terça-feira, 30 de maio de 2023

Acesse o Guia de replicação do curso Juventude Cigana

Formação é voltada para jovens ciganos ou pertencentes a povos e comunidades tradicionais

A Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT) lança, nesta terça-feira (30.05), o “Guia Prático para replicação para Povos Ciganos e Povos Tradicionais” do Curso de extensão “Juventude Cigana: da Invisibilidade à Comunicação Popular em Saúde”. A ação encerra as atividades do curso, que foi ofertado em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e teve como objetivo o combate às fake news e desinformação no campo da saúde pública.

O documento está disponível para baixar no seguinte link.

O curso ocorreu via Departamento de História da UFMT, por meio de Chamada Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília e Organização Pan-Americana de Saúde, com financiamento do governo do Canadá. O projeto contou ainda com as parceiras dos coletivos Orgulho Romani e Ciganagens e do projeto Mapas da Vida, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR).

O Guia de Replicação apresenta o passo-a-passo para que associações, coletivos e movimentos sociais de povos ciganos e/ou povos tradicionais possam reproduzi-lo em condições semelhantes aos que foram executados no curso de extensão. A formação ocorreu de forma online e beneficiou 21 jovens ciganos brasileiros, oriundos de 10 unidades federativas brasileiras: DF, GO, ES, MT, PA, PB, PE, PR, RJ e RN. 

Além do conteúdo das oficinas, o guia conta com objetivos, metodologia, avaliação e programa, além de dicas para antes de começar o projeto e conselhos práticos referentes também a cada uma das oito sessões sugeridas, a exemplo de dinâmicas e exercícios. No caso do Juventude Cigana, as sessões ocorreram entre 28/02/2023 e 23/03/2023, com uma hora e meia de duração, às terças e quintas-feiras, entre 19h e 20h30 (horário de MT).

Sugere-se que os participantes recebam uma bolsa como ajuda de custo e que ao final sejam formados para a produção de conteúdos digitais nas áreas de saúde, considerando o combate à fake news e levando em conta modelos de comunicação e saúde que se preocupem com as realidades dos povos tradicionais. 

O conteúdo apresentado foi construído pelos/as oficineiros/as: Aluízio Azevedo (AEEC-MT e Orgulho Romani), Aline Miklos (ativista Rom), Danillo Kalón (Ciganagens), Elisama Ximenes (Jornalista), Gabriela Marques (Orgulho Romani) e Roy Rogeres (Ciganagens). Já a diagramação é do artista visual Danillo Kalón, que também produziu a logomarca do projeto. A identidade visual e o social media do curso ficou a cargo de Rodrigo Zaiden, Diretor de Arte e Cultura da AEEC-MT.

Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT


segunda-feira, 29 de maio de 2023

Esquerda e direita dirigem o mesmo trem colonialista, diz quilombola Antônio Bispo

 

Autor de 'A Terra Dá, a Terra Quer' afirma não ver diferenças entre Lula e Bolsonaro quando o assunto é mineração em terras de quilombos

Marina Lourenço

Da Folha de SÃO PAULO

Colonizar um povo é como adestrar um boi. Ambas ações consistem na remoção da identidade, mudança de território e condenação do modo de vida alheio. Essa é a associação que Antônio Bispo dos Santos, também conhecido como Nêgo Bispo, faz em "A Terra Dá, a Terra Quer".

Lançado nesta segunda (29), o livro desmancha conceitos como ecologia, desenvolvimento e decolonialidade —a contraposição ao pensamento de perspectiva colonialista e eurocêntrica.

O autor propõe o que chama de contracolonialismo, que seria a recusa de um povo à colonização, o que, segundo ele, é praticado há séculos por africanos, indígenas e quilombolas.

Nascido na comunidade Saco do Curtume, no Piauí, Bispo ganhou notoriedade em movimentos sociais, na década de 1990, quando chegou a se filiar a partidos políticos, que abandonou anos depois. Desde então, se voltou para a defesa dos povos quilombolas.

