Juventude Cigana: da Invisibilidade à Comunicação Popular em Saúde

Proponente: 

Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)

Realização e Financiamento: 

O curso é organizado pelos jornalistas e pesquisadores Aluízio de Azevedo e Gabriela Marques, do coletivo Orgulho Romani em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a partir de chamada pública realizada pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do governo do Canadá, que selecionou projetos de comunicação popular em saúde de todo o país.


Parceria: Coletivo Ciganagens e Coletivo Orgulho Romani.

Apoio: 

Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro, Coletivo Ciganagens

Inscrições: até 31 de janeiro de 2023

Veja aqui a chamada com as informações completas.

Descrição:

Este projeto tem como objetivo oferecer uma formação online em comunicação popular em saúde para jovens romani brasileiros para atuação junto às suas comunidades no combate à desinformação e fake news. A pandemia da Covid-19 mostrou que as desigualdades são acentuadas em contextos de crise sanitária, ampliando o negligenciamento em comunicação e saúde dos povos tradicionais. No caso das populações ciganas, mesmo com o reconhecimento como comunidade tradicional (Decreto Federal 6.6040 de 2006), há grande lacuna de dados, o que dificulta a promoção de políticas públicas. 

A falta de informação sobre suas histórias, identidades e culturas é um aspecto que evidencia o preconceito histórico, aflorado com o início das medidas de isolamento social, quando famílias itinerantes foram impedidas de acamparem em cidades no sul do país, acusadas injustamente de serem vetoras do vírus. As medidas de isolamento para conter o contágio da Covid-19 os impediram de executarem o trabalho tradicional com o comércio informal, renda da maior parte das pessoas ciganas, com muitas tendo dificuldades para garantir a soberania alimentar. 

A vida em comunidade desses grupos, foi confundida com aglomeração, resultando em matérias jornalísticas que os acusava de terem espalhado o vírus. Vítimas da desinformação, tiveram direitos humanos violados, com discursos de ódio e racistas em mídias sociais. A falta de diálogo do poder público e população em geral leva à desconfiança das pessoas romani em relação aos dados e recomendações sobre diagnóstico, tratamento e vacinação. 

Diante deste cenário e da importância da comunicação popular para a leitura crítica das novas mídias e tecnologias e a circulação de informações em saúde, especialmente entre os jovens, propomos uma capacitação online, visando formá-los para o combate à desinformação e às fake news e também para a produção de conteúdos de saúde para as redes sociais desde uma perspectiva ética, antirracista e emancipatória em saúde.

Objetivo geral:

-Organizar um curso de curta duração (15h) abordando o uso das ferramentas digitais no enfrentamento à desinformação e fake news no campo da saúde pública, voltado para a juventude romani, de maneira a fomentar a participação social de jovens ciganas, ciganos e ciganes no combate à desinformação e fake news em saúde. 

Objetivos específicos:

-Formar 20 jovens ciganos/as de todo o país em leitura crítica das mídias para atuação junto às suas comunidades no combate à desinformação e fake news no campo da saúde.

-Produzir conteúdos para redes sociais com a ajuda de jovens ciganos/as como forma de combater a desinformação e fake news em saúde e também discursos de ódio, anticiganismo, estereótipos e preconceitos históricos acerca dos povos romani

-Elaborar um guia para formação para juventude cigana com técnicas e métodos para o uso das ferramentas digitais com o objetivo de combater desinformação e fake news no campo da saúde.

- Fomentar a valorização das identidades, culturas, tradições, costumes e saberes ciganos, despertando o orgulho romani

Território:

Alcance nacional. A formação atenderá a um público nacional, buscando selecionar participantes de todas as regiões. Contudo, esperamos um maior alcance em estados com maior concentração de grupos étnicos ciganos ou de maior atuação do proponente como Mato Grosso, Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Número de pessoas beneficiadas pelo projeto diretamente: 30 pessoas, entre participantes, contratados e voluntários. Em caso de alto volume de inscrições, será elaborada uma lista de espera, podendo haver abertura de mais vagas.

