quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Respeitável público o CineCirco chegou a Cuiabá

 

17 Filme estarão disponíveis na mostra CineCirco que integra a Exposição MT Solo Cigano

Compondo a Exposição MT Solo Cigano como uma de suas principais instalações, o Cinecirco oferece uma mostra de Cinema Cigano.

O CineCirco se inspira na ligação cultural entre os povos ciganos e a as artes circenses, para trazer uma programação exclusiva de filmes com a temática cigana.

A programação do CineCirco oferece um cardápio com 17 filmes, sendo 13 curtas, dois médias e dois longas metragens, boa parte dirigida por cineastas ciganos.


Entre os filmes, destaca-se Debaixo das Lonas, é tudo mais bonito! A película é dirigida pelo cineasta de origem cigana e circense, Roy Rógeres (Bahia - 2022) e aborda a ligação dos povos ciganos, especificamente, os Calon, com o Circo no Brasil.

Também estão na mostra os cinco episódios da minissérie Luzia e As Calins do Cerrado (2025/26) e o filme Caminhos Ciganos (2023/2024), ambos inéditos e produzidos pela AEEC-MT, com direção de Aluízio de Azevedo, Rodrigo Zaiden e Karen Ferreira.

Entre os longas, estão disponíveis Rio Cigano, de Julia Zakia e o premiado Lacho Drom, de Tony Gatlif.

Também de MT temos o filme média É Kalon – Olhares Cigano, de Aluízio de Azevedo e os cinco episódios da minissérie Diva e As Calins de MT, vencedor do prêmio Rodrigo Mello Franco 2022 (IPHAN).

MT Solo Cigano inaugura nesta sexta-feira (26.09), às 19h, na Galeria Lava Pés, em Cuiabá, que fica localizada na sede da Secel-MT, que também patrocina a exposição.

Gratuita, a visitação ocorrerá no período comercial entre segunda e sexta-feira, até o dia 25 de outubro.

Confira a Programação CineCirco

Curtas

1 - Caminhos Ciganos (MT - 2023/2024) – direção Aluízio de Azevedo e codireção Rodrigo Zaiden e Karen Ferreira

2 – Adeus Calon (MG - 2022) – direção João Borges

3- Tarabatara (RJ - 2007) – Julia Zakia

Médias

4- Debaixo das Lonas é Tudo Mais Bonito! (BA - 2022) – Roy Rógeres

5 – É Kalon – Olhares Ciganos (MT – 2011) – Aluízio de Azevedo

Longas

6 – Rio Cigano (2023 – RJ) – Julia Zakia

7 – Lacho Drom (1993 – Sérvia) – Tony Gatlif

 

Série Luzia e As Calins do Cerrado

8 – Episódio Luzia (2022/2023 – MT) – Rodrigo Zaiden e Aluízio de Azevedo

9 – Episódio Zilma (2022/2023 – MT) – Rodrigo Zaiden e Aluízio de Azevedo

10 – Episódio Audelena (2022/2023 – MT) – Rodrigo Zaiden e Aluízio de Azevedo

11 – Episódio Sara (2022/2023 – GO) – Rodrigo Zaiden e Aluízio de Azevedo

12 – Episódio Fernanda (2022/2023 – MT) – Rodrigo Zaiden e Aluízio de Azevedo

 

Série Diva e As Calins de Mato Grosso

13 – Episódio Mestra Diva (2022) – Aluízio de Azevedo, Karen Ferreira  Rodrigo Zaiden

14 – Episódio Água (2022) – Aluízio de Azevedo, Karen Ferreira  Rodrigo Zaiden

15 – Episódio Ar (2022) – Aluízio de Azevedo, Karen Ferreira  Rodrigo Zaiden

16 – Episódio Fogo (2022) – Aluízio de Azevedo, Karen Ferreira  Rodrigo Zaiden

17 – Episódio Terra (2022) – Aluízio de Azevedo, Karen Ferreira  Rodrigo Zaiden

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Ciganos acampam na Galeria Lava Pés

 
Exposição MT Solo Cigano inaugura nesta sexta (26.09) em Cuiabá e estará aberta à visitação pública de 2ª a 6ª, em horário comercial, pelos próximos 30 dias

A partir desta sexta-feira (26.09) os povos ciganos acampam na Galeria Lava Pés, em Cuiabá, de onde só levantarão acampamento no dia 25 de outubro. Mantido pela Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT) e localizado na sede da pasta, o espaço cultural recebe a Exposição “MT Solo Cigano”.

Prevista para ocorrer às 19h, a cerimônia de lançamento prevê a participação de 100 convidados ciganos e não-ciganos. Realizada pela Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), a exposição teve como proponente sua Secretária, Irandi Rodrigues Silva e foi idealizada pelos diretores de arte e cultura da instituição, Aluízio de Azevedo e Rodrigo Zaiden, com produção executiva de Rosana Cristina Alves de Matos Cruz e Fernanda Caiado.

Em exibição pública de 2ª a 6ª feira no horário comercial durante 30 dias, a exposição é financiada com recursos do edital Viver Cultura Identidades – Edição Paulo Gustavo, da Secel/MT (2023).

