Por Jardes Johnson, g1 MT
05/11/2024 21h52 Atualizado há 13 horas
O multiartista mato-grossense, Aluízio de Azevedo,
de 44 anos, natural de Tangará da
Serra, a 242 km de Cuiabá, é um dos convidados da Exposição Artes
Minorias e Direitos Humanos, que ocorrerá no Centro de Artes da Escola
Internacional de Genebra, a partir desta quarta-feira (6), na Suíça. O evento é
promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O convite surgiu após Aluízio ter se inscrito no Concurso
Internacional de Arte para Artistas Minoritários da ONU, em 2023. Ele expôs
cinco telas e exibiu a websérie 'Diva e as calins de Mato Grosso', feita em
conjunto com a Associação Estadual das Etnias Ciganas (AEEC-MT), que retrata a
vida de mulheres ciganas do estado em cinco episódios, sendo premiado pela
comissão de curadores com menção honrosa (assista ao teaser abaixo).
Teaser da
websérie 'Diva e as calins de Mato Grosso'
Este ano, a ONU está realizando uma retrospectiva com 22
vencedores das três edições do concurso, entre eles, o Aluízio. Desta vez, o
diretor, roteirista e artista plástico apresentará duas obras, o
curta-metragem 'Caminhos Ciganos', que aborda a vivência da comunidade cigana
em locais como Portugal, França e em Mato Grosso, e a tela 'Totem de Mim
LGBTQIAPN+ Cigane'.
Aluízio, que é cigano da etnia Calon, contou ao g1 que o contato
com a arte vem desde cedo, sempre aliado à cultura cigana. A família dele
passou cerca de 80 anos como nômades até fixar residência em Mato Grosso.
Segundo ele, cerca 400 familiares e pertencentes da comunidade estão espalhadas
pelos municípios. Hoje, ele vê na arte, uma forma de desmitificar os
estereótipos e preconceitos contra os povos ciganos.
"Existe uma visão muito estereotipada de que os ciganos
são bandidos, trapaceiros que vão roubar, então poder demonstrar que os ciganos
têm uma cultura milenar vinda do Egito, que por onde passamos, fomos agregando
coisas culturais, levar a nossa arte, é maravilhoso", declarou.
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