, presidente da comissão. Segundo ele, a pandemia de Covid-19 reativou as teorias conspiracionistas antissemitas e a campanha das eleições presidenciais foi marcada "pelo retorno obsessivo da segurança, suscetível de reforçar os reflexos de xenofobia".


Mesmo que estejam em recuo, os preconceitos perduram, afirma o documento. Uma prova disso é que 38% dos franceses pensam que "o islã é uma ameaça à identidade do país" (contra 44,7% em 2019). Além disso, 45% pensam que "os roms vivem essencialmente de roubos e tráfico" (contra 48,2% em 2019). Entre os entrevistados, 37% pensam que "os judeus têm uma relação particular com dinheiro", uma ideia em alta em comparação a 2019, quando essa percentagem era de 34,1%. 


Ativistas Roma protestam em Paris por inclusão e direitos humanos

Preconceito velado


A Comissão Nacional Consultativa dos Direitos Humanos ressalta que o racismo, o antissemitismo e a xenofobia permanecem subestimadas na França: "1,2 milhão de pessoas seriam vítima, a cada ano, de ao menos um ataque, entre injúrias, ameaças, violências ou discriminações". Segundo números do Ministério do Interior, 7.759 casos de caráter discriminatório foram registrados no país. 


Por isso, a comissão formulou doze recomendações prioritárias, como a formação constante de professores sobre a questão, a adoção de um plano nacional para a instrução dos cidadãos, além de uma melhor capacitação da polícia e dos magistrados. 


Os autores do relatório também recomendam um reforço da luta contra os preconceitos anticiganos, com "um engajamento do governo para fazer evoluir o olhar e as práticas em relação às populações roms". Outra preconização do grupo é o acesso às denúncias online, além de uma maior atenção da problemática das discriminações no mercado de trabalho.


No total, para chegar a essas conclusões, a Comissão Nacional Consultiva dos Direitos Humanos ouviu 1.300 cidadãos franceses nesses últimos meses. As entrevistas que se concentraram nas temáticas do racismo, antissemitismo e xenofobia foram realizadas online e em presencial.


Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/07/18/racismo-e-xenofobia-diminuem-na-franca-mas-preconceito-contra-ciganos-segue-alto-diz-relatorio.ghtml

sábado, 9 de julho de 2022

Juana Martín, primera mujer española “y gitana” en la alta costura de París, tras su desfile: “Me he dejado la piel”

La diseñadora Juana Martín recibe el aplauso y las felicitaciones de los modelos de sus desfiles, entre ellos la actriz Rossy de Palma, al finalizar su desfile de alta costura en París, el 7 de julio de 2022.LEWIS JOLY (AP)

La diseñadora cordobesa se estrena en la gran cita de la moda con una propuesta preciosista y el negro como bandera que aborda de forma sutil y actual las tradiciones andaluzas

LETICIA GARCÍA, para EL País

París - 07 JUL 2022 - 15:06 , Actualizado:07 JUL 2022 - 15:09 BRT

“Me he dejado la piel. Llevo varias noches casi sin dormir”, comenta Juana Martín tras su desfile celebrado en París la tarde de este jueves 7 de julio, el que la ha convertido oficialmente en la primera mujer española (“y gitana”, como a ella le gusta remarcar) en desfilar en el muy exclusivo calendario oficial de la alta costura de la capital francesa. En 2018, y tras su salida de la pasarela Cibeles, Martín se instaló en París y empezó a presentar sus colecciones en la ciudad; la primera, titulada Camaron, 30 años después, rendía homenaje al mito del flamenco y captó la atención de la prensa especializada. Fue entonces cuando la Federación Francesa de la Alta Costura, el organismo que regula quién puede y quién no desfilar dentro de su estricta semana de la moda (y, por lo tanto, decir que su marca pertenece al selecto grupo de la alta costura), se empezó a fijar en el trabajo de la cordobesa y a interesarse por esa peculiar actualización del folclore andaluz y la artesanía local. El pasado abril le sugirieron participar como diseñadora invitada. Pasó con éxito el largo proceso para hacerlo: un padrino miembro de la federación (casi nunca se suele revelar quién) apostó por ella y el equipo visitó sus talleres y comprobó la capacidad de la diseñadora de crear más de una veintena de piezas a mano.