Nesta entrevista, o autor comenta conceitos do novo livro, a polarização política no país, a relação do presidente Lula (PT) com os quilombos e programas como Minha Casa, Minha Vida.

Novo livro de Antonio Bispo dos Santos já está disponível

Em "A Terra Dá, a Terra Quer", o sr. critica o colonialismo e se opõe à chamada decolonialidade, termo cada vez mais usado em contraposição ao pensamento colonial. Em vez disso, fala em contracolonialismo. Por quê? Só pode ser decolonizado quem foi colonizado. Qualquer pessoa que se sinta colonizada pode lutar para ser um decolonial.

Mas decolonialidade é uma teoria, não trajetória. Nunca existiu um movimento decolonial que tenha atuado de forma resolutiva em prol de um povo. O contracolonialismo é diferente. Os quilombos não foram colonizados.

O povo da academia que se diz progressista e só lê autores europeus, sim, precisa se decolonizar.

O sr. também diz preferir usar ‘colonialismo’ a ‘racismo’. É bom discutir racismo, mas ele é apenas um dos elementos colonialistas. Quando se fala em racismo, habitualmente as pessoas pensam na sociedade eurocristã. O colonialismo vai além disso. É para todas as vidas existentes.

Como combater o colonialismo? Não queremos matar os colonialistas. Por isso, falo ‘contracolonialismo’. É uma fronteira que estamos estabelecendo entre nós e a sociedade eurocristã monoteísta.

[O extinto quilombo dos] Palmares poderia ter destruído o Recife, mas não devemos destruir nada. Nossa proposta é dizer: 'Vivam do jeito de vocês e viveremos do nosso, mas, se porventura, perceberem que o nosso é bom, nos deixem ensinar'.

Além do contracolonialismo, o sr. destrincha o conceito de cosmofobia, que seria uma desconexão entre a humanidade e a natureza. Se opondo a essa lógica, diz, então, que não é humano, mas sim, quilombola. Em termos práticos, o que quer dizer? O povo eurocristão monoteísta tem medo do próprio Deus, da natureza, do cosmo. É tanto medo que tem dificuldade de se relacionar com rios, terra, vento —daí a palavra ‘cosmofobia’.

Em Gênesis, quando Adão e Eva estavam no caminho do Éden, interagiam com tudo, não precisavam trabalhar, se submeter a uma ordem externa. Mas Deus humaniza eles, cria o terror e diz que a terra será maldita porque comeram o fruto proibido. É a Bíblia que cria os seres humanos —e quem está fora dela é selvagem.

Nós, quilombolas, convivemos em harmonia com as demais vidas. Os quilombos são lugares de relacionamentos. As cidades, de civilizações. Precisamos animalizar a humanidade e desumanizar a animalidade.

Como assim? Só os humanos usam a linguagem escrita. Nós, outros seres, nos comunicamos de outras formas, inclusive sonora. Passamos a vida ouvindo esse povo das escrituras dizer que não sabemos ler. Ora, os humanos não sabem falar.

Ainda nessa linha de escrita versus oralidade, o sr. diz que em comunidades quilombolas as histórias são passadas de boca em boca, sem nenhuma monetização. Por que decidiu se tornar escritor? Não sou escritor. Sou uma pessoa que escreve para estabelecer uma fronteira entre os saberes. Sou um lavrador que também lavra palavras.

Quando a escola escrita chegou à nossa comunidade, no fim dos anos 1960, nosso povo se recusou a participar, mas ao ver que perderia tudo se continuasse assim, colocou as crianças para estudar a linguagem das escrituras. Entrei na escola para isso.

Me tornei um tradutor da comunidade. Não vou negar que sei falar e escrever muito bem. Mas decidi escrever somente três livros [dois foram lançados] porque sou mesmo da oralidade.

Ao traçar uma relação entre favelas e quilombos, o sr. critica programas como o Minha Casa, Minha Vida e o antigo Fome Zero, os classificando como colonialistas. Não há nada neles para elogiar? Nada é apenas bom ou apenas ruim. O problema desses programas é que tiram das pessoas o direito de arquitetar, compor e plantar o que querem. Claro, melhor ter Fome Zero do que deixar morrer de fome. É melhor ter o Minha Casa, Minha Vida do que ficar na rua. Mas não são coisas para festejar. São para escapar.