Por meio de múltiplos suportes e linguagens, como fotografia, audiovisual, artes plásticas (pintura e instalações) e literatura, MT é Solo Cigano apresenta o universo cigano ancorada no movimento ciganofuturista.  “O conceito pensa o futuro dos povos ciganos olhando para os modos como vivemos hoje, no presente, mas, fundamentalmente, valorizando o passado de nossas próprias ancestralidades, raizes e rizomas culturais, para projetar futuros de inclusão social e fim do anticiganismo, isto é, o racismo estrutural contra pessoas das etnias Calon, Rom e Sinti”, explica Aluízio de Azevedo.

De acordo com o diretor de Cultura da AEEC, Rodrigo Zaiden, a exposição transporta o futuro cigano imaginado nas palmas e nas mãos dos/as artistas ciganos/as convidados/as, que traduzem vivências, sonhos e sentimentos em telas, fotografias, videoartes e poemas. “A proposta é mostrar que o céu do Brasil tem mais estrelas que as 27 expressas no azul da bandeira nacional – os povos ciganos são nações dentro de uma nação brasileira”, enfatiza Zaiden, que assina o projeto expográfico e realiza curadoria da MT Solo Cigano.

Sob produção da Kaiardon Produções, MT Solo Cigano conta com o apoio do grupo Rosa do Infinito, do Comitê de Cultura do Ministério da Cultura em MT, da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT), da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc/MT), da Artes & Vidro e do deputado estadual Valdir Barranco.

A matriarca Venerana Rodrigues Cunha Pereira e sua neta Lara, em Tangará da Serra - MT. Foto: Karen Ferreira

Fim do Anticiganismo - Conforme a professora aposentada, curadora e proponente da exposição, Irandi Rodrigues Silva, o trabalho visa divulgar as culturas e tradições ciganas, aproximando o universo “gajon” (não-cigano) das pessoas ciganas.

“Pensamos e concretizamos a existência do futuro cigano sem estereótipos, preconceitos, discriminações e racismo, com todos os direitos reconhecidos, inclusive os de reparação histórica e cidadania plena. Trazer esse universo de forma tão íntima ao público não-cigano, reforça a antiguidade da nossa presença em território mato-grossense, que começou no início do século passado e floresceu ao longo do tempo”, reforça Irandi.

“Entre as mil famílias que moravam em Tangará da Serra e que votaram para a emancipação do então distrito de Barra do Bugres, no ano de 1976, estavam 10 famílias Calons, liderados à época pelo meu avô Anésio Rodrigues Cunha e o meu pai Ranulfo Rodrigues Cunha”, revela a proponente do projeto. Quase 50 anos depois da emancipação de Tangará, a comunidade Calon na cidade conta com mais de 100 pessoas.

A professora e pedagoga Irandi Rodrigues Silva é proponente da exposição e secretária da AEEC-MT. Foto: Karen Ferreira

Segunda mulher cigana a cursar ensino superior em Mato Grosso, a produtora de etnia Calon lembra que o pai contribuiu financeiramente para a construção de estruturas importantes na cidade, como a Igreja Matriz e a primeira antena de televisão, além de ter implantado a primeira empresa de transporte coletivo dentro do município.

“Há mais de 100 anos contribuímos para o enriquecimento da sociedade, da cultura e da economia do estado. Contudo, essas contribuições foram invisibilizadas na história oficial e silenciadas pelo poder público, que aplicou um racismo estrutural violento contra as pessoas ciganas. Assim, a exposição é mais uma ação da AEEC para superar esse silenciamento para mostrar que estamos vivos e fazemos parte da cultura mato-grossense e da nação brasileira”, finaliza Irandi.

Para a presidente da AEEC-MT e produtora executiva da exposição, Rosana Cristina Alves de Matos Cruz, outro objetivo do projeto é valorizar e conservar as tradições e manifestações culturais ciganas, bem como fortalecer aos mestres e artistas ciganos.

“Explicitamos muito fortemente que o solo mato-grossense é formado pelos territórios simbólicos da ancestralidade cigana, por nossas tradições, saberes, histórias, narrativas, memórias e manifestações, que além de riquíssimas, são diversas entre os três troncos étnicos ciganos brasileiros, os Calon, os Rom e os Sinti. Valorizar e conservar o patrimônio cultural dos povos ciganos é também valorizar e conservar a diversidade cultural brasileira”, reforça Rosana.

Mulheres ciganas durante o III Encontro de Mulheres Ciganas de MT, em Tangará da Serra (2025). Foto: Maria Clara Aquino

Ciganos em MT – Não é possível afirmar com precisão o número de pessoas e comunidades ciganas em MT ou no país, pois o IBGE não contabiliza pessoas Calon, Rom e Sinti no censo populacional. Entretanto, levantamento realizado pela AEEC/MT, em parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), evidenciou a presença de aproximadamente 1,5 mil pessoas ciganas vivendo por cerca de 15 municípios.

