O último mês de setembro (2023) foi um marco para as
comunidades ciganas que vivem em Mato Grosso. Durante os dias 01 a 09, ocorreram
uma série de eventos culturais, tradicionais e políticos, quando diversas
questões relacionadas às demandas e pautas das etnias Romani no Estado foram
tratadas. As atividades aconteceram em Tangará da Serra, Rondonópolis e Cuiabá,
três cidades com maior concentração de pessoas ciganas em MT.
Quatro atividades principais integraram as programações: o circuito de lançamento do filme curta-metragem Caminhos Ciganos, a Oficina da Plataforma de Territórios Tradicionais, o III Encontro de Cultura Cigana de Mato Grosso e a participação especial da comunidade cigana de Rondonópolis no programa Avisa Lá que Eu Vou, apresentado pelo ator Paulo Vieira, para o GNT, com janela no programa Fantástico, da rede Globo.
Os eventos foram organizados pela AEEC-MT e produzidos
pela Kaiardon Produções, por meio de um convênio com a Secretaria de Estado de
Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT) e patrocínio da a empresa
de cooperação alemã GIZ Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit.
O objetivo principal foi comemorar os seis anos de fundação da Associação
Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), criada em outubro de
2017.
“Além de comemorar as conquistas realizadas pela
associação nos últimos seis anos, estamos fortalecemos a missão da nossa
organização, que é fomentar a salvaguarda, o registro e a divulgação dos
saberes e filosofias ciganas, bem como a defesa de direitos humanos e a
inclusão cidadã, de maneira a desconstruir estereótipos e lutar contra o
racismo e a exclusão social”, destaca a presidente da AEEC-MT, Fernanda Caiado.
A superintendente de desenvolvimento criativo da
Secel-MT, keiko Okamura, acompanhou toda a programação. Para ela, “participar foi
muito importante”, pois conseguiu “ver de perto o resultado das políticas
públicas que temos pensado e realizado para que o povo cigano possa estar
inserido e ter a possibilidade de estar demonstrando, a partir desses projetos
artísticos, a cultura cigana de forma que consiga promover a divulgação da
cultura e uma aproximação não só do poder público com a comunidade, mas da
comunidade com o público em geral”.
Na opinião da superintendente, os projetos artísticos
trouxeram a possibilidade “para a gente entender e tirar todas essas visões
errôneas e negativas, preconceituosas, com relação a cultura cigana, que faz
parte da nossa cultura, da nossa identidade, que está inserida, está enraizada
e é extremamente necessária que tenha visibilidade”.
Outro ponto alto enfatizado por Keiko, é a
possibilidade de pensar políticas públicas integradas entre a cultura e outras
áreas. “É um processo da gente tentar entender e propor não só na área que a
gente atua, mas também influenciar em outros setores, para ter um conjunto de
ações que possa de forma mais ampliada promover acesso e esses direitos e
visibilizar para que a comunidade cigana possa viver de forma igualitária como
todos os cidadãos de Mato Grosso”.
Por fim, keiko ressaltou “o quanto isso é importante
não só para a cultura, mas sob todos os aspectos de acesso a recursos, a bens,
serviços, direitos e, principalmente, da pessoa humana, para a auto estima,
para que a pessoa possa ter orgulho e se manifestar enquanto população cigana,
enquanto cultura, enquanto indivíduos que tem esse direito que é previsto, mas
não tem acontecido na prática”.
Acompanhe cobertura especial dos eventos:
Caminhos Ciganos projetado em praça pública e grupo Tradição Cigana são destaques em Cuiabá
Apresentador Paulo Vieira marca programação do III Encontro de Cultura Cigana de MT
Caminhos Ciganos estreou em Tangará da Serra
Assessoria para Ciência e Comunicação da AEEC-MT
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