O Minha Casa, Minha Vida tirou a laje das favelas. As casas são pequenas, não têm quintal. As pessoas ficaram confinadas, sem festa.

No Piauí, o Fome Zero foi lançado em Guaribas [município que, na época, era considerado um dos mais pobres do país]. Nunca houve debate com as pessoas de lá. Falavam que ali era pobre porque não tinha nem restaurante nem hotel, mas gente rica não precisa disso.

O sr. também critica alguns discursos ambientalistas. O que o levou a isso? Tem muito ambientalista que vive nas cidades mas quer consertar a floresta. É engraçado. As cidades estão alagadas, cheias de lixo, mas querem mexer onde não sabem viver.

O livro traz a ideia de que, na prática, não há diferença entre gestão de esquerda e de direita. Nos últimos anos, o Brasil entrou numa crescente polarização política. Como analisa isso? A direita e a esquerda são maquinistas que dirigem o mesmo trem colonialista. Escolher o vagão permite decidir os passageiros com quem você vai viajar. Mas a viagem é a mesma, vai para o mesmo caminho.

É preciso uma mudança estrutural. Cabe a nós, quilombolas e indígenas, extrair tudo o que pudermos deste Estado para criar nossas próprias estruturas.

Lula não fez reforma agrária favorável aos agricultores familiares porque não teve coragem. Fez reforma agrária para o agronegócio. Ele diz que acabou com a fome do povo e fará isso de novo. Ora, o que acabou, acabou. Se voltou é porque não acabou.

E quanto à gestão Bolsonaro? Não tive a oportunidade de extrair tanto dele, mas pude conhecer melhor o Estado e certas pessoas. Foi um governo sem máscaras, literalmente —nem contra Covid nem política.

Também serviu para quebrar alguns intermediários. Tinham setores da esquerda que nunca protagonizavam a própria vida mas queriam mexer na nossa.

Para nós, quilombolas, foi o momento de preparar nossas defesas e refletir. Agora, ninguém trata Lula igual das outras vezes.

Há semelhanças entre Lula e Bolsonaro? Qual a diferença entre Bolsonaro e um governo que autoriza a mineração em território quilombola sem cumprir os protocolos da Convenção 169? Do ponto de vista da mineração, não há diferença. Quem manda são as mineradoras.

O que quero dizer é que, sim, Bolsonaro e Lula são diferentes, mas essas diferenças não são tão favoráveis.

O que Lula fez para o povo quilombola? Criou o quê? Qual é o nosso espaço de poder dentro deste governo? Pergunto porque é dos amigos que a gente deve cobrar o melhor acolhimento.

Apesar de hoje dizer que direita e esquerda caminham juntas para o mesmo destino, o sr. já foi filiado ao PSB e ao PT, considerados de esquerda. O que fez se desvincular desse meio? Atuei em movimento sindical, partido e movimentos sociais por um bom tempo. Ao contrário da minha criação, me deparei com um conhecimento todo escriturado. Tentaram me convencer de que a sociedade era composta por duas classes, a trabalhadora e a patronal. Eu nasci e me criei na roça, numa comunidade quilombola. Como lavrador, nunca fui ou tive patrão.

Também diziam que os quilombos são formados por povos que fugiram da escravidão. Isso é muito pouco. [Na época da escravidão] Você podia fugir e aceitar trabalhar na condição dos colonos, mas não foi o que aconteceu com os quilombolas. Os quilombos continuam resistindo ao sistema como um todo.

Desde então, qual sua relação com a política? A última vez que votei foi em 1996, e em 1998, me desvinculei do movimento sindical. Hoje participo de uma mobilização para estruturamos a nossa comunidade. Essa é a nossa grande luta de defes

RAIO-X | ANTÔNIO BISPO DOS SANTOS, 63
É membro da comunidade Saco do Curtume, no Piauí, onde atua em defesa dos povos quilombolas. Seus livros lançados são "Colonização, Quilombos, Modos e Significações" e "A Terra Dá, a Terra Quer".