O Estado também é rota de várias famílias itinerantes vindas de outros Estados das regiões centro-oeste, sul, sudeste e nordeste. A presença dos ciganos em Mato Grosso se deu primeiro com as itinerâncias históricas, advindos de rotas que tinham início em Minas Gerais, passando por Goiás até chegar no Estado.

As primeiras viagens se deram provavelmente no final do século XIX e início do século XX, quando abasteciam o mercado das cidades históricas de MT, trazendo produtos diversos como os cavalos e equinos, no caso dos Calon, ou panelas e utensílios de cobre, no caso dos Rom-Kalderash, mas também outros produtos, como artesanatos, enxovais, cosméticos, remédios naturais etc. Ou então, com os circos, parques e teatros mambembes, que em boa parte, são formados por famílias ciganas.

A partir do final década de 1960, início de 70, houve a fixação de famílias de etnia Calon em cidades como Rondonópolis, Cuiabá e Tangará da Serra, municípios hoje com as maiores comunidades ciganas do Estado.

Os primeiros ciganos a chegarem em MT vieram de Minas Gerais. Foto: Arquivo AEEC-MT

SERVIÇO

- O que: Lançamento da Exposição MT Solo Cigano

- Quando: 26/09 (Sexta-feira)

- Horário: 19h

- Local: Galeria Lava Pés – Sede da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel/MT), localizada à Av. Jose Monteiro de Figueiredo, 510 - Duque de Caxias, Cuiabá – MT.

- Período de Visitação Pública: 29/09 a 25/10, em horário comercial (08h às 17h)

A Tela Vaso de Serpente, do multiartista Aluízio de Azevedo, é uma das peças a compor a exposição.

Ficha Técnica

- Realização: Associação Estadual das Etnias Ciganas (AEEC/MT) e Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel/MT), por meio do Edital Viver Cultura – Identidades – Edição LPG.

- Proponente: Irandi Rodrigues Silva

- Idealização: Aluízio de Azevedo e Rodrigo Zaiden

- Pesquisa e Escrita do projeto: Aluízio de Azevedo

- Projeto Expográfico: Rodrigo Zaiden

- Assistência de Projeto Expográfico: Tamii Gondo Lage

- Produção Executiva: Fernanda Alves Caiado e Rosana Cristina Alves de Matos Cruz

- Curadoria: Irandi Rodrigues Silva, Aluízio de Azevedo, Rodrigo Zaiden e Rosana Cristina Alves de Matos Cruz

- Identidade Visual, Artes e Designer Gráfico: Danillo Kalón

- Fotógrafas na Exposição: Maria Clara Aquino, Karen Ferreira e Ju Queiroz

- Poesias: Jéssika Lorrayne Alves Cabral Lima Leme

- Direção de Produção – Kaiardon Produções

- Cenografia – Tamii Gondo Lage

- Produção – Kamilly Amorim e Tamii Gondo Lage

- Assessoria de Comunicação e Imprensa – Aluízio de Azevedo

- Fotógrafa Still: Maria Clara Aquino

- Direção e Roteiro dos videoartes: Aluízio de Azevedo e Rodrigo Zaiden

- Edição e Montagem dos videoartes da Exposição: Maria Clara Aquino

- Iluminação: Vitor Falcão

- Equipe de Montagem: Alisson Rangel, Kauan Cruz, Luiza Gondo e apoio Grupo Kintá Parede

- Recepção: Rosana Cristina Alves de Matos Cruz

- Sonoplastia: Lívia Freire

- Apoio: Grupo Rosa do Infinito, Comitê de Cultura do MINC, Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT), Secretaria de Estado de Educação de MT (Seduc/MT), Grupo Rosa do Infinito, Artes & Vidros, Kintá Parede, Deputado Estadual Valdir Barranco

Mirian Alves, da comunidade cigana de Rondonópolis. Foto: Ju Queiroz

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Cotas nas universidades se diversificam e atendem trans, ciganos, refugiados e outros grupos

 

Negros, indígenas e ex-alunos de escolas públicas continuam sendo os maiores beneficiados da política de reserva de vagas nas instituições de ensino superior

Por Bruno Alfano  — Rio de Janeiro - 15/09/2025 03h30  Atualizado há um dia

A consolidação das cotas para pessoas negras, indígenas, de baixa renda e de escolas públicas nas universidades brasileiras tem gerado uma diversificação dos públicos atendidos nas reservas de vagas. Grupos como ciganos, população do campo, refugiados, presos e filhos de policiais mortos em serviço passaram a ser beneficiados nos últimos anos com regras criadas pelas próprias instituições de ensino em diferentes contextos locais. O caso mais relevante é o de pessoas transgênero, cujo número de vagas dobrou de 2024 para 2025.

Juntas, a quantidade total de vagas para cotistas somou 140 mil na última edição do Sistema de Seleção Unificado (Sisu), momento em que os alunos usam a nota do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para concorrerem às vagas nas universidades. Já a da ampla concorrência passa de 120 mil.