Número de pessoas beneficiadas pelo projeto indiretamente: 3000 pessoas

Perfil do público direta e indiretamente beneficiado pela proposta:

O público diretamente beneficiado será composto por jovens ciganos e ciganas, buscando uma paridade de gênero, de diferentes grupos sócio-econômicos, dando preferência e um incentivo especial para mulheres e jovens ciganes LGBTQIAP+. 

Já o público indiretamente beneficiado será composto pelas comunidades ciganas dos/das participantes, bem como outros membros dessa população que façam parte de suas redes de contato, havendo uma orientação para a produção de conteúdos com foco nas comunidades de maior vulnerabilidade social. 




É importante destacar que os principais grupos étnicos presentes no Brasil são os Rom, os Sinti e os Calon, com predominância deste último, podendo ser este o grupo mais alcançado pelo projeto. Como as redes sociais das pessoas ciganas não são formadas apenas por pessoas de suas comunidades, os “não ciganos” também serão alcançados como público indireto da campanha. 


Pensando que temos um plano de divulgação, um público indireto a ser alcançado pelo projeto serão os formadores de opinião, por meio do trabalho de assessoria de imprensa e distribuição de materiais jornalísticos a veículos de comunicação.


Formulário para Inscrição: https://forms.gle/RRNwSTiLJojW35u68

Calendário do Curso e conteúdo programático: 

28/02: Apresentação do projeto, dos facilitadores, oficineiros e participantes: Gabriela Marques (Orgulho Romani), Aluízio de Azevedo (AEEC-MT), Fernanda Alves (AEEC-MT), Ana Carolina Borges (UFMT) e Aede Cadaxa (Fiocruz).

02/03: A informação  e a comunicação no campo da saúde (Aluízio de Azevedo)

07/03: O que é desinformação e fake news? Como identificar? (Roy Rógeres) 

09/03: Definindo e identificando racismo e anticiganismo: discursos de ódio e violências simbólicas (Aline Miklos)

14/03: Fact-checking: fontes, canais, legitimidade e representatividade (Karla Araújo)

16/03: Uso seguro das redes: midiatização e juventude (Gabriela Marques)

21/03: Produção de conteúdo para redes sociais: desafios para a autorrepresentação (Danillo Kalón)

23/03  – Encerramento, apresentação de propostas e avaliação: Gabriela Marques (Orgulho Romani), Aluízio de Azevedo (AEEC-MT), Fernanda Alves (AEEC-MT), Ana Carolina Borges (UFMT) e Aede Cadaxa (Fiocruz).

Critérios para seleção

·       Curso exclusivo para pessoas ciganas;

·       Faixa etária preferencial: 15 a 35 anos;

·       A seleção buscará paridade de gênero e diversidade sexual entre participantes;

·       Disponibilidade para participação nos horários do curso (19h às 20h30 - horário de MT e 20h às 21h30 - horário de Brasília);

·       A seleção buscará equidade étnica entre participantes proporcional às populações ciganas no Brasil;

·       A seleção buscará uma maior distribuição territorial com participantes das cinco regiões brasileiras.

Resultados esperados:

- 20 jovens ciganos/as capacitados para o uso das ferramentas digitais para combater desinformação e fake news no campo da saúde.

- Publicação de uma campanha nas redes sociais da Associação destinada às populações ciganas com conteúdos produzidos junto aos/às participantes sobre o combate à desinformação e fake news no campo da saúde cigana

- Elaboração de um guia em formato digital disponibilizado gratuitamente com a sistematização dos conteúdos das sessões do curso, bem como material de apoio para replicação da formação.

- Valorização e divulgação das identidades e culturas ciganas junto a seus jovens, de maneira a melhorar a auto-estima e também o bem-estar de pertencimento

- Quebra de estereótipos e preconceitos, promovendo melhores imaginários acerca das populações ciganas junto à população em geral

Ficha Técnica

Coordenação Geral: Presidente da AEEC-MT, Fernanda Alves Caiado

Dinamizadora: Gabriela Marques

Realização: Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso e Coletivo Orgulho Romani

Coordenação Pedagógica: Aluízio de Azevedo e Gabriela Marques

Coordenação Pedagógica UFMT: Ana Carolina Borges

Social Media: Rodrigo Zaiden

Logomarca e artes Digitais: Danillo Kalon

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