Além de se diferenciar de acordo com suas histórias, memórias, narrativas e convivências seculares próprias, cada tronco étnico cigano fala uma língua diferente.
Os Calon falam o Romanó-Kaló ou Romanon, mais conhecido no
Brasil como Chibe, que literalmente, pode ser traduzido por “língua”. Os Sinti
falam o Sintó.
Já os Rom, falam o Romani. Porém, há variantes entre os
próprios subgrupos, por exemplo, entre Kalderashs, Lovaras, Rhorhoranê etc.
Por vezes, há diferença dentro do mesmo subgrupo, a depender
da região e países onde vivem. Os kalderash de Brasil não falam a mesma
variante dos Kalderash da Romênia.
O mesmo acontece com os Calon de Brasil. Não falam a mesma
variante do Kaló de Espanha ou do Romanon em Portugal.
No Brasil, há variações dialéticas da Chibe falada no
nordeste, da falada pelos Calon de Minas Gerais, que diferem dos Calon de São
Paulo...
Apesar dessas diferenças, é possível dizer que todas as
línguas tiveram um tronco comum. As diferenças ocorreram pelo movimento de
diáspora próprio de cada tronco étnico e seus contatos com os povos locais.
A chibe agregou algumas palavras de origem indígena e influenciou
e recebe influência do Espanhol e do Português.
Em MT e em várias comunidades ciganas de todos os troncos
étnicos, as línguas tradicionais têm caído em desuso.
Historicamente, Portugal e Brasil editaram inúmeras leis
perseguindo os povos ciganos e uma bastante recorrente era a proibição do uso
da língua própria e o ensino para os filhos.
Não há políticas públicas que salvaguardem as línguas
ciganas. Não estão incluídas no Inventário Nacional de Línguas Brasileiras.
Ainda assim continuamos a falar o Caló. E foi com o intuito
de conservá-la que a AEEC-MT está executando a I Oficina de Chibe exclusiva
para 50 pessoas Calon de Tangará da Serra.
A questão linguística também deu origem à teoria de que os
povos ciganos teriam emigrado originalmente da Índia.
Por meio de pesquisa realizada na Inglaterra, constatou-se a
semelhança do Romani com o sânscrito e línguas indianas.
Acompanhem nossa campanha, compartilhem e nos ajudem a
quebrar estereótipos e preconceitos históricos sobre os povos ciganos.
Fotos: @Juqueiroz; Artes: @Rodrigozaiden e @apenasTamii;
textos: @aluiziodeazevedo
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