Apenas no Sisu de 2025, foram 857 vagas destinadas a travestis, transexuais e pessoas não-binárias — o maior número já registrado desde 2019, quando foram criadas as primeiras reservas para pessoas trans no sistema de seleção. A maior parte dessas vagas, no entanto, também exige do candidato um limite de renda e/ou ter estudado em escola pública. Nove universidades, como a Federal Fluminense (UFF), a Federal de São Paulo (Unifesp) e a Estadual da Bahia (Uneb), adotaram essa medida no último ano.

Na UFF, por exemplo, 2% das vagas de graduação são destinadas às pessoas trans que estudaram em escolas públicas. Em 2025, isso significou 221 vagas de 132 cursos diferentes. Para comprovar a autodeclaração, os candidatos precisam ainda “descrever a trajetória da transição de gênero e o processo de afirmação da identidade de gênero, assim entendidas como o conjunto de características que compõem a transgeneridade”. Depois, ainda passam por uma banca de heteroidentificação, formada por pessoas da comunidade escolar, que confirmará ou não a autodeclaração do candidato.

A Lei de Cotas foi criada em 2012 e renovada em 2024. Ela prevê que as universidades e institutos federais devem reservar pelo menos 50% das vagas para pessoas que se formaram na escola pública. A norma prevê ainda que elas podem ser mais focalizadas, destinando vagas para autodeclarados pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência.

No entanto, as instituições têm autonomia para criar reserva de vagas para outros grupos além do que estabelece a lei. Assim, o número de cotas fica maior do que o da ampla concorrência. A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), por exemplo, ofereceu no Sisu deste ano 179 vagas na ampla concorrência e 1,9 mil para cotistas. Entre elas, estão reserva de vagas para pessoas contempladas na Lei de Cotas e também grupos definidos pela instituição, como os ciganos. As universidades estaduais da Bahia, de Feira de Santana (BA) e da Paraíba também têm cotas, somando 389 vagas, para essa população

Para estar apto, o candidato cigano precisa ter estudado em escola pública e apresentar uma autodeclaração, acompanhada de um resumo genealógico (chamado pelo edital de “memorial étnico autodescritivo”). O documento precisa ser “confirmado e assinado por duas lideranças de famílias extensas (uma estrutura social própria da comunidade cigana) que sejam reconhecidas por associações de etnias ciganas legalmente registradas no Brasil”, segundo o edital.

Grupos minoritários

Além de pessoas trans e ciganos, o Sisu 2025 também teve 278 vagas reservadas para refugiados, 155 para professores de escolas públicas, 99 para indígenas aldeados, 73 para população de campo, 61 para filhos de policiais e bombeiros mortos em serviço, 44 para surdos e 39 para prisioneiros.

A maior parte das vagas, no entanto, está reservada para os grupos previstos em lei: negros (83 mil vagas), indígenas (75 mil), pessoas com deficiência (18,5 mil) e quilombolas (oito mil). Além de pertencerem a esses grupos sociais, os candidatos muitas vezes precisam se enquadrar em critérios de renda — que, em geral, é de 1,5 salário mínimo, mas pode variar — e terem sido alunos de escolas públicas pelo menos no ensino médio. Algumas instituições também proíbem que o candidato tenha estudado a partir do 6º ano em colégios privados para estar apto à vaga. Há ainda um grupo de 16 mil vagas que qualquer aluno formado em escola pública pode concorrer, independentemente de cor, etnia ou grupo social a que pertence.

Inicialmente contestada, a reserva de vagas não diminuiu a qualidade da educação no país. Pesquisas apontam que cotistas obtiveram rendimentos similares em aprendizagem aos demais estudantes. Além disso, possuem melhores índices de conclusão de curso e menores taxas de evasão.

Outros grupos

Refugiados

Houve 278 vagas para refugiados no Brasil, em universidades de Rio, São Paulo e Bahia. Os candidatos passam por uma comissão que verifica a situação documental deles no Brasil.

Presos

São 39 vagas oferecidas só na UFSB destinadas a presidiários ou ex-egressos do sistema prisional. Em 2025, 195 concorreram. No entanto, seis cursos, como Artes, não tiveram candidatos.

Filhos de policiais

Sete instituições estaduais do Rio, como Uenf e a Faeterj, oferecem cota para filhos de policiais (civis ou militares) e bombeiros mortos em serviço. São 61 vagas para esse grupo.

População do campo

Institutos federais do Sudeste de Minas, de Brasília, da Paraíba e do Amazonas oferecem 73 vagas para produtores rurais, filhos de empregados rurais ou assentados da reforma agrária.

Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/enem-e-vestibular/noticia/2025/09/15/cotas-nas-universidades-se-diversificam-e-passam-a-atender-trans-ciganos-refugiados-e-outros-grupos-veja-todas-as-vagas.ghtml

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

MEC abre 640 vagas em mestrado de Física com cotas para ciganos e outras minorias

30% das vagas de cada polo são reservadas para ações afirmativas, contemplando negros, quilombolas, indígenas, ciganos, pessoas trans e pessoas com deficiência

Por Natalia Marinho31 de agosto de 2025

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Sociedade Brasileira de Física (SBF), abriu o processo seletivo 2026 do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF).

O edital oferece mais de 640 vagas distribuídas em polos de universidades e institutos federais em todas as regiões do país. O programa é um curso de pós-graduação stricto sensu em rede, gratuito, com turmas presenciais nos polos credenciados.