A TERRA DÁ, A TERRA QUER

  • Preço R$ 49,41 (112 págs.)
  • Autoria Antônio Bispo dos Santos
  • Editora Ubu; Piseagram

 Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/05/esquerda-e-direita-dirigem-o-mesmo-trem-colonialista-diz-quilombola-antonio-bispo.shtml 

 

sábado, 27 de maio de 2023

Série Diva e as Calins encerra temporada com episódio Terra com Nerana Rodrigues

 

Tia Nerana Rodrigues sempre trabalhou como agricultora e é reconhecida pela amorisidade

Cada semana de maio estamos lançando um dos cinco episódios da minissérie no canal do YouTube da AEEC-MT, em comemoração ao Dia Nacional dos Ciganos

O quinto episódio desta temporada da série Diva e as Calins de MT, com a agricultora Nerana Rodrigues (Tangará da Serra) vai ao ar às 14h da próxima quarta-feira (31 de maio). O mês de maio foi escolhido para a divulgação da série por ser quando comemoramos o dia Nacional dos Ciganos (24 de maio), desde 2006.

Com o título “Terra”, o episódio encerra a temporada da série, pode ser acessado no link: https://www.youtube.com/watch?v=hm2c3L4ESaE 

Tia Nerana, como é mais conhecida, nasceu em Minas Gerais e passou boa parte da vida vivendo nas barracas e viajando nos lombos dos cavalos, pelos sertões goianos e mato-grossenses, até fixar residência, no município de Tangará da Serra.



Uma das mais respeitadas matriarcas calin em MT, tia Nerana é casada com Eurípedes Alves Pereira e reconhecida pela amorosidade, pela generosidade e as mãos boas para as plantas, fala sobre como era a vida das mulheres ciganas no passado e como atualmente, conseguem estudar e se empregam no mercado de trabalho formal.

Temporada 1 - A série começou a ser exibida em 04 de maio (quinta-feira), com o episódio 1, que conta a história de vida da raizeira e benzedeira de etnia Calon, Maria Divina Cabral, a Diva, reconhecida como Mestra da Cultura Mato-grossense.

O episódio (2) Água trouxe as narrativas da assistente social, Terezinha Alves, que atualmente é diretora de Habitação e Assistência Social da AEEC-MT, é conselheira nacional de Igualdade Racial (CNPIR-Ministério da Igualdade Racial) e integra o Comitê Estadual dos Povos e Comunidades Tradicionais de MT (CEPCT-MT).

O episódio (3) ar aborda as memórias da comerciante e viúva, Nilva Rodrigues Cunha, do município de Rondonópolis. Ela é uma exímia contadora de causos e faz questão de manter os trajes tradicionais e a língua cigana.

O episódio (4) Fogo retrata a professora Irandi Rodrigues Silva estrela o episódio e conta como aprendeu a ler escrevendo o nome no chão e depois passou 25 anos alfabetizando numa escola estadual.

Todos os episódios podem ser acessados no canal do YouTube da AEEC-MT: https://www.youtube.com/@aeecmt7993 

A série integra o projeto “Diva e as calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, aprovado no Edital Conexão Mestres da Cultura, da lei Aldir Blanc, da Secel-MT. 

Para saber mais sobre o projeto basta acessar o link: www.galeriacalin.com.

Ineditismo e reconhecimento nacional pelo IPHAN 

Pelo ineditismo no reconhecimento e na conservação do patrimônio imaterial brasileiro e da diversidade cultural nacional, a iniciativa e seus produtos transmídias, incluindo a série, foi uma das cinco vencedoras do prêmio Rodrigo Mello Franco / 2033, concedido pelo IPHAN.



