Os povos
ciganos são divididos em três grandes grupos: os Rom, os Kalon e os Sinti
Desde
2006, o Brasil comemora o dia nacional dos ciganos em 24 de maio. A data foi
decretada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta é uma conquista,
já que reconhece oficialmente a importância que os grupos ciganos tiveram na
construção da identidade e da nação brasileira, que hoje abriga em torno de 500
mil pessoas da etnia.
Consta
registrado na história oficial de Brasil – hoje com população estimada de 500
mil pessoas da etnia e dos três grupos os Rom, os Kalon e os Sinti – que o
primeiro cigano a desembarcar em terras tupiniquins foi João de Torres com sua
família. Vieram deportados de Portugal em 1576, justamente por serem ciganos.
Inúmeros
são os registros que os pesquisadores e a literatura fizeram sobre os
preconceitos, perseguições e massacres que os povos ciganos sofreram desde que
aportaram por volta do século X da era cristã em países europeus. Em muitos
lugares como Espanha, Portugal, Inglaterra, e outros lugares, diziam-se vindos
do Egito, por isso, “Gitanos” em espanhol, “ciganos” em português e “Gypsi” em
inglês.
O grupo
kalon é predominante nos países da península ibérica e são eles também os mais
numerosos no Brasil e os que têm o maior índice de nomadismo (hoje 80% ou mais
dos grupos ciganos fixaram residência ou continuam semi-nômades).
Na
Alemanha, por exemplo, Hitler dizimou aproximadamente 500 mi ciganos. Em
Portugal, eram degredados, proibidos de falar sua própria língua, convertidos
ao cristianismo, acusados de bruxas e hereges, supersticiosos, sujos e também
muitos foram mortos em confrontos com a polícia e os moradores locias.
A
política de perseguição e expulsão dos ciganos começou na Europa e se perpetuou
por aqui. No Brasil a política não foi diferente. Paira ainda no imaginário
popular estereótipos de que nós ciganos somos todos ladrões, que roubamos
crianças, somos feiticeiros, bom comerciantes, fogosos, sensuais, e por ai vai.
São visões que oscilam entre o exótico, o romântico e o sujo...
E os
estudiosos cigano comprovam a situação. Na minha dissertação de mestrado também
constatei junto aos entrevistados esta situação. Vários relataram que policiais
entravam nos acampamentos ciganos e matavam a tribo toda, crianças, mulheres,
homens inocentes, que morreram simplesmente pelo fato de serem ciganos.
Por isso
é que me questiono: será que apenas uma data é o suficiente para fazer valer os
direitos ciganos? Ou também é preciso oferecer políticas públicas de
acolhimento da diversidade que nós representamos?
Oferecer
por exemplo educação aos que ainda permanecem nômades é urgente.Outra questão
seria o atendimento no SUS da etnia, já que sem endereço fixo, normalmente não
possuem documentos.
Além
disso, o preconceito ainda é uma ferida aberta na sociedade brasileira e
precisa ser combatido com urgência, trabalhando a questão da diversidade cigana
com as crianças na escola, assim como já acontece com a história e a cultura
africana e a indígena.
Aluízio de Azevedo
Assessoria de Comunicação da AEEC-MT
Assessoria de Comunicação da AEEC-MT
Dou todo apoio. A História tem uma dívida com os ciganos.
ResponderExcluirGrato pelo apoio e carinho!
ExcluirFlávio José Oliveira
ResponderExcluirSou admiradora da cultura cigana, mesmo sabendo muito pouco sobre ela. Gostaria de indicação de leitura. E tb enaltecer a presença dos ciganos na região do Cariri, que anualmente por lá passavam, exercendo sua arte com cobre e outros metais, onde faziam reparos nos tachos dos engenhos.
ResponderExcluirAdmiro a cultura cigana e , ao fazer dança há 13 anos, participo com toda a comunidade cigana aqui em São Paulo. Sou cigana na alma e no coração! Optchá!
ResponderExcluirSou admiradora da cultura,e tenho uma filha neta de ciganos que é a coisa mais linda da mamãe.
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