O objetivo é qualificar professores de Física e Ciências da Educação Básica, fortalecendo a formação docente por meio de pesquisas aplicadas e práticas inovadoras em sala de aula. As atividades acadêmicas terão início no primeiro semestre de 2026.

Distribuição das vagas

As vagas estão organizadas por polos regionais de instituições públicas de ensino superior. Entre eles, estão a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal de Sergipe (UFS), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Universidade Estadual Paulista (UNESP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e muitas outras.

O edital detalha a oferta de vagas em cada polo, totalizando mais de 640 oportunidades. Em conformidade com a política nacional de inclusão, 30% das vagas de cada polo são reservadas para ações afirmativas, contemplando candidatos autodeclarados negros, quilombolas, indígenas, ciganos, pessoas trans e pessoas com deficiência. Os 70% restantes seguem para ampla concorrência.

Quem pode participar

O mestrado é destinado exclusivamente a professores em exercício na Educação Básica que atendam aos seguintes critérios:

  • Ser regente de classe em Física ou Ciências no nível fundamental;
  • Ter diploma de graduação em Física (Licenciatura ou Bacharelado) ou áreas afins, reconhecido pelo MEC;
  • Estudantes no último período desses cursos também podem se inscrever, desde que apresentem o diploma até a matrícula.

Inscrições, prazos e taxa

As inscrições estarão abertas de 25 de agosto a 24 de setembro, exclusivamente pela internet, clicando aqui. A taxa de participação é de R$ 85,00, com prazo para pagamento até 26 de setembro. O edital completo, com todas as orientações e a lista de polos, está disponível no portal do MNPEF e no site da SBF.

Etapas do processo seletivo

O processo seletivo será dividido em dois grupos:

  • Grupo 1 (Ampla Concorrência – 70% das vagas): Prova Escrita Nacional, seguida da Defesa de Memorial.
  • Grupo 2 (Docentes com 15 anos ou mais de atuação – 30% das vagas): Análise de Currículo, seguida da Defesa de Memorial.

Em ambos os casos, a nota final será a média das duas etapas. A classificação será feita em ordem decrescente, respeitando o número de vagas disponíveis em cada polo.

A lista de aprovados e as chamadas para matrícula serão publicadas no site oficial da SBF, responsável pela coordenação acadêmica do programa.

Disponível em: https://www.horabrasil.com.br/2025/08/31/capes-mec-abrem-640-vagas-mestrado-nacional-fisica-2026/ 

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

UFGD abre inscrições para o Mestrado de Física com cotas para ciganos

 

A taxa de inscrição é de R$ 85,00 e o procedimento deve ser realizado exclusivamente on-line, pelo site da SBF: https://www1.fisica.org.br/mnpef/sistema.

A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) está com inscrições abertas, de 25 de agosto a 24 de setembro de 2025, para o processo seletivo do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF) – Turma 2026. O polo da UFGD oferece 9 vagas para ingresso no curso, que integra uma rede nacional coordenada pela Sociedade Brasileira de Física (SBF).

O MNPEF é um programa de pós-graduação stricto sensu, voltado exclusivamente a professores em exercício na Educação Básica que atuam no ensino de Física ou Ciências no nível fundamental e possuam diploma de graduação em Física (Licenciatura ou Bacharelado) ou áreas afins, além de estudantes em fase de conclusão desses cursos.

Do total de vagas oferecidas, 30% são reservadas para ações afirmativas, contemplando candidatos autodeclarados negros, quilombolas, ciganos, indígenas, pessoas trans e pessoas com deficiência. Os demais 70% destinam-se à ampla concorrência.

A taxa de inscrição é de R$ 85,00 e o procedimento deve ser realizado exclusivamente on-line, pelo site da SBF: https://www1.fisica.org.br/mnpef/sistema.

O processo seletivo será composto por duas etapas, variando de acordo com o grupo de inscrição. No Grupo 1 (ampla concorrência), os candidatos realizarão uma prova escrita nacional, às 13h (horário de Brasília) de 19 de outubro e, posteriormente, a defesa de memorial. Já o Grupo 2 é voltado a docentes com pelo menos 15 anos de atuação em sala de aula, que serão avaliados por análise de currículo e defesa de memorial.

De acordo com o cronograma, a divulgação do resultado final será em 10 de dezembro e a matrícula para os aprovados acontecerá de 01 a 28 de fevereiro. As atividades acadêmicas terão início no primeiro semestre de 2026, com aulas presenciais na Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FACET/UFGD), localizada na Unidade 2, na Cidade Universitária.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: profisicaufgd@ufgd.edu.br ou na página do programa: https://www.ufgd.edu.br/pos-graduacao/mestrado-ensino-fisica/index .

Disponível em: https://www.douradosnews.com.br/dourados/ufgd-abre-inscricoes-para-o-mestrado-profissional-em-ensino-de-fisica/1263701/

terça-feira, 26 de agosto de 2025

UEMG oferece bolsas para povos e comunidades tradicionais

A Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), por meio da Pró-reitoria de Extensão, comunica o início das inscrições para o Programa de Bolsa para Povos e Comunidades Tradicionais (PROPCTs).  As bolsas são fomentadas com recursos de emenda parlamentar de autoria da deputada estadual Andréia de Jesus.

