O pesquisador e jornalista, Roy Rogeres, iniciou no mês maio a publicação de uma série com enorme relevância para os povos ciganos abordando a questão da inclusão educacional e a importância desta luta para a justiça social destas comunidades. Vencedor do terceiro edital de jornalismo e educação (Jeduca/Itaú social), o material vem sendo publicado no Portal “Educação e Justiça”.
Com o
título “Estudantes ciganos/as denunciam desigualdades da
educação formal no Brasil”, a primeira reportagem foi publicada em 13 de maio, tratando questões
como a “negação do direito de matrícula nas escolas, ausência
nos livros didáticos e nos planos pedagógicos escolares, invisibilidade,
desconhecimento, situações de preconceito, discriminação, exclusão e evasão são
questões proeminentes que perseguem estudantes ciganos/as nas estradas da
escolarização”.
A segunda reportagem foi
publicada no dia 24 de maio, com gostinho especial, marcando o dia nacional dos
povos ciganos, que se comemora nesta data, com o título “Estudantes
Ciganos/as superam desigualdades educacionais e se tornam mestres/as e
doutores/as”. A Este texto aprofunda o tema educacional, mostrando bons
exemplos de pessoas ciganas que conseguiram superar as barreiras da exclusão e
do racismo e estão no processo de integração universitária e do universo da
pesquisa acadêmica.
Os textos trazem os relatos e
relfexões de Roy, ele mesmo um estudante cigano, que superou barreiras e
dificuldades, principalmente na infância e adolescência, quando levava a vida
itinerante no trabalho circense desenvolvida por sua família, os “Fernandes”.
Nas palavras do pesquisador-jornalista-cigano, “as desigualdades educacionais entre grupos étnicos minoritários que
formam as Comunidades Tradicionais do Brasil é notadamente um dos problemas
sociais que lhes empurram para as margens da sociedade.
De
acordo com o autor, a reportagem-denúncia busca problematizar “a negação do
direito ao acesso à educação que nós ciganos enfrentamos cotidianamente no
Brasil”. Para isso, partiu “em busca de outras vidas ciganas, jovens,
adultos, crianças, com o intuito de narrar itinerários diversos da vida
escolar, projetando luz para o direito básico de estudar que continuam a nos
negar!”
Neste
contexto, estudantes ciganos, jovens e adultos, denunciam nesta reportagem uma
série de desigualdades educacionais – desvantagens na educação formal – a
exemplo da ausência nos livros didáticos e nos planos
pedagógicos escolares; o bullying,
que gera situações vexatórias
de preconceitos, discriminação, exclusão, e desrespeito, além do vasto
desconhecimento generalizado, o que resulta em problemas como a
invisibilização, a incompreensão das tradições e culturas, o que gera a evasão
e o abando escolar, e aumenta, por conseguinte, o analfabetismo e as
desigualdades educacionais do Brasil.
As
denúncias a que Roy se refere estão muito bem retratadas nos relatos de várias
pessoas ciganas, como o depoimento de sua irmã, a artista circense, Irisma Fernades, que relata
dificuldades para completar os estudos e a sua experiência com a escolaridade.
Também fazem parte do time de estudantes ciganos entrevistados os três filhos de Irisma, Igor Mateus
Fernandes, Jeniffer Fernandes e Ysmynny Fernandes. Todos são
artistas circenses, que relatam os problemas encontrados no ensino formal.
Também
fizeram parte do time de estudantes que contribuíram com seus relatos, memórias
e relações com a educação formal, Sarrara Keylane Fernandes, Marcilânia
Alcântara e Daiane da Rocha Biam. Todas elas conseguiram concluir ou estão cursando
o ensino superior, mas ainda assim não escaparam do racismo e do preconceito
enfrentado ao longo da trajetória escolar.
Já no
segundo texto, cinco pesquisadores/as ciganos/as são acionados por Roy para
realizar suas avaliações e depoimentos sobre o processo e o percurso acadêmicos.
Entre eles estão: Jucelho Dantas, Cláudia Nunes, Sara Macêdo e Aluízio de Azevedo
(este último Assessor para Ciência e Comunicação da Associação Estadual das
Etnias Ciganas de Mato Grosso).
A reportagem-denúncia
produzida por Roy ainda traz análises de pesquisadores do campo da educação,
como Lenilda Perpétuo, Edilma Monteiro, Edluza Oliveira e Natally Menini. E
mais: está recheada de informações, análises, reflexões que mostram como as desigualdades
sociais, o histórico de perseguição, exclusão e racismo por parte do estado brasileiro
e da população majoritária, como fatores fundamentais para a exclusão
educacional dos povos ciganos.
Para
ler a primeira reportagem completa, acessa o seguinte link: https://www.educacaoejustica.com/post/estudantes-ciganos-as-denunciam-desigualdades-da-educa%C3%A7%C3%A3o-formal-no-brasil
A
segunda reportagem completa pode ser lida neste link: https://www.educacaoejustica.com/post/estudantes-ciganos-as-superam-desigualdades-educacionais-e-se-tornam-mestres-as-e-doutores-as
Assessoria
para Ciência e Comunicação da AEEC-MT