Site Gazeta Digital publica com exclusividade reportagem sobre a Exposição Multimídia Calin
Da redacao@gazetadigital.com.br
A resistência, a diversidade e a
beleza das mulheres ciganas do tronco étnico Calon que pertencem às comunidades
romanis de 3 municípios: Rondonópolis, Cuiabá e Tangará da Serra. Este é o tema
central da Exposição Multimídia Calin, disponível para ser acessada no link: https://galeriacalin.com.
A exposição “Calin” é um dos produtos transmídias que integram o projeto “Diva e as Calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”; aprovado no edital Conexão Mestres da Cultura, da Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (SECEL-MT). Proposto pela Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), o projeto homenageia a raizeira e benzedeira cigana, Maria Divina Cabral, a Diva, como Mestra da cultura mato-grossense.
Essa é a primeira exposição
multimídia com foco no universo das mulheres ciganas do tronco étnico calon no
país. Ao trazer as “Calins de Mato Grosso”, o projeto visa mostrar a
diversidade das mulheres ciganas que vivem no estado, registrar e valorizar
seus valores, tradições e saberes. Também é uma forma de combater estereótipos
e preconceitos sobre as mulheres ciganas.
“O material multimídia
exposto é resultado de um encontro sutil e delicado entre nossa equipe e o modo
como nos vemos, nos mostramos e, principalmente, queremos ser vistas. Assim,
brindamos o público com novas autorrepresentações do universo romani,
especialmente, do tronco étnico Calon. Esperamos que a plataforma se transforme
numa referência nacional, quiçá internacional”, comemora a presidente ada
AEEC-MT e coordenadora geral do projeto, Fernanda Alves Caiado.
O trabalho registrou
mulheres de diferentes idades, propondo novas possibilidades do que é ser calin,
cigana, mulher, mato-grossense, brasileira. A exposição une as famílias de
Maria Divina Cabral, a Mestra Diva e suas parentas Nerana (Tangará da Serra),
Irandi (Cuiabá), Terezinha (Cuiabá) e Nilva (Rondonópolis), mulheres que também
consideradas mestras da cultura cigana, pois conservam os saberes, as
filosofias e as identidades da cultura cigana.
Conceito
Em fotos, vídeos e
textos, “Calin” vislumbra a criação de novas narrativas para que mais e mais
mulheres ciganas se inspirem e possam criar os próprios caminhos. O site é
composto por menus explicativos apresentando a exposição, o projeto, a mestra
Diva, as mulheres que participam do trabalho; bem como traz vídeos e links para
o blog e redes sociais da AEEC-MT.
“Apresentamos um universo
ora onírico, ora de realidade, que se revela através da compreensão feminina de
uma cultura milenar de resistência, cuja medicina tradicional se baseia na
natureza. Como as raízes profundas das árvores retorcidas e sertanejas do
cerrado, que resistem ao fogo e a seca, produzindo flores e frutos; as mulheres
ciganas produzem cultura e cura que precisam chegar a mais e mais pessoas,
ainda mais nesses tempos em que vivemos de pandemia, em que a saúde tornou-se
uma questão central”, enfatiza a fotógrafa e curadora, Karen Ferreira.
“Calin” é o modo como as
mulheres do tronco étnico Calon se autodenominam. Assim, o nome da exposição,
que também vai no projeto, é também uma forma de promover e valorizar os
saberes ancestrais das mulheres ciganas mato-grossenses.
“A escolha por este nome sintetiza a
desconstrução da palavra 'cigana', na busca por uma produção em artes visuais
dialógica, que de fato represente as Calins a partir de suas percepções e modos
de ver e viver a vida, enquanto ciganas, trabalhadoras, ativistas,
estudantes.Este é um trabalho muito importante para a quebra de preconceitos e
estereótipos que historicamente estiveram associados às ciganas, mas que são
equivocados e racistas” conclui o diretor de arte e curador da exposição,
Rodrigo Zaiden.
Para saber mais sobre o projeto “Diva e as Calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, acesse a plataforma da Exposição Multimidia Calin ou o Blog da AEEC-MT.
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