A Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT) participou, nesta quinta-feira (15/10), de uma reunião da Seção de Povos Indígenas e minorías do Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas (IPMS) para debater sobre o planejamento da agenda 2021 da instituição para os povos Romani que vivem nas Américas, especialmente, na América Latina.
A abertura da consulta, que ocorreu na plataforma zoom entre 09h e 13h (horário de Cuiabá), foi realizada pelo chefe da Seção de Povos Indígenas e Minorías do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (OACNUDH), Paulo David, com a coordenação da Oficial de derechos humanos especialista em minorias da OACNUDH, Belen Rodriguez de Alba.
Com o intuito de examinar a melhor maneira de utilizar o tempo e os recursos humanos para apoiar aos defensores dos direitos humanos e a sociedade civil cigana nas Américas em 2021, o encontro reuniu mais de 20 ativistas de países como Brasil, Argentina, Colômbia e Estados Unidos.
Entre eles, o Assessor para Ciência e Comunicação da AEEC-MT e membro do coletivo internacional #OrgulhoRomani, o Kalon Aluízio de Azevedo, que mediou a mesa 2 “Reconhecimento, Participação, proteção e marco jurídico"; e a integrante do coletivo #OrgulhoRomani e da Associação Zor, de Argentina, a Romi brasileira Aline Miklos, que mediou a mesa 1 “Preocupações e questões de direitos humanos que afetam as populações romani nas Américas”.
Além dessas duas mesas, o encontro contou com outras três: “Aspectos de gênero e interseccionalidade", mediada pela ativista Romi brasileira, Veruska Vanconcelhos; “Conhecimento e uso do sistema das Nações Unidas”, cuja mediação foi feita pela Romi colombiana, Ana Dalila Gomez Baos; e “Até à frente: opções para configurar a agenda 2021", mediada pelo Rom argentino Jorge Bernal.
Aline Miklos apresentou a questão dos direitos humanos, da discriminação e do racismo que enfrentam as comunidades ciganas nas Américas. Ela destacou a importância em se construir planos nacionais de integração para os povos romani em todos os países americanos.
Já Aluízio apresentou um debate sobre a situação atual do reconhecimento, da inclusão e da proteção dos povos ciganos, refletindo sobre as leis e as políticas afirmativas, apresentando um panorama atual em curto e médio prazo, especialmente, acerca dos impactos das crises pandémicas, que aflorou o racismo estrutural e problemas sociais históricamente enfrentados pelas pessoas romani.
O representante da AEEC-MT ponderou ainda que setores governamentais, organizações nacionais e internacionais da sociedade civil organizada e o próprio movimento social cigano como aspectos positivos para mudar essa realidade de exclusão que foi agravada pela pandemia do Covid-19 em todos os países latinoamerianos. Por fim, Aluízio também lembrou a importância de políticas públicas transversais e interseccionais, que favoreçam questões de gênero voltadas para mulheres e LBGTQI+ ciganos.
Várias propostas surgiram durante a reunião, entre elas, a de que cada país crie um grupo de trabalho para levantar as principais demandas e especificidades. O grupo também sugeriu a criação de um documento sintético que será assinado por todos os participantes da consulta para ser entregue ao Fórum de Minorías e ao Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU.
O professor e ativista kalon brasileiro da Bahia, Jucelho Dantas, além de integrantes da Associação Internacional Sarah Mailê Kali, também participaram da reunião representando o movimento cigano brasileiro.
Assessoria de Comunicação da AEEC-MT
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