segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Eventos celebram a cultura cigana e pautam demandas políticas em Mato Grosso

 

Programações destacam tradições ciganas e oficina do MPF levanta demandas e pautas das comunidades de etnia Calon no Estado: na foto lançamento do filme caminhos ciganos em Tangará

O último mês de setembro (2023) foi um marco para as comunidades ciganas que vivem em Mato Grosso. Durante os dias 01 a 09, ocorreram uma série de eventos culturais, tradicionais e políticos, quando diversas questões relacionadas às demandas e pautas das etnias Romani no Estado foram tratadas. As atividades aconteceram em Tangará da Serra, Rondonópolis e Cuiabá, três cidades com maior concentração de pessoas ciganas em MT.

Quatro atividades principais integraram as programações: o circuito de lançamento do filme curta-metragem Caminhos Ciganos, a Oficina da Plataforma de Territórios Tradicionais, o III Encontro de Cultura Cigana de Mato Grosso e a participação especial da comunidade cigana de Rondonópolis no programa Avisa Lá que Eu Vou, apresentado pelo ator Paulo Vieira, para o GNT, com janela no programa Fantástico, da rede Globo.

Os eventos foram organizados pela AEEC-MT e produzidos pela Kaiardon Produções, por meio de um convênio com a Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT) e patrocínio da a empresa de cooperação alemã GIZ Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit. O objetivo principal foi comemorar os seis anos de fundação da Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), criada em outubro de 2017.

Público presente no Circuito de Lançamento do Filme Caminhos Ciganos, em Cuiabá, que ocorreu na praça da Mandioca

“Além de comemorar as conquistas realizadas pela associação nos últimos seis anos, estamos fortalecemos a missão da nossa organização, que é fomentar a salvaguarda, o registro e a divulgação dos saberes e filosofias ciganas, bem como a defesa de direitos humanos e a inclusão cidadã, de maneira a desconstruir estereótipos e lutar contra o racismo e a exclusão social”, destaca a presidente da AEEC-MT, Fernanda Caiado.

Fernanda Alves, presidente da AEEC-MT (esquerda) e algumas das calins mato-grossenses: Orceni Rodrigues (Tangará), Terezinha Alves (Cuiabá), Zilma Rodrigues (Rondonópolis), Selma Alves (Guiratinga) e a matriarca tia Tita (sentada Guiratinga)

A superintendente de desenvolvimento criativo da Secel-MT, keiko Okamura, acompanhou toda a programação. Para ela, “participar foi muito importante”, pois conseguiu “ver de perto o resultado das políticas públicas que temos pensado e realizado para que o povo cigano possa estar inserido e ter a possibilidade de estar demonstrando, a partir desses projetos artísticos, a cultura cigana de forma que consiga promover a divulgação da cultura e uma aproximação não só do poder público com a comunidade, mas da comunidade com o público em geral”.

Na opinião da superintendente, os projetos artísticos trouxeram a possibilidade “para a gente entender e tirar todas essas visões errôneas e negativas, preconceituosas, com relação a cultura cigana, que faz parte da nossa cultura, da nossa identidade, que está inserida, está enraizada e é extremamente necessária que tenha visibilidade”.

Keiko Okamura ocupa o cargo de superintendente da Secel-MT há mais de cinco anos e comanda o setor de economia criativa da pasta

Outro ponto alto enfatizado por Keiko, é a possibilidade de pensar políticas públicas integradas entre a cultura e outras áreas. “É um processo da gente tentar entender e propor não só na área que a gente atua, mas também influenciar em outros setores, para ter um conjunto de ações que possa de forma mais ampliada promover acesso e esses direitos e visibilizar para que a comunidade cigana possa viver de forma igualitária como todos os cidadãos de Mato Grosso”.

Por fim, keiko ressaltou “o quanto isso é importante não só para a cultura, mas sob todos os aspectos de acesso a recursos, a bens, serviços, direitos e, principalmente, da pessoa humana, para a auto estima, para que a pessoa possa ter orgulho e se manifestar enquanto população cigana, enquanto cultura, enquanto indivíduos que tem esse direito que é previsto, mas não tem acontecido na prática”.

Acompanhe cobertura especial dos eventos:

Caminhos Ciganos projetado em praça pública e grupo Tradição Cigana são destaques em Cuiabá

Apresentador Paulo Vieira marca programação do III Encontro de Cultura Cigana de MT

Caminhos Ciganos estreou em Tangará da Serra

Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT

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