#ciganas #mulheresciganas #gitanas #calins #calin #cigano #povosciganos #romani #dianacionaldosciganos #24demaio #cultura #cinema #série #audiovisual #filme #arte #matogrosso #mt #cuiaba #rondonópolis #tangarádaserra #gypsy #gitanos #gitano #romah #brasil #secelmt #aeecmt

Ficha Técnica

Realização: Lei Aldir Blanc, SECEL-MT

Apresentação: Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)

Direção Geral: Aluízio de Azevedo

Codireção: Rodrigo Zaiden e Karen Ferreira

Roteiro e Pesquisa: Aluízio de Azevedo

Produção Executiva: Fernanda Alves Caiado e Lucélia Márcia Pereira de Lima

Assistente de Produção Executiva: Jéssika Lorraine

Produção: Kaiardon Produções

Produções locais: Nilva Rodrigues, Suiany Pereira, Rosana Cristina Alves de Matos, Audelena Dias Cabral

Direção de Fotografia: Karen Ferreira

Direção de Arte: Rodrigo Zaiden

Direção de Programação: Terezinha Alves

Edição: Juliana Corso

Montagem: Aluízio de Azevedo e Juliana Corso

Trilha Sonora Original: Aline Miklos e Arian Houschmand

Finalização e Colorização: Isabela Padilha

Assessoria de Comunicação: Aluízio de Azevedo

Lay out e Identidade Visual: Vicente Albuquerque de Maranhão

Assistente de arte e caracterização: Alisson Rangel

Som Direto e Desenho de som: Manoel Neto

Parceria musical:  projeto Kalo Chiriklo / Banda Pájaro Negro: Ramajana, Canto Del Gitano, Clavo Santo, Fantasía e Vanushka

Contabilidade: Adriana Rodrigues Angola

Texto: Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

Fotos: Karen Ferreira

 

 

quarta-feira, 24 de maio de 2023

24 de Maio Dia Nacional dos Ciganos

Lu Ynaiah, cigana de etnia Rom Kalderash, comenta sobre o dia nacional dos ciganos


O dia 24 de Maio foi instituído como Dia Nacional do Cigano em 25 de Maio de 2006 pelo então Presidente Luiz Inácio Lula Da Silva. Em 2013, ocorreu o Brasil Cigano quando se discutiu Políticas de atendimento à População Cigana, mas quais foram as mudanças concretas desde então?

No Brasil afora, nos deparamos com situações discriminatórias dirigidas aos ciganos. Vários municípios da União têm a política de que os ciganos são bem-vindos, desde que, não seja em suas cidades; são considerados "gatunos", enganadores, etc.

É cantado em verso e prosa o quão bela é a cultura cigana. Obviamente, desde que atendam aos estereótipos e a imagem social que lhes foi atribuída: povo pacífico, com suas roupas coloridas, com seus violinos, ao redor da fogueira com suas belas mulheres a executar passos de dança.

Há que se saber que muitos ciganos se dedicam as artes da música e da dança como sobrevivência, assim como ao circo e outras modalidades artísticas. Mas nem todos os ciganos são profissionais da arte.

Muitos dedicam-se ao comércio, a fabricação de utensílios, muitos hoje estão "bem adaptados" a sociedade e passam desapercebido aos olhos dos não-ciganos. Porém, muitos existem, persistem, resistem e continuam a divulgar a cultura.

Também temos ciganos que sobrevivem em acampamentos e, neste caso, são os mais vulneráveis a discriminação, descaso, falta de políticas sociais; que vivem nas barracas muitas vezes sem saber se terão alguma comida no prato no dia seguinte.

Há que se valorizar todos esses que divulgam a Cultura; mas não podemos esquecer de forma alguma do segmento mais sofrido e temos o dever de seguir adiante buscando a garantia dos direitos básicos enquanto cidadãos brasileiros.

Infelizmente, além de todas essas dificuldades temos que lidar com a distorção e apropriação cultural. Neste Dia Nacional do Cigano deixarei meu abraço aos irmãos que: existem, insistem, persistem e resistem!

Texto: Lu Ynaiah

Foto: Arquivo Lu Ynaiah

terça-feira, 23 de maio de 2023

Entrevista Assessor para Ciência da AEEC-MT para Rádio Estrela FM

A reportagem foi ao ar nesta terça-feira (24 de maio)

Confira a entrevista exclusiva que o Assessor para Ciência e Comunicação da AEEC-MT, Aluízio de Azevedo, concedeu para a repórter Ana Paula Ziglio, do programa Rádio News, apresentado pelo jornalista Bruno Giannini, na Rádio Estrela FM (94,5 FM).

