Dois de agosto, dia em Memória ao Holocausto Cigano/Romani, é uma data dolorosa para os povos ciganos, especialmente, os europeus. Isso porque ao mesmo tempo que mostra ao mundo a resistência dos povos ciganos, também marca e relembra todas as vítimas do genocídio cigano cometido pela Alemanha nazista e seus aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
Embora haja incerteza
sobre os números exatos, fala-se em 250 a 500 mil pessoas ciganas. Algo em
torno de 25% e 50% dos 1 a 1,5 milhão de ciganos que viviam no continente
europeu, provavelmente tenham sido mortos pelas mãos dos nazistas.
A data 02 de agosto foi
escolhida devido a um trágico acontecimento ocorrido na noite desse dia, no ano
de 1944 em Auschwitz-Birkenau, quando mais de 4 mil pessoas ciganas do local
conhecido como “campo da família cigana” foram assassinadas nas câmaras de gás.
Evidentemente, não sem
resistência, inclusive por parte das mulheres, idosos e crianças, que estavam
entre as vítimas. Na manhã seguinte, a médica judia Lucie Adelsberger relatava:
"De repente, duas
crianças de três e cinco anos, que tinham dormido durante todo o acontecimento,
saíram da sua barraca, embrulhadas em cobertores, chorando por estarem
abandonadas."
O genocídio cigano ficou
conhecido entre alguns troncos étnicos ciganos de Europa, a data ficou
conhecida como Porajmos (grande devoração) e entre outros como Samudaripen (o
assassinato de todos).
A Alemanha nazista utilizava diferentes formas de assassinatos: em campos de concentração e guetos, gás e fuzilamentos, fome, trabalhos forçados, doenças ou experimentos médicos.
Além disso, autoridades
alemãs massacraram dezenas de milhares de ciganos nos territórios da União
Soviética sob ocupação alemã e na Sérvia, bem como nos centros de extermínio como
Chelmno, Belzec, Sobibor e Treblinka.
As SS e a polícia
prenderam os roma nos campos de concentração de Bergen-Belsen, Sachsenhausen,
Buchenwald, Dachau, Mauthausen, e Ravensbrück.
Tanto no chamado Grande
Reich Alemão quanto no Generalgouvernement as autoridades civis nazistas
administravam diversos campos de trabalho escravo onde mantinham os roma
prisioneiros.
Para relembrar esses
terrores e garantir que nunca mais voltarão a acontecer, em 2015, a União
Europeia instituiu o 2 de agosto como Dia Europeu em Memória do Holocausto dos
Sinti e Roma. Em 2024, passados 80 anos da noite do assassinato, participam dos
eventos comemorativos sobreviventes, membros da minoria e políticos.
Perseguição Histórica – A perseguição do estado alemão aos povos ciganos é histórica, mas a questão foi regulamentada de forma severa, em 1936, quando foi criado o "Escritório Central de Combate ao Problema Cigano", em Munique. O órgão foi encarregado de "avaliar os resultados de pesquisas raciais-biológicas" sobre os ciganos.
Em 1938, ciganos dos
grupos Sinti e Roma passaram a ser enviados para campos de concentração. Também
foram privados de seus direitos civis. As crianças foram banidas das escolas
públicas e os adultos dos empregos.
Em 1943, uma grande área do campo Auschwitz-Birkenau foi designada para os ciganos. O número de detidos é estimado em cerca de 23 mil. Muitos se tornaram vítimas de experimentos médicos; outros morreram de exaustão ou foram mortos nas câmaras de gás.
O campo foi dissolvido em agosto de 1944. Muitos de seus prisioneiros foram assassinados ou transferidos para outros campos. Ao fim, pelo menos 21 mil homens, mulheres e crianças foram mortos.
Referências
Fotos:
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/genocide-of-european-roma-gypsies-1939-1945
Textos:
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2024/08/02/alemanha-relembra-80-anos-do-exterminio-dos-sinti-e-roma.htm?cmpid=copiaecola
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/genocide-of-european-roma-gypsies-1939-1945
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64381258
Nenhum comentário:
Postar um comentário