Acaba de ser lançado o
livro Como a Antropologia da Saúde pode ajudar a pensar o SUS hoje?,
uma obra que promete transformar a maneira como entendemos o Sistema Único de
Saúde (SUS).
Publicada pela Editora do
Ministério da Saúde e parte do projeto Encontros de Cultura, Saúde e
Humanidades, a coletânea oferece uma base sólida para novas reflexões e
práticas, promovendo uma visão humanizada e inclusiva do SUS.
A obra marca o quarto
livro da série, com o quinto já em desenvolvimento.
Baixe aqui o livro.
Voltado para
profissionais da saúde, estudantes e demais interessados, o livro reúne textos
de palestras disponíveis no canal do projeto no YouTube, disseminando
conhecimentos valiosos sobre a antropologia da saúde.
Um dos capítulos do
livro, “Para além da diversidade cultural, a perspectiva êmica e ética nos
caminhos para humanização e pesquisa na saúde cigana”, foi escrito pelo
Assessor para Ciência e Comunicação da AEEC-MT, Aluízio de Azevedo. Ele também
participa do vídeo de Lançamento do livro.
Confira no vídeo de
lançamento os destaques da publicação através das palavras dos
próprios autores.
Confira o resumo do ensaio
escrito por Aluízio:
Quais desafios e
oportunidades a relação entre os campos da saúde pública e da antropologia podem
proporcionar no âmbito da saúde cigana? Que camadas de diálogos interculturais
se estabelecem entre pesquisadores(as) e pessoas ciganas, ou entre usuários(as)
ciganos(as) e profissionais de saúde? Quais perspectivas os contextos culturais
apresentam na visão das determinações sociais da saúde? Essas e outras questões
são abordadas de forma ensaística neste texto, que busca reforçar a importância
do foco na perspectiva êmica do campo antropológico para o campo da saúde
pública (estudos e práticas) e das políticas afirmativas de saúde para os povos
ciganos”.
Relação Saúde e Cultura -
A
publicação nasceu da iniciativa do Centro Cultural do Ministério da Saúde
(CCMS/CGDI/SAA/SE) e do Laboratório Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em
Antropologia da Saúde, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (Liepas/Unirio) e conta com a parceria da
Rede Conexão Inovação Pública – RJ. A curadoria é de Ildenê Loula e Rosamélia
Cunha.
Composta por 11 ensaios,
a obra explora diversas intersecções entre cultura, saúde e antropologia. O
ensaio inicial oferece uma análise sobre como a experiência da doença e as
práticas terapêuticas não convencionais são vistas através da lente da antropologia
da saúde. Outros textos abordam temas como as memórias do encarceramento devido
à hanseníase no Brasil, as políticas de saúde para a população cigana e as
iniciativas digitais de promoção de saúde em comunidades de baixa
renda.
Destacam-se relatos de
experiências significativas, como o do Centro de Convivência Antônio Diogo e do
Memorial Leprosaria Canafístula no Ceará, e a criação do Laboratório Internet,
Saúde e Sociedade (LaISS) na Fiocruz, que combate a exclusão digital. O projeto
Eu Quero Entrar na Rede, vinculado ao Centro de Atenção Psicossocial Carlos
Augusto Magal, também é retratado, mostrando a integração entre saúde mental e
tecnologias de informação.
A publicação ainda
discute a luta contra o câncer de colo do útero no Brasil, os desafios do
Antropoceno para a saúde planetária e a democratização do SUS através de uma
perspectiva decolonial.
Os ensaios coletivos ou
individuais são assinados por acadêmicos e profissionais de saúde, oferecendo
uma rica diversidade de perspectivas e experiências. Os outros textos são
escritos por: Ana Paula Cavalcante, Tânia Cristina Valente, André Pereira Neto,
Bruna Vanessa Dantas Ribeiro, Débora Diniz, Elionária de Lima, Francisco
Guedes, Milena Araújo, Rosiane Pereira, Luís Teixeira e Luís Araújo Neto, Renzo
Taddei, Stélio Marras, Edilma do Nascimento Souza, Angela Donini, Valéria
Wilke.
“Com uma escrita
carregada por sotaques, visões de mundo e pertencimentos diversos, os 11
artigos congregam a percepção de um SUS em movimento. Esse mesmo SUS, que salva
vidas ao garantir o acesso ao direito à saúde em zonas urbanas e nas distintas
paisagens brasileiras fora dos grandes centros, precisa superar uma perspectiva
biomédica para se humanizar e encontrar um novo sentido no acolhimento das
demandas dos cidadãos”, enfatiza Ildenê.
“A publicação tem o
potencial de servir como obra de referência para os debates na área de
antropologia da saúde, vindo a se juntar à escassa produção acadêmica
brasileira nesse campo do saber”, conta Rosamélia. “A coletânea oferta um
embasamento para refletir sobre a complexidade de construir novas formas de
pensar e agir no SUS. Aqui fincamos a bandeira da antropologia da saúde como
uma das tantas formas possíveis de problematizar, refletir e projetar (e
sonhar) esses desafios, para tornar o SUS ainda mais democrático, inclusivo e
acessível aos brasileiros”, complementa Rosamélia.
Encontros de Cultura,
Saúde e Humanidades
O projeto Encontros de
Cultura e Saúde, que posteriormente passou a se chamar Encontros de Cultura,
Saúde e Humanidades, foi realizado por um coletivo de trabalhadores e
trabalhadoras das áreas de saúde, comunicação, educação e por pessoas com
interesse pelo assunto que nele se engajaram. Seus principais objetivos são:
fortalecer e defender o SUS por meio da produção de informações relevantes,
viabilizando sua difusão e produzir, coletivamente, conteúdos em saúde, cultura
e arte, disponibilizando-os como apoio ao fortalecimento do ensino em saúde. As
lives seguem disponíveis no canal do YouTube. Confira tudo em: youtube.com/EncontrosCulturaeSaude.
Texto: Flávia Menna
Barreto
Disponível em: http://www.ccms.saude.gov.br/noticias/lancado-livro-com-nova-perspectiva-sobre-o-sus
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