O programa, que teve como foco a presença dos povos ciganos no Brasil, pode ser conferido na íntegra no site da emissora, no link: www.estrelafm.net

Na entrevista, o cigano e pesquisador de etnia Calon, fala sobre vários assuntos relativos ao universo Romani.

Entre eles, as pautas e demandas dos povos Ciganos no século XXI e ressalta as diferenças étnicas entre os três principais grupos, os Calon, os Rom e os Sinti.

Na pauta, Aluízio, que também é jornalista, alerta para importância da visibilidade e da autorrepresentação para a quebra de preconceitos, estereótipos, discriminações; bem como o combate ao racismo estrutural que atinge essas populações.

Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

domingo, 21 de maio de 2023

Episódio com professora Irandi Rodrigues estreia no dia nacional dos ciganos

 

Irandi Rodrigues Silva conta como era a vida cigana na sua infância

O dia nacional dos ciganos está chegando, é na próxima quarta-feira, 24 de maio.

Para comemorar a data, a AEEC-MT lança o quarto episódio da série Diva e as Calins de MT.

A professora aposentada Irandi Rodrigues Silva estrela o episódio e conta como aprendeu a ler escrevendo o nome no chão e depois passou 25 anos alfabetizando numa escola estadual, no município de Tangará da Serra (MT).

A estreia está prevista para às 14h, no link: https://www.youtube.com/watch?v=gowc7oQWnRI

Os outros três episódios podem ser acessados no canal do YouTube da AEEC-MT: https://www.youtube.com/@aeecmt7993

Cada semana de maio estamos lançando um dos cinco episódios da minissérie no canal do YouTube da AEEC-MT, em comemoração ao Dia Nacional dos Ciganos.

A minissérie integra o projeto “Diva e as calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, aprovado no Edital Conexão Mestres da Cultura, da lei Aldir Blanc, da Secel-MT.

O projeto na íntegra, que inclui a Exposição Multimídia CALIN, pode ser acessada na plataforma: www.galeriacalin.com. 

O projeto Diva e as Calins também contou com a Exposição Multimídia Calin, que trouxe 35 mulheres ciganas de Tangará, Cuiabá e Rondonópolis, entre elas, a Servidora Pública, Erlaine Rodrigues

Ineditismo e reconhecimento nacional pelo IPHAN

Pelo ineditismo no reconhecimento e na conservação do patrimônio imaterial brasileiro e da diversidade cultural nacional, a iniciativa e seus produtos transmídias, incluindo a série, foi uma das cinco vencedoras do prêmio Rodrigo Mello Franco / 2033, concedido pelo IPHAN.

#ciganas #mulheresciganas #gitanas #calins #calin #cigano #povosciganos #romani #dianacionaldosciganos #24demaio #cultura #cinema #série #audiovisual #filme #arte #matogrosso #mt #cuiaba #rondonópolis #tangarádaserra #gypsy #gitanos #gitano #romah #brasil #secelmt #aeecmt

 Sinopse

O quarto episódio enfoca nas memórias da professora aposentada, Irandi Rodrigues Silva (Cuiabá-Tangará da Serra), exemplo de superação de todas as barreiras da exclusão e dos estereótipos acerca das mulheres ciganas. 

Prima-irmã de Diva, Irandi aprendeu a ler e a escrever o nome aos 8 anos, com um graveto no chão, após uma moça não cigana casar-se com o seu tio acompanhar o grupo e ensiná-la. 

O primeiro contato com lápis e caderno foi aos 13 anos, quando o pai contratou essa tia para ensiná-la e os seis irmãos o básico da escrita em casa. 

Após casar-se estudou, graduou-se e trabalhou 25 anos alfabetizando numa escola estadual. 

