O trabalho reflete os dilemas superados por ciganos/as para acesso ao ensino superior e apresenta um panorama das políticas de ações afirmativas para ciganos/as promovidas por Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil
A Universidade Federal da
Bahia (UFBA), através do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências professor
Milton Santos (IHAC) - Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares
Sobre a Universidade (PPGEISU), promove a primeira banca de defesa do mestrado
de um cigano da etnia Calón de tradição circense, nesta sexta-feira (29).
O jornalista, multiartista e estudante Roi Rogeres Fernandes pesquisou a relação dos Povos Ciganos com o Ensino Superior, através do método autoetnográfico. O trabalho apresenta os dilemas superados por ciganos/as para acesso ao ensino superior e um panorama das políticas de ações afirmativas promovidas por Instituições de Ensino Superior (IES), voltadas a essa comunidade tradicional, instituída oficialmente em 2007. O estudo contou com a orientação de Georgina Gonçalves, profa. Dra. titular do PPGEISU.
A banca será composta
pelo cigano da etnia Calón e pesquisador Dr. Aluízio de Azevedo (FIOCRUZ-RJ);
profa. Dra. Claudia Nunes (UFS), cigana Calin; profa. Dra Sônia Sampaio, titular
do PPGEISU/UFBA. E homenageará o primeiro professor Dr. Cigano do Brasil,
Jucelho Dantas da Cruz (UEFS), um dos principais articuladores das cotas para
estudantes ciganos/as na Bahia, Estado pioneiro na iniciativa. A apresentação
acontecerá em formato remoto. Os interessados em acompanhar a defesa, podem
enviar manifestação de interesse para o e-mail roirogeresff@gmail.com para
recebimento do link, que será disponibilizado considerando a limitação de
acesso à sala virtual.
PPGEISU foi o primeiro
PPG da UFBA a incluir Povos Ciganos nas ações afirmativas
Em maio de 2021, o curso
de Mestrado Acadêmico do PPGEISU acrescentou os povos ciganos para ingresso por
meio das ações afirmativas, através de vagas supranumerárias, além de
estudantes (as) negros (as), pretos (as) e pardos (as), e sobrevagas para
indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e pessoas trans (transexuais,
transgêneros e travestis), sendo o primeiro programa de Pós-Graduação (PPG) da
UFBA com vagas específicas para ciganos/as.
De acordo com Maria
Thereza Coelho, coordenadora do PPGEISU, a primeira banca defendida por
estudante cigano no Programa, com membros também ciganos na banca, reflete o
compromisso com a reparação social para com a comunidade, bem como demonstra
que o PPG segue de portas abertas para acolher a pluridiversidade étnica,
característica da população brasileira.
“Recentemente aumentamos
a nota do Programa junto à CAPES e aprovamos o projeto de implementação do
doutorado acadêmico, o que amplia o nosso campo de atuação educacional e
social. Fomos o primeiro da UFBA a tomar essa iniciativa ao acolhermos um
estudante cigano, mas desejamos não sermos o único. Esperamos que a iniciativa
inspire outros/as estudantes das etnias ciganas a ocuparem esses espaços
historicamente negados e assim fazemos cumprir também o nosso compromisso de
reparação. É um momento especial para toda comunidade acadêmica”, declarou.
Fotos: Bárbara Jardim
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