Realizada por pesquisadores da UFMT, obra traz capítulo escrito pelo Assessor para Ciência e
Comunicação da AEEC-MT que aborda povos ciganos
Com
o objetivo de ofertar um breve panorama sobre 22 grupos sociais em situação de
vulnerabilidade durante a pandemia, o Grupo Pesquisador em Educação Ambiental,
Comunicação e Arte (GPEA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) lançou
nesta sexta-feira (05.06), data em que se comemora o dia internacional do meio-ambiente,
o livro “Os condenados da pandemia”.
A
obra visa debater a desigualdade social, que faz com que a COVID-19 afete mais
gravemente cidadãos que habitam regiões socioeconômicas desfavorecidas. Além
disso, apresenta a COVID-19 não como um fenômeno natural, mas como resultado de
uma ação antropogênica, com destaque para os seres humanos destruindo o
ambiente.
O
primeiro capítulo traz um cenário abrangente da conexão entre a pandemia e a
ecologia. E os que seguem estão divididos em seções de diversos grupos, com
questões familiares, que abordam a violência doméstica contra mulheres,
pedofilia e negligência com idosos, identidade, com destaque para grupos mais
acometidos pela COVID-19. Entre eles ciganos, indígenas, negros e LGBT+, e os trabalhadores,
apresentando a precarização do trabalho e da saúde de profissionais, como entregadores,
garis e até os desempregados.
“Nosso
objetivo foi tentar denunciar que o coronavírus não tem nada de democrático,
ele pode contaminar universalmente, mas as mortes são, na maioria das vezes, de
pessoas pobres. Queremos revelar que não bastam notícias ou informações, mas
precisamos de um amplo programa educativo que consiga mostrar os perigos de uma
pandemia e a razão de os moradores das periferias serem mais atingidos”,
explica a coordenadora do GPEA, Michèle Sato.
De
acordo com a docente, o dia internacional do meio ambiente foi escolhido para a
publicação pelo fato das pessoas desconhecerem que a pandemia é originada pelas
destruições ambientais.
“O
GPEA tem estudos e pesquisas sobre o clima que comprovam a ação humana. Por
isso, deixamos de dizer mudanças climáticas e passamos a usar o termo crise,
colapso ou emergência climática para denunciar que existe interferência humana
na própria crise civilizatória”, destaca.
Os
envolvidos com a produção são pesquisadores do GPEA e do Programa de
Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UFMT.
O
livro pode ser baixado no seguinte link: https://editorasustentavel.com.br/os-condenados-da-pandemia/
Com
informações da Ascom da UFMT
RESUMO
Buscamos
oferecer um breve panorama de 22 grupos sociais em situação de vulnerabilidade,
denunciando que há um falso discurso sobre a “democracia” do coronavírus, na
afirmação de que é um vírus que atinge todos, sem distinção de classes. É um
erro porque se o contágio for universal, as mortes são localizadas. Na
cartografia das desigualdades, a Covid-19 mata principalmente os que habitam a
geografia da fome.
Palavras-chave:
Pandemia. Grupos expostos. Emergência climática. Educação ambiental.
Saiba
Mais:
Entrevista
com organizadora da obra, professora doutora Michèle Sato
1.
Quais são os objetivos do livro e qual foi a motivação para sua produção?
Nosso
objetivo foi tentar denunciar que o coronavírus NÃO tem nada de democrático,
ele pode contaminar universalmente, mas as mortes são, na maioria das vezes, de
pessoas pobres. O segundo objetivo foi elucidar que a covid-19 NÃO é um
fenômeno natural, mas tem ação antropogênica, do ser humano destruindo o
ambiente. Finalmente, queremos revelar que não bastam notícias ou informações,
mas precisamos de um amplo programa educativo que consiga mostrar os perigos de
uma pandemia e a razão dos moradores da periferia serem mais atingidos.
2.
Qual foi o fio condutor dos artigos escolhidos para a publicação?
A
emergência climática está invisibilizada nas noticias sobre a Covid-19,
contudo, é exatamente a destruição das florestas, rios, ou poluição dos ares
que forja que o humano se aproxime mais da natureza, invadindo territórios e
caçando hospedeiros para comércio cruel. O inimigo maior não é a pandemia, mas
o que ameaça a vida no planeta é a destruição ambiental.
3.
A quem o livro pode interessar, sejam eles pesquisadores ou a comunidade em
geral?
Público
em geral, com linguagem mais acessível e muitas imagens atrativas para
facilitar a leitura.
4.
Por qual motivo a data do dia internacional do meio ambiente foi escolhida?
Porque
as pessoas desconhecem, na maioria das vezes, que a pandemia é originada das
destruições ambientais. O Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação
e Arte (GPEA) tem estudos e pesquisas sobre o clima que comprovam a ação
humana, por isso, deixamos de dizer “mudanças” climática e passamos a usar o
termo “crise, colapso, ou emergência” climática, para denunciar que existe
interferência humana na própria crise civilizatória.
5.
Qual a importância de apresentar as situações de vulnerabilidade vivida por
parte da população durante o atual contexto?
Não
existe ética de responsabilidade moral ainda na sociedade global, há inúmeras
desigualdades, injustiças e violações de direitos humanos. Os grupos não são
invisíveis, eles fazem parte dos números do IBG. Contudo, eles são
INVISIBILIZADOS pelo mercado. A vida não tem preço, e importa, qualquer que
seja a cor. Seja um George Floyd que não consegue respirar, seja um menino
Miguel que foi deixado para morrer do 9º. Andar de um apartamento no Recife.
6.
A senhora pode destacar 2 ou 3 artigos presentes na obra?
O
primeiro capítulo é mais longo porque conseguimos dar um cenário mais
abrangente da conexão entre pandemia e ecologia. Daí o restante sãp seções de
diversos grupos, agrupados em: A) FAMÍLIA: pessoas pertinho da gente, com
violência doméstica contra as mulheres, pedofilia ou negligência com os idosos.
B) IDENTIDADE: diversos grupos mais acometidos pela Convid-19, como ciganos,
indígenas, negros, LGBT+ e demais grupos. E C) são os trabalhadores como
entregadores, gari, supermercados e inclusive os “desempregados”, que mal
possuem condições para comprar máscaras, ter acesso à água limpa, e muito menos
“ficar em casa”. Outras informações
podem ser encontradas no blog go GPEA, UFMT: https://gpeaufmt.blogspot.com/
puxa alu, que bacana! ficou muito bonita a estética da page e divulgar nossos sonhos é sempre muito legal! vc é um parceiro muito querido e só engrandece o GPEA! Obrigada pela energia e boas brisas!
ResponderExcluirQue bom ter sempre o seu retorno que é científico, mas sem perder a ternura e o afeto. Estamos juntos no caminho e mostramos de que lado estamos =)
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