Ficha Técnica

Realização: Lei Aldir Blanc, SECEL-MT

Apresentação: Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)

Direção Geral: Aluízio de Azevedo

Codireção: Rodrigo Zaiden e Karen Ferreira

Roteiro e Pesquisa: Aluízio de Azevedo

Produção Executiva: Fernanda Alves Caiado e Lucélia Márcia Pereira de Lima

Assistente de Produção Executiva: Jéssika Lorraine

Produção: Kaiardon Produções

Produções locais: Nilva Rodrigues, Suiany Pereira, Rosana Cristina Alves de Matos, Audelena Dias Cabral

Direção de Fotografia: Karen Ferreira

Direção de Arte: Rodrigo Zaiden

Direção de Programação: Terezinha Alves

Edição: Juliana Corso

Montagem: Aluízio de Azevedo e Juliana Corso

Trilha Sonora Original: Aline Miklos e Arian Houschmand

Finalização e Colorização: Isabela Padilha

Assessoria de Comunicação: Aluízio de Azevedo

Lay out e Identidade Visual: Vicente Albuquerque de Maranhão

Assistente de arte e caracterização: Alisson Rangel

Som Direto e Desenho de som: Manoel Neto

Parceria musical:  projeto Kalo Chiriklo / Banda Pájaro Negro: Ramajana, Canto Del Gitano, Clavo Santo, Fantasía e Vanushka

Contabilidade: Adriana Rodrigues Angola

Texto: Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

Fotos: Karen Ferreira 

 

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Episódio 3 da Série Diva e as Calins chega ao YouTube nesta quinta

O episódio 3 traz a história de vida de Nilva Rodrigues Cunha, Calin de Rondonópolis,

Em comemoração ao Dia Nacional dos Ciganos (24 de maio), nesta semana lançaremos o terceiro episódio da série Diva e as Calins de MT

O terceiro episódio traz a história de vida da Calin, Nilva Rodrigues Cunha, que mora em Rondonópolis

Não percam, a estreia está prevista para 14h desta quinta-feira (18.05) no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=aVsRzV9uUYM  

Durante cada semana de maio lançaremos um dos cinco episódios da minissérie no canal do YouTube da AEEC-MT.

Os outros dois episódios, com a Mestra Diva e Terzinha Alves podem ser acessados no Canal do YouTube da @aeecmt no link: https://www.youtube.com/@aeecmt7993

A série integra o projeto “Diva e as calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, aprovado no Edital Conexão Mestres da Cultura, da lei Aldir Blanc, da Secel-MT

O projeto pode ser acessado na integra no www.galeriacalin.com

Sinopse

O terceiro episódio aborda a história da ativista e negociante, Nilva Rodrigues Cunha, que reside em Rondonópolis. Prima-irmã de Diva; ela é diretora de mulheres da AEEC-MT, é ativista política há mais de 30 anos e uma das principais mantenedoras da tradição cigana no aspecto dos trajes tradicionais femininos. Nilva domina a língua cigana e é uma contadora de histórias natas, transformando-se numa referência de luta e articulação política dentro e fora da comunidade cigana mato-grossense.

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Ficha Técnica

Realização: Lei Aldir Blanc, SECEL-MT

Apresentação: Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)

Direção Geral: Aluízio de Azevedo

Codireção: Rodrigo Zaiden e Karen Ferreira

Roteiro e Pesquisa: Aluízio de Azevedo

Produção Executiva: Fernanda Alves Caiado e Lucélia Márcia Pereira de Lima

Assistente de Produção Executiva: Jéssika Lorraine

Produção: Kaiardon Produções

Produções locais: Nilva Rodrigues, Suiany Pereira, Rosana Cristina Alves de Matos, Audelena Dias Cabral

Direção de Fotografia: Karen Ferreira

Direção de Arte: Rodrigo Zaiden

Direção de Programação: Terezinha Alves

Edição: Juliana Corso

Montagem: Aluízio de Azevedo e Juliana Corso

Trilha Sonora Original: Aline Miklos e Arian Houschmand

Finalização e Colorização: Isabela Padilha

Assessoria de Comunicação: Aluízio de Azevedo

Lay out e Identidade Visual: Vicente Albuquerque de Maranhão

Assistente de arte e caracterização: Alisson Rangel

Som Direto e Desenho de som: Manoel Neto

Parceria musical:  projeto Kalo Chiriklo / Banda Pájaro Negro: Ramajana, Canto Del Gitano, Clavo Santo, Fantasía e Vanushka

