A programação do “setembro cigano em MT”, começou às 10h do dia 01 (sexta-feira), com o circuito de lançamento do curta-metragem Caminhos Ciganos (2023 – 24’), em Tangará da Serra, cidade natal do diretor e roteirista da obra, Aluízio de Azevedo, que também coordenou os eventos ocorridos no Estado.
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Acompanhe a página do filme no Instagram: https://www.instagram.com/filmecaminhosciganos/
Cerca de 40 pessoas da comunidade cigana local participaram da exibição do filme e de uma confraternização na Estância Modelo, que contou com almoço e homenagem às matriarcas, as tias: Leida, Orceni, Maria Barbosa, Lúcia (in Memoriam), Cida, Coraci, Nerana, Irandi e Nelsa.
A programação cultural ainda contou com a participação da cantora gospel cigana, Fernanda Martelli
E animação do músico e cantor Caju.
Na ocasião, emoção tomou conta dos participantes. A
comerciante, Simone Carla Rodrigues, por exemplo, pondera a importância do
trabalho para quebrar preconceitos.
“Adorei tudo, o almoço em família e estar com os meus primos foi muito bom. Fazia um tempinho que a gente não conseguia reunir todo mundo. O projeto está sendo maravilhoso, porque através dele as pessoas podem ver os ciganos com outros olhos. Até então, as pessoas viam os ciganos como um povo que roubava e matava, eles não viam a nossa cultura em si”, pondera Simone.
Filme viaja no universo romani de Brasil, Portugal e França
De acordo com Aluízio, “em plano sequência de quase três minutos, começamos o filme assistindo de maneira completamente íntima vendo a ligação totêmica e identitária entre tio Eurípedes e o cavalo e a carroça que arreia e cuja partida leva o espectador a percorrer os caminhos ciganos entre Brasil e Portugal e imergir num dos pontos centrais relacionados historicamente aos povos ciganos, o nomadismo, cuja ligação paira no imaginário social ocidental como um aspecto cultural identitário próprio, mas cujo resultado é fruto de uma política perpétua de expulsão”.
Para o produtor
audiovisual, o principal diferencial do filme é que ele partiu da própria
comunidade cigana, que sentiu a necessidade de se auto representar, diante de
um imaginário social estereotipado e preconceituoso. “Já começamos
desconstruindo essa falsa ideia do mito da liberdade do nomadismo, para mostrar
que na maioria das vezes, as pessoas e comunidades ciganas foram forçadas a
migrar, por meio de políticas de expulsão. A própria forma com que os Calon
chegaram ao Brasil, deportados de Portugal durante todo o período colonial é o
exemplo mais antigo e histórico desta questão”, pondera Zaiden.
Por sua vez, a codiretora
e diretora de fotografia, Karen Ferreira, destaca a proximidade e aspecto
relacional que permeiam todo o filme. “Começamos dentro do universo cigano,
trazendo elementos simbólicos como cavalos, carros, barraca e valores culturais,
que demonstram os dois lados da mesma moeda: a violência e a perseguição
histórica contra os povos ciganos por parte dos não-ciganos e do próprio
estado, mas também a resistência de culturas e tradições milenares, que
permaneceram e que se reconstroem entre o mundo capitalista e a própria
comunidade tradicional” revela.
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Sinopse
Os caminhos que levam ao
universo romani em três países, Brasil, Portugal e França, são apresentados numa
narrativa poética e intimista, inspirada na estética do premiado cineasta
cigano Tony Gatlif, diretor de “Lacho Drom” (1992) e “Gadjo Dilo” (1997). Em
destaque as culturas ciganas vistas de dentro, valorizando imaginários
próprios. A viagem inicia com a família de um cineasta de etnia Calon
em Mato Grosso; que corta o Brasil e atravessa o oceano Atlântico para
reencontrar com sua ancestralidade, registrando cada comunidade, suas
personagens e cotidianos marcantes, nuances de manifestações culturais, modos
de vida e tradições romani, como também denúncias de exclusão e perseguição
históricas.
Ficha Técnica
Realização: Edital Cine
Motion – SECEL-MT
Pesquisa, Roteiro e
Direção: Aluízio de Azevedo
Codireção: Rodrigo Zaiden
e Karen Ferreira
Produção Executiva:
Irandi Rodrigues Silva
Coordenador de Produção:
Rodrigo Zaiden
Produção: Kaiardon
Produções
Produção Local Portugal:
Pimênio Ferreira
Produção Local Brasil:
Fernanda Alves Caiado
Direção de Fotografia:
Karen Ferreira
Fotografia complementar:
Rodrigo Zaiden e Aluízio de Azevedo
Montagem: Karen Ferreira,
Aluízio de Azevedo e Juliana Corsino
Assistente de Montagem:
Rodrigo Zaiden
Edição: Juliana Corsino
Finalização/Colorização:
Isabela Padilha
Designer Gráfico e
Webdesigner: André Victor
Assessoria de Comunicação
e Imprensa: Aluízio de Azevedo
Produtora do Circuito de
Lançamento: Francieska Dinarte
Secretária: Irandi
Rodrigues Silva
Administrativo: Afra
Catarse
Apoio: Associação
Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)
Imune-MT e Casa das Pretas
Prefeitura Municipal de
Tangará da Serra
Vereador de Tangará da
Serra Professor Sebastian
Vereador de Rondonópolis
Dico
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