O cadastramento deve ser feito por meio de sistema próprio da Universidade até o dia 5 de setembro. O valor da bolsa é de R$ 1.400, pagos em quatro parcelas mensais ao longo do ano de 2025.

Em seu segundo ano, o PROPCTs integra um conjunto de iniciativas voltadas à promoção da equidade no ensino superior. Seu objetivo é assegurar a permanência e o sucesso acadêmico de estudantes indígenas, quilombolas, ciganos e outros integrantes de comunidades tradicionais, no âmbito do Programa de Seleção de Candidatos (PROCAN). 

Os objetivos do PROPCTs 

O Programa ofertado pela PROEX tem como objetivo:

  • Viabilizar a equidade na formação acadêmica de estudantes pertencentes a povos e comunidades tradicionais;
  •  Promover a igualdade de oportunidades no ensino superior, respeitando a diversidade étnico-cultural;
  •  Viabilizar a permanência e diplomação de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e egressos de escola pública pertencentes a povos e comunidades tradicionais;
  • Contribuir para a formação acadêmica e o fortalecimento identitário das comunidades de origem dos(as) estudantes beneficiados(as);
  • Promover a democratização da permanência no ensino superior, visando minimizar as desigualdades sociais e étnico-raciais.

Quem pode se inscrever? 

Podem participar do programa:

  • Estudantes regularmente matriculados na UEMG em cursos presenciais de graduação ou pós-graduação stricto sensu, que sejam provenientes das ações afirmativas destinadas a indígenas, quilombolas e ciganos no âmbito do Programa de Seleção Socioeconômica da UEMG, o PROCAN;
  • Alunos regularmente matriculados na UEMG em cursos presenciais de graduação ou pós-graduação stricto sensu que sejam pertencentes a povos e comunidades tradicionais.

Unidades Acadêmicas participantes 

Campus BH 

  • Escola de Design - Campus BH 
  • Escola de Música - Campus BH 
  • Escola Guignard - Campus BH 
  • Faculdade de Educação - Campus BH 
  • Faculdade de Políticas Públicas - Campus BH 

Unidades Regionais 

  • Unidade Abaeté 
  • Unidade Araguari 
  • Unidade Barbacena
  • Unidade Campanha 
  • Unidade Carangola 
  • Unidade Cláudio 
  • Unidade Diamantina 
  • Unidade Divinópolis 
  • Unidade Frutal 
  • Unidade Guanhães 
  • Unidade Ibirité 
  • Unidade Ituiutaba 
  • Unidade João Monlevade 
  • Unidade Leopoldina 
  • Unidade Passos 
  • Unidade Poços de Caldas 
  • Unidade Ubá
  • Cataguases - Curso Fora de Sede

Mais informações e orientações sobre o processo de cadastramento estão disponíveis em: propcts.uemg.br e no site oficial da UEMG.

Por Arthur do Vale e Letícia Gonzaga (Ascom/UEMG)

Disponível em: https://uemg.br/noticias-1/20245-uemg-oferece-bolsas-para-povos-e-comunidades-tradicionais

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Gambira encerra I ciclo com workshop de Gestão de processos de OSC

 

Curso beneficia 17 estudantes ciganos de mais de 6 estados brasileiros e é financiado pela Fundação André Lúcia Maggi

O Programa Gambira, que visa a formação de pessoas ciganas das etnias Calon, Rom e Sinti nas áreas de gestão e sustentabilidade financeira de organizações da sociedade civil (OSC), bem como nas áreas de produção cultural, de comunicação e de audiovisual, encerrou nesta terça-feira (19 de agosto) seu primeiro ciclo.

Realizado pela Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC/MT), em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do LabNós, o nono encontro do semestre ocorreu, como de costume, entre 19h30 e 21h30 (horário de Mato Grosso). Na ocasião, o gestor governamental da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel/MT), Paulo Moura, realizou a “Oficina de Gestão de Processos de instituições culturais e sociais”.

Integrante do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2025/2026 da AEEC-MT, o Gambira, atualmente, atende 17 estudantes ciganos das etnias Rom e Calon de vários estados brasileiros, como MT, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Paraná. O PDI AEEC-MT é financiado pela Fundação André Lúcia Maggi (Falm), por meio da Chamada de Apoio ao Desenvolvimento Institucional 2024.

A primeira etapa das formações do Gambira aconteceu no primeiro semestre de 2025, com uma série de oficinas e workshops. Online, o curso oferta formação técnica e profissional a pessoas ciganas do todo o país, visando o fomento à melhoria dos processos internos e externos da instituição, inclusive com associações e coletivos ciganos parceiros de outros Estados.