Contabilidade: Adriana Rodrigues Angola

Texto: Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

Fotos: Karen Ferreira


quinta-feira, 11 de maio de 2023

Assista ao segundo Episódio da Série Diva e as Calins de MT com Terezinha Alves

 

Terezinha Alves (creme ao centro) foi a primeira cigana em MT a cursar o ensino superior na UFMT

No próximo dia 24 de maio comemoramos no Brasil o Dia Nacional dos Povos Ciganos.

Para comemorar a data, estabelecida pelo Decreto presidencial de 25 de maio de 2006, a AEEC-MT lança durante este mês a série Diva e as Calins de MT.

O segundo episódio aborda a vida da assistente social e diretora de habitação e assistência social da AEEC-MT, Terezinha Alves.

O episódio estará disponível a partir de 14h desta quinta-feira (11.05) no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=WI3olqKywzg

 Durante cada semana de maio lançaremos um dos cinco episódios da minissérie no canal do YouTube da AEEC-MT.

O primeiro episódio que traz vida da Mestra da Cultura Mato-grossense, a raizeira e benzedeira de etnia Calon, Maria Divina Cabral, a Diva, no link: : https://www.youtube.com/@aeecmt7993.

A série, que integra o projeto “Diva e as calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, aprovado no Edital Conexão Mestres da Cultura, da lei Aldir Blanc, da Secel-MT. 

O segundo episódio traz as narrativas da assistente social Terezinha Alves (Cuiabá). Prima de Diva, também nascida em uma barraca, ela foi a primeira calin em MT a cursar o ensino superior, graduando-se em serviço social na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). 

Uma das fundadoras e diretora de mobilização da AEEC-MT, Terezinha atualmente representa os povos ciganos como conselheira do Conselho Nacional de Igualdade Racial (CNPIR), bem como no Comitê Estadual dos Povos e Comunidades Tradicionais de Mato Grosso (CEPCT-MT).

Reconhecimento nacional pelo IPHAN

Pelo ineditismo no reconhecimento e na conservação do patrimônio imaterial brasileiro e da diversidade cultural nacional, a iniciativa e seus produtos transmídias, incluindo a série, foi uma das cinco vencedoras do prêmio Rodrigo Mello Franco / 2033, concedido pelo IPHAN.

Ficha Técnica

Realização: Lei Aldir Blanc, SECEL-MT

Apresentação: Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)

Direção Geral: Aluízio de Azevedo

Codireção: Rodrigo Zaiden e Karen Ferreira

Roteiro e Pesquisa: Aluízio de Azevedo

Produção Executiva: Fernanda Alves Caiado e Lucélia Márcia Pereira de Lima

Assistente de Produção Executiva: Jéssika Lorraine

Produção: Kaiardon Produções

Produções locais: Nilva Rodrigues, Suiany Pereira, Rosana Cristina Alves de Matos, Audelena Dias Cabral

Direção de Fotografia: Karen Ferreira

Direção de Arte: Rodrigo Zaiden

Direção de Programação: Terezinha Alves

Edição: Juliana Corso

Montagem: Aluízio de Azevedo e Juliana Corso

Trilha Sonora Original: Aline Miklos e Arian Houschmand

Finalização e Colorização: Isabela Padilha

Assessoria de Comunicação: Aluízio de Azevedo

Lay out e Identidade Visual: Vicente Albuquerque de Maranhão

Assistente de arte e caracterização: Alisson Rangel

Som Direto e Desenho de som: Manoel Neto

Parceria musical:  projeto Kalo Chiriklo / Banda Pájaro Negro: Ramajana, Canto Del Gitano, Clavo Santo, Fantasía e Vanushka

Contabilidade: Adriana Rodrigues Angola

Texto: Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

Fotos: Karen Ferreira