Publicado em 22/07/2025
15h58
Ciganos representantes das
comunidades Calon, Rom e Sinti se reuniram nessa
terça-feira (22) para participar da Plenária temática para Povos
Ciganos, que aconteceu no Gran Mercure Hotel, em Brasília.
O evento é uma construção
do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) - órgão
colegiado consultivo que faz parte da estrutura do Ministério da Igualdade
Racial tem como função principal a construção coletiva na execução das
políticas de igualdade racial.
Estiveram presentes,
a ministra da igualdade racial, Anielle Franco; da deputada federal Érika
Kokay; do secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades
Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos, Ronaldo dos Santos,
do secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade
Racial, Clédisson Júnior e de outros representantes do
Ministério da Igualdade Racial.
Em sua fala, a ministra
Anielle Franco agradeceu a construção coletiva da plenária e destacou
a importância da cultura cigana como patrimônio de pertencimento,
representatividade e resistência. “O meu desejo hoje para essa
plenária é que a gente escute mais uns aos outros, e avance em encaminhamentos
concretos, respeitando as diferenças e aceitando aquilo que nos
une”, comentou.
A ministra
ressaltou, também, a importância do papel do Ministério da Igualdade
Racial como órgão do governo federal responsável pela gestão
das políticas para a garantia de direitos dos povos ciganos, bem
como da assinatura do Plano Nacional de Políticas para Povos
Ciganos que visa promover medidas intersetoriais para
garantir o reconhecimento da territorialidade cigana, acesso à
educação, saúde, documentação, segurança alimentar, trabalho e valorização da
cultura.
“Este ministério está
aqui para caminhar ao lado de vocês, acolhendo coletivamente
as reivindicações. Hoje nós temos uma gestão de
governo democrática, que está do lado dos povos
ciganos, para que isso fique de legado para as próximas gerações e de
patrimônio”, enfatizou.
A diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos do MIR, Paula Balduíno, afirmou que só é possível fazer políticas públicas com participação social. “Eu entendo que essa uma das plenárias mais importantes, porque é o espaço prioritário que vai garantir que a voz dos ciganos estejam presentes na V Conapir”, finaliza.
Voz cigana no centro
do poder – Hayanne Iovanovitchi, cigana da
etnia Rom e fundadora do Coletivo de Mulheres Ciganas no Brasil destacou a
necessidade de pensar em propostas que contemplem
as reivindicações históricas do movimento de ciganos no
Brasil. “Só existe democracia, justiça e reparação, se a gente pensar
em políticas públicas com os povos ciganos, esse é o momento que
podemos construir com uma plenária temática específica para discutir as
especificidades da nossa realidade”, destaca.
Destacou ainda a
necessidade de garantir que pessoas ciganas estejam como atores dentro de
seus estados, atuantes nas secretarias e nos órgãos de promoção da igualdade
racial, políticas para mulheres e pessoas
com deficiência. “Esse é o nosso momento para construir
coletivamente para conseguir que as nossas políticas sejam
implementadas”, finaliza.
Francisco Figueiredo, conhecido como Bozano Cigano, da etnia Calon, trouxe em sua fala que democracia é justiça e fez ainda uma contextualização da trajetória dos percalços enfrentados pelos povos ciganos no Brasil. “Nós contamos com o Ministério da Igualdade Racial para acreditar no Brasil como um país de transformação’, finaliza.
Atuação do
CNPIR – A vice presidenta do CNPIR, Marina
Duarte, ressaltou a importância dessa plenária temática como instrumento
de direcionamento das políticas públicas para os povos
ciganos e da eleição de pessoas delegadas para a etapa
nacional da conferência nacional.
“Daqui vão sair
propostas que vão compor o caderno final da V Conapir.
Precisamos focar no que é garantia de direitos para
as políticas públicas de um povo, a gente sabe
que as adversidades existem, mas vocês têm que
centrar na luta pela vida e pelo
reconhecimento de dados e estatísticas de
educação, saúde, moradia para todos. Viva a luta dos povos e
comunidades ciganas”, finaliza.
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