O Programa é certificado como curso de extensão pela Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do LaBnós, sob coordenação da professora dra. Gabriela Marques.  Pela AEEC, a coordenação é realizada pelo gerente de projetos, Dr. Aluízio de Azevedo e o diretor de cultura, Rodrigo Zaiden. A secretaria do curso é realizada por Rosana Cristina Alves de Matos Cruz (presidente da AEEC), a mediação por Jéssika Lorrayne Alves Cabral Lima Leme (vice-presidente) e a produção executiva é assinada por Fernanda Caiado.

No primeiro ciclo do curso, que ainda está previsto para ocorrer até o fim de 2026, com mais três novos ciclos, foram realizados 9 encontros entre os meses de abril e agosto, sendo que a aula inaugural ocorreu no dia 08 de abril.

Neste período, os participantes receberam algumas formações como a Roda de Chibe “Formando lideranças ciganas: Ativismo, Mobilização, Participação Social, e Estratégias de Advocacy”, ministrada por uma das pioneiras do ativismo cigano no Brasil, a Rommi Lourdes Corrêa (Lú Ynaiah) e pela jornalista do site Observa MT e especialista em direitos humanos, questões ambientais e advocacy, Edilene Fernandes.

Os 17 integrantes do Gambira também participaram de três workshops: “Gestão de Instituições Sociais e Culturais”, com a produtora cultural e presidente do Instituto Cultural América (Inca), Cybele Bussiki; “Planejamento, monitoramento e avaliação de instituições sociais e culturais”, com a professora Mestra e servidora da UFG, Marília Almeida; e “Gestão Financeira de Organizações Sociais”, com a superintendente de Desenvolvimento Criativo da Secel/MT, Keiko Okamura.

Além disso, o programa ofereceu no primeiro ciclo outras duas oficinas: “Elaboração e Escrita de Projetos Culturais e Sociais”, com Aluízio de Azevedo e “Introdução à Produção Audiovisual”, com Gabriela Marques e Aluízio de Azevedo. Como o curso também prevê atividades práticas e momentos de monitoramento e avaliação, conhecidas como “Hora do Drabe”, no dia 10 de junho, ocorreu uma aula prática para comentar exercícios, com Gabriela Marques.

AEEC-MT e UFG abrem 10 novas vagas para Programa Gambira

Neste segundo semestre de 2025, as oficinas ofertadas pelo Programa Gambira focam no cinema e audiovisual, incluindo áreas como roteiro, direção, produção, direção de arte, montagem/edição e direção de fotografia. Também teremos um workshop de marketing digital e uma oficina abordando “Medidas de Acessibilidade e a contratação de Pessoas PCDs nos projetos culturais e sociais”.

A AEEC-MT está com inscrições abertas para a segunda chamada do curso, no período entre 18 e 25 de agosto de 2025. São 10 novas vagas, exclusivas para pessoas ciganas de qualquer parte do Brasil. Os/As novos/as selecionados/as serão integrados/as ao grupo, participando das oficinas e workshops programados para o segundo semestre de 2025 e para o ano de 2026.

Para fazer a inscrição, basta preencher o formulário abaixo e deixar seus contatos, que em breve retornaremos

Para o segundo semestre de 2025 estão previstas os seguintes cursos:

-  02/09 - Introdução à Produção Audiovisual– Parte 2;

- 16/09 – Oficina de Introdução à Construção de Roteiro;

- 30/09 - Oficina de Direção de Arte para o Cinema;

- 14/10 - Oficina de Direção de Fotografia para o Cinema;

- 28/10 – Oficina de Montagem;

- 11/11 – Oficina de Direção Geral para Cinema;

- 25/11 – Oficina de Marketing Digital;

- 02/12 – Oficina de Medidas de Acessibilidade e a contratação de Pessoas PCDs nos projetos culturais e sociais;

- 09/12 (terça) – Encontro de monitoramento e avaliação do Ciclo 2


CRITÉRIOS PARA PARTICIPAÇÃO

- Pertencer a uma das três etnias ciganas, Calon, Rom e Sinti

- Ter entre 15 e 70 anos

- Ter disponibilidade para frequentar todas as etapas do curso que ocorrerão durante dois anos, duas vezes por mês, de forma online, no período noturno, durante duas horas cada encontro.

- Dispor de pelo menos 10 horas mensais para as formações e atividades práticas do PDI

- Se comprometer na atuação prática e na melhoria da organização institucional da AEEC-MT

- No mínimo 50% das vagas serão garantidas para mulheres ciganas, garantindo a paridade de gênero

PATROCÍNIO

O PDI AEEC/MT/2025-2026 é executado a partir de uma mentoria da Fundação André Lúcia Maggi (Falm) e a consultoria da Ponte a Ponte, por meio do Edital de Seleção de Organizações, Movimentos Sociais e Coletivos para o Fortalecimento de Capacidades Institucionais 2023/2024.

Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC


sábado, 16 de agosto de 2025

AEEC articula com Seduc políticas educacionais aos povos ciganos

 

O Assessor para Ciência e Comunicação, Aluízio de Azevedo, se reune com a coordenadora  da Educação Étnico-racial e Ambiental da Secretaria de Estado de Educação de MT, Ruthnéia Pereira Moraes (Direita) e a equipe antiracista da pasta

Pensar políticas públicas e ações conjuntas em prol da educação para os povos ciganos mato-grossenses. Com esse objetivo, o gerente de projetos da Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), Aluízio de Azevedo e a Coordenadora da Educação Étnico-racial e Ambiental da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), Ruthnéia Pereira Moraes, se reuniram na manhã desta quinta-feira (14.08).

