Desde o último dia 13/07, quando dois policiais a paisana morreram em confronto ainda não esclarecido com alguns ciganos na zona rural de Vitória da Conquista, que a PM tem empreendido uma verdadeira caçada a ciganos tratados como foragidos.
Portando-se como um esquadrão de vingança, a PMs já assassinaram sete ciganos. Dois deles menores de idade. Um com apenas 13 anos, desarmado, que foi executado em uma farmácia na cidade de Vitória da Conquista.
Em comum na morte dos ciganos temos o braço armado do Estado, que, apesar das evidências de execução de PMs, como de praxe, alegam confronto com os mortos, e a conivência da Secretaria de Segurança Pública e do Governo do Estado, que aos moldes dos "policiais artilheiros do Cabula", afirmam que a ação policial está dentro dos padrões da PM.
Além dos assassinatos protegidos pelo Estado, gravaram vídeos em que vilipendiam os corpos e comemoram acertos de tiros, em absurdo desrespeito aos mortos, aos familiares e a todos aqueles que prezam pela humanidade.
A quem apelar para frear a sanha assassina da PM, que motivada por vingança, mata quase todos os filhos da família Silva Matos, vilipendia os corpos e ainda conta com o apoio do Estado? Até a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi) silencia-se diante do desespero de famílias de ciganos torturados, casas e ranchos invadidos, idosos e crianças espancados, tudo para fazer valer a sede implacável de vingança de alguns PMs.
Não somos contra a justiça, somos contra os justiceiros da PM que agem livremente, fora da lei, com a certeza da impunidade.
Lamentamos profundamente a morte dos dois PMs e nos solidarizamos com seus familiares, mas não se pode punir os culpados imputando o crime a todos os ciganos e nem aplicar a Lei de Talião para punir criminosos.
Esperamos uma ação enérgica do Ministério Público e da Secretaria de Direitos Humano do Estado, para que sejam apuradas as mortes dos dois policiais e dos oito ciganos.
“Nunca mais o despotismo regerá nossas ações, com tiranos não combinam brasileiros corações”.
Jucelho Dantas da Cruz, Cigano da etnia Calon, Professor Titular da Uefs
Infelizmente, a prática não muda.
ResponderExcluirHá muita luta a ser feita.
Jucelho Dantas, você me representa em todos os Fóruns de luta companheiro. FASCISTAS NÃO PASSARÃO
ResponderExcluirMais um absurdo nesse Brasil sem lei... Quando é que as autoridades vão intervir de fato?
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