“No sabría decir el número de horas exactas que hemos tardado en hacer cada pieza. Algunas han sido días; otras, varias semanas”, explica Martín, que ha trabajado con sus costureras de Córdoba (“muchas nuevas, porque varias se han jubilado”) y distintos artesanos de París, como Maison Fegler, zapateros de Bretaña que conoció a través de su agencia de comunicación en la ciudad. Juntos han creado modelos planos que evocan el zapato masculino de baile y, a su vez, están brocados o adornados con piezas metálicas de lujo. Martín ha querido llamar a su debut en la costura Andalucía, así de simple, porque sus raíces han sido siempre el punto de partida desde que empezó a diseñar en 1999 y porque quería mostrar al público internacional que su tierra “son muchas cosas”. “Es luz, es optimismo, es teatro, es historia, es expresión”, comenta.

 

Cuatro diseños de Juana Martín en su desfile en la semana de la alta costura de París, el 7 de julio de 2022.CHRISTOPHE PETIT TESSON (EFE)

La actriz Rossy de Palma, amiga de Martín, ha abierto el desfile celebrado en un fabuloso palacete de la rue de Babylone con un abrigo blanco brocado mientras se arrancaba el cantaor Israel Fernández. A partir de ahí se han sucedido más de una veintena de salidas, la mayoría blancas y negras que abordaban de forma sutil y actual tradiciones andaluzas, del flamenco a la caza, el imaginario ecuestre o la orfebrería, presente en motivos de cuero repujado o en los tocados creados por Vivascarrión. “Me interesaba que fuera en colores vivos para significar la idea del sol del Sur y sus distintas tonalidades”, cuenta la diseñadora.

Esa ha sido casi la única concesión al color de Martín en esta colección, en la que, en sus propias palabras, “hay algo de dramatismo lorquiano”. “Me preguntaban cómo iba a reflejar la luz de Andalucía en mis trajes negros, pero en Andalucía sucede así, hasta el negro es luminoso”, explica. Las prendas, basadas en su mayoría en la indumentaria ecuestre y flamenca, desdibujan las fronteras de los géneros, más si cabe tratándose de algo tan tradicionalmente binario como los uniformes. Las chaquetillas masculinas o las mangas de volantes se fusionan en diseños que, en ocasiones, podrían ser unisex. “Pero de eso se trata”, argumenta, “de asumir que ya no tenemos que distinguir entre una prenda y otra, o al menos no deberíamos. Además, la exploración y el proceso creativo son mucho más interesantes“.

El hecho de que Juana Martín sea una diseñadora invitada por la federación no la exime de repetir la temporada que viene si el organismo así lo decide. Incluso puede convertirse en una asidua al calendario junto a Chanel, Dior, Jean Paul Gaultier o Armani. A juzgar por el abrazo y las alabanzas que le ha dedicado a Martín el presidente del organismo, Pascal Morand, puede que la historia se repita. Aunque Juana ya ha hecho historia.

 

Rossy de Palma con un abrigo largo brocado en color blanco de Juana Martín, en la apertura de su desfile de alta costura en París, el 7 de julio de 2022.CHRISTOPHE PETIT TESSON (EFE)

Disponível em: https://elpais.com/estilo/2022-07-07/juana-martin-primera-mujer-espanola-y-gitana-en-la-alta-costura-de-paris-tras-su-desfile-me-he-dejado-la-piel.html?utm_source=Facebook&ssm=FB_CM_EST&fbclid=IwAR0EixL2utFVx-xPeGGOIMjdrx2VxemUjL1awQoPq8Yj3hlto4r4FXUQKzw#Echobox=1657217528