O encontro ocorreu na sede da Seduc-MT pela manhã e, na ocasião, Aluízio de Azevedo, apresentou a atuação da AEEC-MT à coordenadora e pediu apoio da pasta para fortalecer os dois projetos atuais executados pela organização: a Exposição Mato Grosso Solo Cigano e o livro Calins do Cerrado: Medicina e Sabedorias Ciganas (Editora Entrelinhas).

Ambos os projetos terão o seu lançamento no próximo dia 26 de setembro (sexta-feira), na Galeria Lava Pés, em Cuiabá, onde a exposição permanecerá por 30 dias, até o dia 25 de outubro, aberta a visitação pública, em horário comercial.

A AEEC-MT propôs à Seduc que a pasta viabilizasse a participação de escolas estaduais da Capital Mato-grossense em visita guiada na exposição, alcançando cerca de 200 estudantes.

Além da participação de escolas estaduais na exposição, a AEEC-MT solicitou à Secretaria parceria para distribuição de livros a todas as escolas estaduais de Rondonópolis, Cuiabá e Tangará da Serra, locais com maiores comunidades ciganas em Mato Grosso.

“Também sugerimos a Secretaria em financiar uma nova publicação de uma segunda edição da obra exclusiva para destinar as escolas estaduais presentes nos demais 139 municípios que ficaram de fora da primeira doação”, explica Aluízio, ao acrescentar, que:

“O nosso diálogo foi muito bom. Nos colocamos à disposição para pensar ações antiracistas incluindo também os povos ciganos e suas três etnias, os Calon, os Rom e os Sinti. Além disso, a educação de base é fundamental para fortalecer o combate aos estereótipos e anticiganismo porque sofrem as pessoas ciganas, por isso a Seduc é uma parceira estratégica”, reforça Aluízio.

Na ocasião, Ruthneia informou que vai levar as demandas para serem debatidas junto à Secretária Adjunta de Gestão Educacional (SAGE), Jéssyca Kelly Castro Campos e ao secretário da pasta, Alan Porto, para averiguarem a possibilidade.

 “Acreditamos ser de suma importância essa parceria para podermos agregar os povos ciganos na política antirracista. Em relação à visita dos estudantes das escolas à exposição, vamos viabilizar junto a Diretoria Metropolitana de Educação de Cuiabá e em relação ao financiamento, vamos levar a solicitação à secretária adjunta e ver se a Seduc pode atender a solicitação”, finaliza Ruthneia.

Cultura e História dos Povos Ciganos em foco

MT Solo Cigano, que é executada por meio do Edital Viver Cultura – Identidades – Categoria Povos Ciganos da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel/MT), aborda a história, a presença e a cultura dos povos ciganos no Estado. A exposição traz fotos, vídeos-artes, instalações e poemas.

Além de informações verídicas e fidedignas acerca dos povos ciganos, quebrando estereótipos e preconceitos históricos sobre os Calon, os Rom e os Sinti, o trabalho traz obras em múltiplas linguagens, como fotos, vídeos-artes, instalações e poemas de artistas ciganos, como videomakers, poetas e fotógrafos. Os profissionais foram convidados a partir de uma curadoria realizada pela presidente da AEEC-MT, Rosana Cristina Alves de Matos Cruz, a secretária da instituição, Irandi Rodrigues Silva e o diretor de cultura, Rodrigo Zaiden.

Já a obra “Calins do Cerrado: Medicina e Sabedorias Ciganas”, que também é executado por meio do mesmo edital da Secel/MT, tem como foco os ensinamentos da Mestra da Cultura Mato-grossense, a raizeira e benzedeira de etnia Calon, Maria Divina Cabral, a Mestra Diva (Rondonópolis).

Além de ter um uma biografia da Mestra Diva e uma entrevista em profundidade com a Calin (modo como as mulheres ciganas de etnia Calon se autodenominam), o livro traz tambem contos e frases de outras quatro mulheres ciganas, que também são consideradas pela AEEC-MT como mestras da cultura cigana em MT.

A obra surgiu a partir do material coletado no projeto “Diva e As Calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, que também abordou a história de vida de Diva e outras cinco mulheres ciganas parentas da Mestra. São elas: Terezinha Alves (assistente social, Cuiabá), Nilva Rodrigues Cunha (ativista, Rondonópolis), Irandi Rodrigues Silva (professora aposentada, Chapada dos Guimarães) e Venerana Rodrigues Cunha Pereira (Tangará da Serra).

Para saber mais sobre “Diva e As Calins de MT”, acesse a plataforma digital do projeto no link: www.galeriacalin.com onde está disponível a Exposição Multimídia Calin com 35 mulheres ciganas que vivem em comunidades mato-grossenses e os cinco episódios da minissérie com Diva e suas quatro parentas.

 Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT